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SOBRE PATOS E PATAQUADAS

Eu sinto meu pensamento representado no texto do amigo João Paulo Tozo, que você lê aqui.

No entanto, há mais considerações a se fazer:

  • À época de sua chegada ao Corinthians, fui questionado em nosso programa sobre a contratação de Alexandre Pato. O que eu disse à época, foi que o jogador era mais uma contratação ‘midiática’. Na ocasião, Pato ainda namorava Bárbara Berlusconi, filha de seu ex-patrão no Milan, Silvio Berlusconi. Um prato cheio para os sites de fofocas nacionais e internacionais. O fim do namoro não foi empecilho para a continuidade da aparição do jovem jogador na mídia e nas colunas sociais em geral;
  • O Corinthians havia errado o tiro no passado recente, com a contratação de Adriano, numa nítida tentativa de repetir a experiência bem sucedida da contratação de Ronaldo (craque com histórico de lesões e em fase de baixa no futebol). Além da nítida diferença na qualidade do futebol, Ronaldo, tiradas algumas situações extracampo, foi disciplinado enquanto pôde e encerrou a carreira com mais sucessos do que fracassos (não terminou tão bem, mas fez parte da história). Adriano, um típico ‘bad boy’, foi no limite do previsível. Não teve como dar certo. O próximo alvo era Pato. Bom moço, ainda jovem e com passagens pela Seleção Brasileira, parecia um bom investimento. Chegou a peso de ouro. Participou de boas campanhas de marketing do Corinthians. Mas assim como Zizao (observe com quem estou comparando), imagem não é tudo no mundo do futebol. A bola na rede resulta melhor do que o ensaio fotográfico.
  • Ao longo de sua estada no Corinthians, Pato sempre pleiteou um lugar no time titular. Em muitos momentos, mereceu. Brilhou algumas vezes, até. Foi convocado por Felipão estando no banco de reservas, dessas coisas que devem até ter explicação, mas ninguém ousa explicar oficialmente. Sua última atuação só serviu para mostrar o quão equivocada foi sua ida.
  • No jogo contra o Grêmio, pode-se dizer que a cobrança de pênalti de Pato tinha dois níveis de importância. Caso tivesse levado a cobrança a sério, prosseguiriam as cobranças, e o peso da decisão não estaria mais em seus pés. E isso não significaria fugir da responsabilidade. Pelo contrário. Mas ele não levou a cobrança a sério.
  • Digo que o jogador não levou a cobrança a sério não só pela cavadinha ridícula, que mesmo alegando ter treinado deste modo, não é algo que se faça, a não ser se você estiver jogando um futebolzinho de amigos num final de semana regado a cervejas (correndo o risco de terminar uma amizade ou pelo menos tomar uns petelecos, caso acerte o chute). Pato não levou a sério a cobrança porque embaixo das traves do Grêmio estava Dida, campeão mundial pelo Corinthians em 2000 e famoso pelas defesas de pênalti em inúmeras decisões das quais saiu vitorioso. Pato jogou com Dida no Milan e não poderia alegar desconhecimento, mesmo que não tivesse visto suas atuações pela TV.
  • Aliando carisma e boas atuações, Pato poderia repetir o sucesso de Ronaldo e se sagrar um ídolo para a torcida corintiana. Mas pelas suas escolhas e atuações, é hoje comparável apenas a Ibson.
  • Corroborando com a tese de contratação midiática, Pato estava escalado para desfilar no São Paulo Fashion Week. Com a repercussão da perda do pênalti decisivo, sua participação no evento foi cancelada. Todo cuidado é pouco.

O futuro do Corinthians só pode começar a ser pensado a partir do próximo ano. A concentração no momento é para a permanência na série A. Convenhamos, não é tão fácil como parecia.

Contratações midiáticas do Corinthians. Mas e o futebol?
Contratações midiáticas do Corinthians. Mas e o futebol?

SÉRIE A É ESPELHO PARA O PALMEIRAS BUSCAR O BI/TRI DA COPA DO BRASIL

Ontem ao término da boa vitória palmeirense pela Copa do Brasil, ponderei nos canais do Ferozes FC:

“Vejo os comentários dando conta que o Corinthians faz um jogo sofrível contra o Luverdense. Enquanto isso assisto Cruzeiro X Flamengo e noto que o volante Souza, que saiu sem deixar saudades do Palmeiras, virou titular absoluto do líder do BR13 da série A. Por outro lado, volto do Pacaembu, onde o Palmeiras, na série B, venceu o Atlético PR, 5º colocado da série A, por 1X0, mas que poderia ter sido muito bem ser uns 2 ou 3 a zero.

A pergunta que fica – e que não é nova nesse tipo de situação: Esse Palmeiras faria que papel na série A?

No que eu mesmo respondo: indícios são somente indícios. Mas eles nunca foram tão enfáticos assim nesse tipo de comparativo.

Concluo sem responder: Que belo trabalho de reestrutura faz o alviverde nesse 2013”

Isso significa que o Palmeiras é um time de série A? Não necessariamente. É sim um clube de série A, momentaneamente na série B, com um time que, em princípio e baseado em fatos aplicados no campo de jogo, mostra que poderia fazer bom papel diante das equipes que hoje atuam na elite.

Mas falamos de Copa do Brasil, onde esse mesmo Palmeiras defende o título. Esse mesmo clube, não o mesmo time. Façamos um exercício de comparação entre o time que entrou em campo contra o Coritiba, na partida final da edição passada e o time que subiu ao gramado ontem, na estreia alviverde contra o bom Atlético PR:

Na final de 2012 – Bruno; Artur, Maurício Ramos, Thiago Heleno (Leandro Amaro) e Juninho; Henrique, Marcos Assunção, João Vitor (Márcio Araújo) e Daniel Carvalho (Luan); Mazinho e Betinho

Contra o Furacão, nas 8ª´s de final da edição 2013: Fernando Prass; Luis Felipe, Vilson, Henrique e Juninho (Ronny); Márcio Araújo, Charles (Eguren), Wesley e Mendieta; Ananias (Serginho) e Alan Kardec

E contra o Atlético PR poderia muito bem ainda ter entrado Valdívia, Leandro e Vinicius, que ficaram fora por razões diversas. O que não me faz ter muito trabalho para cravar que este Palmeiras de 2013 é bem superior ao que faturou a Taça em 2012.

Dá para sonhar com o bi/tri campeonato na competição? Ontem mostrou que sim. E independente de tomar uma invertida na Arena da Baixada na próxima quarta, ao atuar melhor que o 5º colocado da série A, esse Palmeiras de Gilson Kleina deu sim uma clara demonstração que é um time de série A que carrega na série B um piano que não é seu.

Terá, entretanto, um caminho bem mais árduo para chegar ao êxito. Os times que disputaram a Libertadores estão ai com o mesmo objetivo. O que por outro lado lhe tira das costas a obrigação e qualquer favoritismo contra estes potenciais adversários. Afinal, a obrigação palmeirense em 2013 é atropelar a série B sem sustos e retomar o posto que lhe é direito por natureza. E isso, como bem se sabe, está sendo feito da melhor maneira possível.

A Copa do Brasil e consequentemente a disputa da Libertadores no ano do centenário são sonhos possíveis ao alviverde.

Copa do Brasil - Palmeiras x Atletico-PR

 

VERDADES INCONTESTÁVEIS

Das verdades incontestáveis:

Verdade número 1: no domingo, pelo Campeonato Brasileiro, contra o Coritiba, o Corinthians foi beneficiado pelos erros da arbitragem (veja bem: ERROS). Especialmente o erro que validou o pênalti em Danilo, cobrado por Guerrero e que culminou no único  gol do fraco futebol praticado pelos corintianos, não só neste jogo, mas como vem sendo padrão neste campeonato.

Verdade número 2: na quarta-feira, pela Copa do Brasil, contra o fraquíssimo Luverdense, o Corinthians foi prejudicado pela arbitragem, que validou o gol feito por Misael após uma ajeitada marota na bola com a mão.

Verdade número 3: nenhum destes fatos está relacionado, não deve ser encarado como uma compensação dos deuses do futebol e não anulam o fato de que o Corinthians atual está péssimo e tem tudo para, caso continue neste ritmo, não chegar a lugar nenhum no ano de 2013, que já se aproxima de  seu final (o tempo passa, o tempo voa).

O que impressiona mais é que neste jogo contra o fraco time da cidade de Lucas do Rio Verde, absolutamente ninguém jogou bem. Nem Gil, com números impressionantes ao longo do ano, esteve à altura de suas atuações. Romarinho errou tudo. Pato, não obstante o fato de que a bola não chega até ele, teve muita dificuldade em acertar os passes. Danilo, antigamente um ponto de equilíbrio do time, ficou sumido. Ibson não existiu. Alessandro sentiu falta de ritmo jogando pela direita, e no segundo tempo, deslocado para esquerda num acesso de Professor Pardal que tomou a mente de Adenor, ficou ainda mais perdido.

Verdade número 4: não dá pra disputar mata-mata como se estivesse jogando por pontos corridos, administrando resultado. Em pontos corridos isso já passou do limite do aceitável, o que dizer de um jogo contra um time pequeno num mata-mata?

Verdade número 5: não é mais tempo de ressaltar que temos bom elenco. O time tem limitações, a diretoria e a comissão técnica erraram muito em não investir ou preparar bons jogadores para as laterais. Era necessário. Outra coisa: Ibson não é reforço, e nem tem futebol para ser titular. Não é cornetagem, não é implicância. É um fato.

Verdade número 6: a atitude de Sheik durante a semana foi muito mais do que nobre, todo o apoio por fazer coisas que ajudem a diminuir a intolerância em um mundo tomado por preconceito. Mas é preciso jogar futebol. E continuar com atitudes nobres também.

Verdade número 7: o Luverdense tem um time que corresponde com seu potencial financeiro e com a divisão que disputa no Campeonato Brasileiro, que é a  Série C.

Verdade número 8 (a derradeira): O time acima jogou melhor do que o Corinthians. Ponto final.

Sem futebol decente, nem com reza de Adenor.
Sem futebol decente, nem com reza de Adenor.