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MAIS UM FIASCO ARGENTINO NA COPA AMÉRICA

Burdisso faz pênalti ignorado pelo árbitro

E continua o martírio dos favoritos da Copa América. Exponencialmente pior quando o favorito em questão é time anfitrião. Piore o exponencialmente pior quando acontece com o anfitrião pela segunda vez. Foi o que aconteceu ontem em Santa Fé. A Argentina, jogando rigorosamente pouco, apenas empatou sem gols com a Colômbia que teve tudo para vencer.

 A partida começou com a Argentina tomando a iniciativa e a Colômbia na defesa e rápida nos contra-ataques. A primeira chance foi colombiana. Aos 19 minutos, Dayro Moreno cruzou para Gustavo Adrián Ramos perder na pequena área.

 A Argentina seria beneficiada após erro do árbitro brasileiro Sálvio Spínola Fagundes aos 25 minutos. No lance mais incrível da partida, Gabriel Milito recua mal, Ramos recupera, avança ao gol e é derrubado na área por Nicolas Burdisso. Pênalti que deveria ser marcado com ou sem vantagem. Na sequência, Dayro Moreno chuta para fora com o gol aberto.

Sergio Batista tentando de tudo para fazer sua seleção jogar

As coisas não estavam boas para os anfitriões. O time detinha a posse de bola, mas os jogadores permaneciam imóveis em campo. Para complicar, nada de chutes a gol. Enquanto isso, a Colômbia, fria e ligada no jogo, mantinha-se bem colocada na defesa e armava jogadas rápidas de contra-ataque. Lionel Messi e Carlos Tevez não se entendiam na frente. Faltava jogo coletivo da Argentina.

 Chegou a segunda etapa e a Argentina conseguiu ameaçar a meta adversária, mas somente através de chute rasteiro de longa distância de Javier Mascherano que Luiz Martinez espalmou sem ninguém no rebote.

 Sergio Batista tentaria mudar a sorte de sua equipe ao promover as entradas de Sergio Aguero, Gozalo Higuaín e Fernando Gago. Sem sucesso. O panorama da partida era o mesmo. Posse de bola argentina, sem objetividade, sem jogo coletivo. E futebol sempre tem o aspecto emocional. Time favorito, dono da casa, o melhor jogador do mundo nas fileiras, tempo passando e não rolando nada após estreia com empate frustrante. Sem erro, a seleção argentina se enervava a cada minuto que transcorria.

Messi impotente na seleção argentina

Aos 35 minutos, lance emblemático de Messi e da Argentina. Cobrança de falta que o melhor do mundo manda para longe do gol. Não é a Argentina da qual se esperava tanto e, principalmente, não é Lionel Messi do qual se esperava ao menos um pouco da magia que proporciona no Barcelona. Situação do craque argentino que faz lembrar Rivaldo na seleção brasileira antes de 2002, craque no Barça e decepção na seleção de seu país.

 Ao final 0 a 0, os rostos transtornados do técnico Sergio Batista e de seus comandados expressam bem os ânimos porteños a estas alturas da Copa América. Colômbia líder com 4 pontos, Argentina somente com 2 e no aguardo do que ocorrerá no complemento da rodada de seu grupo quando Bolívia e Costa Rica se enfrentam.

 Antes de Argentina e Colômbia, jogaram, valendo pelo grupo C, Uruguai e Peru. O empate de 1 a 1 dos uruguaios, após saírem perdendo o jogo, indicara a tendência de sofrimento do trio favorito para a competição (Argentina, Brasil e Uruguai).

 Milagrosamente, Chile e México fizeram partida com três gols! E deu Chile de virada: 2 a 1. Ainda assim, não deixa de ser um resultado apenas razoável para os chilenos, considerando que enfrentaram uma seleção mexicana sem diversos titulares, praticamente um time sub 21.

 Balanço parcial da Copa América: sofrível até o momento, com seleções e alguns principais craques decepcionantes.

 Já que a escassez de gols tem sido a regra na Copa América, que tal dar uma olhada em jogo de goleada? E foi nos Estados Unidos, mais precisamente no que talvez seja o primeiro estádio americano construído para o “soccer”, o Red Bull Arena, na cidade de Harrisson, Nova Jersey, próximo a Nova York. O jogo é entre New York Red Bulls (sim, a marca de bebida energética austríaca não vive somente de Fórmula 1) e o Toronto FC, válido pela Major League Soccer (MLS). A equipe de Nova York, que conta com o veterano francês Thierry Henry, não deu mole e goleou por 5 a 0. É só checar a seguir.

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INDAGAÇÕES ACERCA DOS CONES

Ao assistir ontem a estréia da seleção da CBF, uma série de questões brotaram em meu cérebro.

Afinal, o que faz Robinho ser intocável na seleção?

Um jogador que teve em toda a sua já longa carreira um único momento de destaque. Exatamente o início, no Santos, entre 2002 e 2004. Desde que zarpou para a Europa tornou-se um jogador de mediano para baixo. Em seu retorno ao Santos, foi coadjuvante da dupla Neymar e Ganso. Mas ainda assim foi o jogador mais vezes convocado na era Dunga e continua sendo na era Mano Menezes. Robinho nunca é o pior da seleção e nem de seus clubes. Passa na maioria das vezes despercebido, o que em meu modo de ver é até pior. Não erra passes bisonhos, não chuta a bola no alambrado, não cai ao driblar, não é pego em impedimentos. Mas também pudera. Ele não arrisca passes com mais de 2 metros. Ele não arremata bolas que não estejam em vias de transpassar a linha do gol – embora ontem tenha perdido um gol que até o Souza marcaria. Ele não tenta o drible, não tenta o improviso. Ele não é pego em impedimentos por que raramente é acionado, até por que raramente apresenta-se em condições de finalizar.

Robinho não é horroroso. Ele é um Dentinho com grife. Alguém aí convocaria o Dentinho para a seleção?

Das duas, uma: Robinho tem um padrinho muito forte ou então o nível do nosso futebol decaiu demais e precisamos aceitar isso.

Se a presença de Robinho na seleção é intrigante, o que dizer então de Fred?

Considero Fred dos melhores centroavantes que o Brasil produziu nos últimos anos, mas sua boa fase ficou em um passado já remoto. Ele sequer consegue atuar pelo seu clube, o Fluminense. De onde Mano Menezes tira oportunidades para analisar o futebol do cara?

Armar um time com jogadores ofensivos não é necessariamente ter um time ofensivo. Ontem Mano mandou a campo um meio sem um 1º volante de ofício – Lucas e Ramires não são esse 1º volante – além de Ganso na armação. O ataque com o trio Robinho, Neymar e Pato na função de centroavante, que não é a dele. No Milan Pato jogava aberto, com Ibrahimovic centralizado. No atual time milanista ele também não é centroavante clássico e joga boa parte dos jogos aberto pela direita. Direita que na seleção é “preenchida” fisicamente por Robinho. Daí o comentarista da TV corneta o camisa 9 por que ele ficou várias vezes em impedimento. Oras, o cara está jogando fora da sua e tenta buscar espaços, sem ter que tropeçar no cone que atua na faixa do campo que deveria ser a sua, e ainda assim foi o mais incisivo do ataque da cbf. Não é ele o errado. Não é ele a opção errada no ataque.

Se não temos mais Carecas, Romários e Ronaldos, que seja armado então um ataque sem centroavante. O Barcelona é a prova maior de que isso pode funcionar.

Por que não dar um descanso ao sempre convocado Robinho, entrar com o ótimo Lucas na meia ao lado de Ganso, abrir Pato mais pela direita e dando assim a Neymar a liberdade que ele tem no Santos para flutuar por toda a extensão da grande área? Afinal ele é o diferente. E ambos finalizam muito bem. Com isso, no lugar de um dos dois 2º´s volantes, entrar com um 1º volante que dê mais segurança ao sistema defensivo e não permita que os contra ataques adversários estourem todos cara a cara com a zaga, que é ótima, mas é formada por zagueiros e que por natureza não deverão se dar bem quando colocados frente a frente contra atacantes de qualidade. Ontem foi com o Rondon da Venezuela, mas amanhã pode ser o Messi da Argentina, daí a conversa é outra.

Inclusive o próprio Mano Menezes não justifica sua presença no banco da seleção outrora brasileira. Sua seleção nunca empolgou e até agora não venceu nenhuma das seleções do mesmo patamar que enfrentou. Na despedida de Ronaldo bateu o time B da Romênia com um 1X0 sem sal.

Sem sal talvez seja a definição ideal para Mano Menezes. Um cone presente no banco de reservas. Aposto que um Joel Santana da vida pelo menos vibraria mais. Mano não vibra, não anima, não altera quando necessita. É um Dunga, mas sem padrão tático.

Aliás, outra indagação que me vem à mente agora: Por que raios eu ainda perco meu tempo com esse arremedo de time? Nunca gostei de coisas sem sal, sem graça, de times amarelos em sua essência.

A essência da amarelinha ficou na história, acabou ao longo de sua história e conforme se transformou em ferramenta de manipulação e enriquecimento ilícito de personagens nefastos e que pouco ou nada se preocupam e entendem de futebol. Ficou em um passado onde os selecionados eram analisados sob a ótica meramente técnica.

Amarela hoje é apenas a alma dessa seleção que não é mais minha.

Entenda um pouco mais sobre o assunto:

http://www.lancenet.com.br/futebol-internacional/Jornalista-britanico-envolvimento-Teixeira-Havelange_0_510549112.html

 

Se o assunto abordado é chato como o objeto da análise, ao menos a dica musical é um petardo. Despeço-me do camarada feroz ao som do The Kinks – You Really Got Me

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Cheers

…PERO QUÉ PASA EN ARGENTINA?

Jogadores argentinos saindo de campo insatisfeitos com o placar

E foi dada a largada para a 43ª edição da Copa América, o torneio da CONMEBOL de seleções, na Argentina. E os anfitriões, juntamente com os uruguaios, são os maiores vencedores com 14 conquistas cada. O Brasil fica em terceiro lugar com 8 títulos. São doze seleções na disputa do título sul-americano. Além das dez nações que habitualmente disputam as eliminatórias sul-americanas para a Copa do Mundo (Argentina, Bolívia, Colômbia, Brasil, Venezuela, Paraguai, Equador, Uruguai, Chile e Peru), dois times extracontinentais baixam em terras porteñas como convidados: México e Costa Rica. Mas ora, não são membros da CONCACAF? O que fazem por essas bandas afinal? Assim como o que já fizeram por aqui Estados Unidos e Japão? Ok, há o lado mercadológico da coisa, etc. Ou então pode-se alegar a necessidade de haver doze concorrentes na competição, pois só assim é possível organizar três grupos com quatro equipes. E não daria para fazer dois grupos de cinco times? Enfim, não deixa de ser esdrúxula a inclusão de não membros da CONMEBOL no evento.

Banega e Romero não evitam. Gol da Bolívia.

 Passando para os jogos que já rolaram, pelo grupo A, a Argentina de Lionel Messi e Carlos Tevez enfrentou em La Plata a modesta Bolívia. E as dificuldades foram enormes para o time do técnico Sérgio Batista. No 1º tempo, Messi tentou sua mágica, tomava a bola, driblava dois ou três adversários e procurava fazer as assistências. Em uma delas tocou para Tevez que desperdiçou boa chance. Além de não contar com os mesmos companheiros do Barcelona, Messi enfrentava um gramado que não permitiam a fluidez e a velocidade da bola. Seu melhor jogo estava comprometido. Na 2ª etapa, Edivaldo Rojas toca de letra para o gol, interceptação sem sucesso de Banega e gol para a Bolívia. Não passaria em branco na imprensa argentina a origem brasileira de Edivaldo. A Argentina só empataria a partida com golaço de Sergio Aguero após bela matada de peito de Nicolas Burdisso. O 1 a 1 final mostrou que Messi ainda não caiu nas graças dos compatriotas. Faz lembrar Rivaldo no Brasil até antes de 2002. O fato de Messi ter deixado o país ainda muito jovem também faz com que o torcedor argentino tenha preferência aberta por Carlos Tevez, que se consagrou no Boca Juniors. A esta altura, perguntar não ofende. Será bom o relacionamento entre os dois maiores astros da seleção argentina no momento?

 Fechando a rodada do grupo A, a Colômbia não deu sopa para o azar e venceu a Costa Rica por 1 a 0 com gol de Gustavo Adrian Ramos em Jujuy. O gol solitário foi o suficiente para os colombianos assumirem a liderança do grupo A.

Neymar disputando bola.

Pelo grupo B, outra surpresa. O Brasil foi ineficiente contra a Venezuela e empatou em 0 a 0. Os astros brasileiros Alexandre Pato, Robinho, Neymar e Ganso ficaram devendo em La Plata contra uma Venezuela que mostra evolução no seu jogo. Só que a evolução dos adversários não justifica a atuação do time da CBF. Se até pouco tempo atrás o Brasil vencia os fracos e era derrotado pelos fortes, hoje, na era Mano Menezes, o Brasil continua a perder para os fortes (Argentina e França) e tem empatado com os fracos (Holanda desfalcada ou Venezuela). Falta mais poder ofensivo para o time da CBF de Mano Menezes.

 E, encerrando as surpresas, ainda pelo grupo B, o Paraguai também ficou no 0 a 0 com o Equador, em Santa Fé.

 Pois é, exceto pelo resultado da Colômbia, o inesperado tem sido a tônica na Argentina até o momento. Terá o inverno porteño afetado os favoritos na Copa América? Afinal, o que acontece na Argentina?

 Superclássico das Américas

 Até 2019, Brasil e Argentina disputarão uma nova copa denominada “Superclássico das Américas” no sistema de ida e volta. A primeira edição da copa está marcada para os dias 14 de setembro na Argentina e 28 do mesmo mês no Brasil. Trata-se de reedição da antiga Copa Roca. A AFA e a CBF deverão chamar somente jogadores atuando nos países para as partidas.

Fique com o belo gol de Sergio Aguero para encerrar.

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NÃO CONTAVAM COM A MINHA ASTÚCIA

Guardado e Chicharito explodem em festa
Roberto Bolaños. Quem era melhor? Chaves, Chapolín ou NDA?

A seleção do México é campeã da Copa Ouro da CONCACAF após vencer de virada os Estados Unidos no Estádio Rose Bowl de Pasadena, Califórnia. E que virada! Os mexicanos tiveram que buscar um resultado adverso de 2 a 0 e liquidar a fatura em 4 a 2. Roberto Bolaños jamais criaria um bordão melhor do que o do título acima, imortalizado na cultura popular por um de seus personagens infanto-juvenis.

 Para a seleção dos Estados Unidos, jogar em casa contra o México significa o mesmo que jogar no próprio México. Torcida majoritariamente mexicana, sobretudo quando se fala de final entre ambos disputada na região de Los Angeles, sul da Califórnia, a poucas horas de carro da fronteira. Se os americanos conquistaram a Califórnia dos mexicanos e a anexaram em 1850, a sensação, em eventos como a final da Copa Ouro, é que o México a retoma aos poucos via imigração. Evidente que os organizadores americanos, interessados em público e audiência, não se importam. Se a intenção fosse (e pode ser em jogos de eliminatórias da Copa do Mundo, por exemplo) torcida a favor no estádio, a coisa certa a fazer é ir rumo ao norte. De qualquer maneira, para os americanos, jogar contando com o fator torcida contra o México, talvez só no Alasca ou no Havaí.

Michael Bradley

Pois bem, jogando para mais de 93 mil pessoas, torcida pró México na maioria, os americanos logo abriram o placar com Michael Bradley (filho do técnico Bob Bradley) após cobrança de escanteio.

 As esperanças americanas aumentariam quando Landon Donovan, aos 23 minutos, marcava o segundo gol ao bater na entrada da área.

 Parecia o jogo perfeito dos Estados Unidos. Vitória parcial por 2 a 0 na metade do 1º tempo.

 Mas o sonho americano começou a desmoronar a partir dos 29 minutos com Pablo Edson Barrera que diminuiu para os mexicanos. Logo em seguida, mais um golpe para os anfitriões, José Andrés Guardado alcançaria o empate aos 36 minutos. Delírio no Rose Bowl.

Desolação americana

Mal começava o 2º tempo e, logo aos 5 minutos, Barrera faria o gol da virada. Em seguida, Donovan teve boa chance de empatar, mas desperdiçou.

 O golpe de misericórdia mexicano viria com o quarto gol aos 31 minutos com Giovanni dos Santos. Festa em Los Angeles. Era o bicampeonato (2009-2011). Após começo avassalador, nenhum estadunidense contava com a astúcia mexicana.

 Para os Estados Unidos não há demérito em perder para o México, mas é inevitável pensar que a vitória escapou através de reação mexicana após vantagem parcial de dois gols.

Festa mexicana

Para a seleção mexicana, trata-se de título importante na disputa pela hegemonia regional contra os americanos. Vencer traz prestígio para jogadores militantes do futebol europeu. Se não é fundamental, não é nada mal para astros do futebol mundial como Javier “Chicharito” Hernandez do Manchester United. Traz simpatia popular para o atleta expatriado em sua terra natal. Só que há diferença abissal entre o compromisso finalizado com sucesso e o próximo obstáculo a transpor que atende pelo nome de Copa América.

 Ainda que fora de contexto e propósito, além de incoerente, o México parte, agora como convidado, para o torneio de seleções da CONMEBOL. E lá a encrenca é outra. Na chave C da Copa América, o México terá pela frente Uruguai, Chile e Peru. E claro, se avançar, poderá medir forças contra Argentina, Brasil ou Paraguai. Nada mal para quem estiver a fim de verdadeira competição. Resta saber o que  a trupe mexicana poderá fazer contra adversários de maior peso no cenário mundial e o quão a sério um não membro da confederação sul-americana levará o desafio, já que a ideia é levar para a Argentina um elenco sub-22 com cinco jogadores mais experientes. Veja os lances da final em Pasadena.

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