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FIASCO BRASILEIRO NA SULAMERICANA APONTA MEDIOCRIDADE DO BR11

Universidad de Chile 1X0 Flamengo

Libertad 2X0 São Paulo

Independiente Santa Fé 4X1 Botafogo

Vasco 8X3 Aurora

O que os resultados acima mostram ao leitor, além de obviamente indicar que Flamengo, São Paulo e Botafogo foram eliminados da Sulamericana, enquanto o Vasco se classificou?

Para mim serve como argumento contrário ao discurso dos que defendem que o futebol brasileiro é de altíssimo nível. Não é.

Ok, o Campeonato Brasileiro pode ser muito equilibrado. E de fato é. Mas analisem comigo.

Flamengo, São Paulo e Botafogo brigam diretamente pelo título do BR11 e ainda assim foram sumariamente eliminados da chamada “2ª divisão” do futebol sul-americano. Eliminados sumariamente pelos “poderosos” Universidad de Chile, Libertad do Paraguai e Independiente Santa fé da Colômbia. Representantes secundários de países secundários no cenário mundial da pelota. E não me venha dizer que o Libertad é o atual campeão paraguaio e o Universidad é mega tradicional no Chile. A competição é de fato a 2ª do calendário do futebol sul-americano e ponto final.

E esse referencial aponta diretamente para outros postulantes ao título do BR11 e que não disputaram a Sulamericana, como Corinthians e Fluminense. Oras, se mesmo tendo rivais comprovadamente frágeis, como explicar a incrível dificuldade em se distanciar deles?

Concordo que aí entram outras situações como a rivalidade que sempre equilibra os desiguais, o longo calendário, contusões, suspensões e por aí vai. Mas ainda assim o equilíbrio interno é enorme, como enorme foi o fisco brasileiro na Sulamericana diante de adversários de cenários menos bajulados do futebol. O que me leva a entender que o nivelamento existe, mas é rasteiro, é raso, não se faz mediante grandes times.

Alguns gostam de dizer que os grandes campeonatos europeus restringem suas disputas a no máximo 4 ou 5 equipes. Em contrapartida no Brasileirão a disputa gira sempre em torno de uns 10 times. O que é verdade.

É verdade também que os médios e pequenos europeus brigariam para não cair se hipoteticamente disputassem o Brasileirão. Mas é bem verdade também que o campeão brasileiro não chegaria nem perto de brigar por uma vaga na Champions League se também hipoteticamente fosse disputar uma edição da Premier League, por exemplo. Talvez conseguisse um 3º lugar no Campeonato Espanhol, mas este não nos serve como parâmetro.

Exceção feita a situações que fogem da atual normalidade brasileira, como o Santos de Neymar. O Santos do 1º semestre talvez encarasse bem o big Five inglês. Mas em uma competição longa teria sérios problemas para suplantar necessidades técnicas com o elenco reduzido que tem. Encarar em jogo único não me serve de parâmetro. Não confundam essa análise com a possibilidade, que existe sim, apesar de pequena, do Santos bater o Barcelona no mundial de clubes.

No Brasileirão a diferença entre o 1º e o 20º é razoável, enquanto na Inglaterra (que tomamos aqui como exemplo) é abissal. Em contrapartida a distância entre o nosso 1º colocado contra o líder da Premier League é bem grande. Temos então um campeonato equilibrado, com uma distribuição maior de possibilidade entre seus 20 participantes, mas jogos igualmente médios, disputados muito na vontade, pouco na qualidade.

O Vasco é a exceção. O massacre diante do pobre Aurora mostra que o Vasco está hoje como o melhor time do país. Campeão da Copa do Brasil, líder do BR11 e único brasileiro que segue na disputa continental. O Vasco está melhor, como o Santos esteve melhor no 1º semestre.

Times que fugiram pouca coisa da mediocridade (de médio mesmo) do futebol brasileiro, mas que bastou para serem os protagonistas do ano. Não por acaso podem terminar 2011 (o Santos já é) como os campeões continentais na temporada. E, no caso do Vasco, monopolizar as competições nacionais.

Cheers,

QUEM COM FERRO FERE, COM FERRO SERÁ FERIDO.

“Quem com ferro fere, com ferro será ferido” ou então “em casa de ferreiro espeto é de pau”

Pense em uma dessas expressões populares e aplique ao time do Palmeiras. Bingo!

É o time da bola parada, seja nas faltas com Marcos Assunção ou nas bolas levantadas na área pelo próprio Assunção e aproveitadas, geralmente por zagueiros.

É um time tão apegado as bolas paradas que inclusive adora sofrer com elas. Ontem na 1ª partida da 1ª fase da Sulamericana contra o Vasco, o 1º dos dois gols sofridos aconteceu assim. Escanteio no 1º pau, pane geral de marcação, Diego Souza, sem querer, de ombro, gol.

Criou mais o alviverde, é bem verdade. Mas do que adianta criar para um ataque ineficiente?

E Kleber cria – caso. Pede aumento, faz careta, só não marca gol. Está há 2 meses sem balançar as redes. Que tipo de empresa banca aumento pra funcionário que não rende?

Dinei é um centroavante que não marca gols. Alguém se lembra de algum marcado por ele?

Maikon Leite começou muito bem, mas seu rendimento caiu drasticamente nas últimas partidas.

Por incrível que parece, só mesmo o homem de 7 milhões de reais, Luan, é quem tem dado conta do seu recado. Tudo acontece por seu lado, tanto que o time tem ficado manco pela esquerda. O que talvez explique também a queda de Maikon Leite.

Sem Valdívia a acefalia toma conta. Mas o camisa 10, que se agora não se machuca mais, virou titular da seleção chilena e vive viajando.

O Vasco poupou uma parte de seus titulares, sofreu pressão jogando em casa, mas matou a partida em duas jogadas bizonhas da zaga palmeirense.

A fatura vascaína parece ter sido selada já no 1º jogo. Com os 2X0, se marcar um golzinho em São Paulo e os cariocas forçam os paulistas a fazer 4. Quatro gols que o time de Felipão leva 300 partidas para marcar.

Em 2008, também pela Sulamericana, o Vasco venceu o Palmeiras por 3X1 em São Januário. Na volta, no Palestra Italia, o Verdão venceu por 3X0 e classificou-se. Não me parece ter esse time a força para reverter um placar tão adverso.

Felipão parece já ter tirado todo o leite dessas pedras.

De ontem, para variar, aproveito apenas o que disse São Marcos ao final do clássico:

“Vai entrar na Libertadores para perder? Tem de entrar para ganhar. Não adianta entrar na Libertadores com o time que a gente tem, que não vai ganhar. Tem de fortalecer. Temos de ter mais atacantes”

Sem mais.

Despeço-me do feroz camarada ao som do The Cult – Sweet Soul Sister:

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=nNobN73F2JY[/youtube]

Cheers,