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DEMONSTRAÇÃO DE FORÇA CONTINENTAL

Sensações em suas ligas nacionais, Arsenal e Atlético Madrid vencem seus jogos na abertura da 2ª rodada da fase de grupos da UEFA Champions League e mostram que são fortes também na Europa.

 

 

Arsenal e Atlético Madrid: sensações na Europa
Arsenal e Atlético Madrid: sensações na Europa

GRUPO E

 

Steua Bucareste 0x4 Chelsea

Bucareste, Romênia

José Mourinho obtém sua primeira vitória continental após retorno ao Chelsea.

Ramires marcou duas vezes em Bucareste
Ramires marcou duas vezes em Bucareste

Ramires marcou duas vezes e Andre Schürrle saiu de campo como o melhor da partida.

Com o resultado, o Chelsea recupera-se do péssimo início na UCL quando perdera para o Basel em casa .

 

Basel 0x1 Schalke 04

Basileia, Suíça

O Basel estava empolgado com o começo promissor sobre o Chelsea na rodada anterior e foi a campo com o moral elevado, mas foi surpreendido pelo Schalke 04.

É bem verdade que os suíços perderam diversas oportunidades, especialmente com Marco Stretter.

A vitória dos visitantes se deu graças às grandes atuações de Julian Draxler (autor do gol aos 9 minutos do 2º tempo) à frente e Benedikt Höwedes na defesa, além do reforçado meio-campo reforçado pelo ex-milanista Kevin Prince Boateng.

 

Classificação:

Clubes

J

V

E

D

GM

GS

DG

Pts

 FC Schalke 04

2

2

0

0

4

0

4

6

 Chelsea FC

2

1

0

1

5

2

3

3

 FC Basel 1893

2

1

0

1

2

2

0

3

 FC Steaua Bucureşti

2

0

0

2

0

7

-7

0

 

 

GRUPO F

 

Borussia Dortmund 3×0 Olympique Marseille

Dortmund, Alemanha

O polonês Robert Lewandowski conduz o Dortmund a tranquila vitória sobre o Marseille no Signal Iduna Park ao marcar duas vezes perante sua torcida.

No final, o atacante ainda leva cartão vermelho. Jornada marcante de Lewandowski.

Borussia Dortmund 3-0 Olympique Marseille
Borussia Dortmund 3-0 Olympique Marseille

Destaques para as atuações de Marco Reus, Kevin Grosskreutz e Pierre Emerick Aubameyang.

 

Arsenal 2×0 Napoli

Londres, Inglaterra

Na partida mais aguardada do dia, os ótimos Arsenal e Napoli se enfrentaram para 60 mil fãs em Londres.

Se Aaron Ramsey, que teve bela atuação novamente, havia sido protagonista no último final de semana, desta vez as honras do espetáculo ficaram por conta de Mesut Özil, verdadeiro maestro Gunner e autor de belíssimo gol logo aos 8 minutos de jogo. Tudo isso sem mencionar participação fundamental no segundo gol anotado por Olivier Giroud.

Grande presente para o aniversário de 17 anos de comando técnico de Arsene Wenger no Arsenal.

Já a boa equipe do Napoli mostrou ter sentido o peso de jogar em Londres, além da ausência de Gonzalo Higuaín. Algo que o treinador Rafael Benítez tratou de minimizar ao afirmar que os primeiros 20 minutos da equipe campagnola foram para esquecer.

 

Classificação:

Clubes

J

V

E

D

GM

GS

DG

Pts

Arsenal FC

2

2

0

0

4

1

3

6

Borussia Dortmund

2

1

0

1

4

2

2

3

SSC Napoli

2

1

0

1

2

3

-1

3

Olympique de Marseille

2

0

0

2

1

5

-4

0

 

 

GRUPO G

 

Zenit 0x0 Austria Viena

São Petersburgo, Rússia

Em jogo apagado, apenas Hulk conseguiu ameaçar o gol de Heinz Lindner, mas sem êxito.

Empate que compromete as pretensões russas de classificação.

 

Porto 1×2 Atlético Madrid

Porto, Portugal

 

Reclamação portuguesa no segundo gol do Atlético: fora de jogo?
Reclamação portuguesa no segundo gol do Atlético: fora de jogo?

O Atleti de Diego Simeone mostra força também na Europa ao vencer o Porto como visitante e de virada.

O forte sistema defensivo da equipe madrilenha veio para ficar e o Porto teve sérias dificuldades para superá-lo, exceto pelo gol de Javi Martinez aos 16 minutos.

O 2º tempo mostrou um Atlético mais determinado e o empate chegou aos 58 minutos com gol do uruguaio Diego Godín.

No final, o Atlético ainda demonstrou o quanto tem trabalhado ao marcar após jogada ensaiada nascida de cobrança de falta. Lance que enganou a defesa portista e teve conclusão bem sucedida de Arda Turán.

Grande vitória dos espanhóis.

No Porto, o técnico Paulo Fonseca declarou ter achado o resultado injusto.

 

Classificação:

Clubes

J

V

E

D

GM

GS

DG

Pts

 Club Atlético de Madrid

2

2

0

0

5

2

3

6

 FC Porto

2

1

0

1

2

2

0

3

 FC Zenit

2

0

1

1

1

3

-2

1

 FK Austria Wien

2

0

1

1

0

1

-1

1

 

 

GRUPO H

 

Ajax 1×1 Milan

Amsterdã, Holanda

Mario balotelli marca de pênalti aos 94 minutos e manda torcida do Ajax se calar
Mario balotelli marca de pênalti aos 94 minutos e manda torcida do Ajax se calar

Dois gols tardios determinaram o empate em Amsterdã entre Ajax e Milan.

O Ajax começou dominando a partida. Daley Blind e Kolbeinn Sigthórsson perderam suas chances.

O Milan tinha dificuldades em manter a posse de bola e Viktor Fischer e Niklas Moisander também testaram Christian Abbiati.

Os italianos criaram suas chances somente no desenrolar na 2ª etapa com Riccardo Montolivo e Mario Balotelli, apagado na partida até então.

O gol do Ajax sairia aos 90 minutos com Stefano Denswil e, assim, tudo parecia definido a favor dos anfitriões.

Mas Mario Balotelli empatou o jogo aos 94 minutos em cobrança de penalidade.

Enquanto Frank De Boer tem uma equipe muito jovem em mãos dentro de um contexto de mercado onde a Holanda não consegue mais reter seus craques no país, o Milan possui grupo limitado para maiores pretensões.

 

Celtic 0x1 Barcelona

Glasgow, Escócia

Polêmica no Celtic Park de Glasgow que teve estopim em lance de expulsão do meia Scott Brown após falta em Neymar Jr.

Fábregas marca de cabeça em Glasgow
Fábregas marca de cabeça em Glasgow

Sem Lionel Messi, Gerardo Martino lançou Cesc Fábregas ao lado de Andres Iniesta, Xavi Hernández, Pedro Rodríguez e o próprio Neymar Jr.

O ex-santista recebeu muitas faltas ao chamar o drible e, em uma delas, Brown foi expulso ao, supostamente, agredir o adversário enquanto estava caído. A partir da expulsão, a torcida local passou a marcar o brasileiro através de vaias.

O gol da vitória saiu dos pés do próprio Neymar Jr. que lançou Alex Sanchez. O chileno efetuou cruzamento para Fábregas concluir de cabeça.

O Barcelona, mesmo sem Messi, é líder isolado do grupo.

 

Classificação:

Clubes

J

V

E

D

GM

GS

DG

Pts

 FC Barcelona

2

2

0

0

5

0

5

6

 AC Milan

2

1

1

0

3

1

2

4

 AFC Ajax

2

0

1

1

1

5

-4

1

 Celtic FC

2

0

0

2

0

3

-3

0

FECHANDO A JANELA

Finalizado o período legal de transferências europeu e muitas foram as novidades de última hora na movimentação dos clubes para formação dos respectivos elencos visando as disputas já iniciadas da temporada 2013-2014, além das contratações já efetuadas previamente ao longo do período estival de férias no Velho Continente.

Gareth Bale, Mesut özil, Ricardo Kaká e Marouane Fellaini, entre outros, movimentaram o mercado da bola no encerramento do período de transferências na Europa
Gareth Bale, Mesut özil, Ricardo Kaká e Marouane Fellaini, entre outros, movimentaram o mercado da bola no encerramento do período de transferências na Europa.

O mercado fechava as portas no último dia 3, segunda-feira (tardiamente, diga-se de passagem). Especulações voavam por todas as partes e, desde as compras milionárias, passando pelo grupo de jogadores insatisfeitos nos seus empregos, até os sem nenhum lugar ao sol onde estavam, enfim, todos se movimentavam às pressas para resolver a vida.

Iniciando com o esbanjador Real Madrid, que havia elegido o mais novo sonho de consumo: o galês Gareth Bale do Tottenham Hotspur. Digno de telenovela estilo dramalhão, a aquisição recorde do mercado da bola foi resolvida somente no apagar das luzes da janela de transferências e Bale transforma-se na grande esperança madridista de se tornar companheiro histórico de ataque do português Cristiano Ronaldo.

Já a vida de Ricardo Kaká, antigo objeto de desejo de Florentino Pérez que o tirou do Milan, nunca foi fácil como merengue.Para piorar as coisas, além de amargar a reserva durante quase todo o tempo em que esteve por Madri, não viu luz no fim do túnel sequer ao lado de Carlo Ancelotti (treinador do brasileiro no Milan campeão europeu de 2007). Para levar a vaca para o brejo em definitivo, Kaká viu nomes como o também ex-são-paulino e desacreditado Casemiro ganharem prestígio com o técnico italiano. Resumo da ópera: chega de esperar 2015, ano do término do vínculo contratual, a solução para Kaká foi forçar a situação e fazer o caminho de volta para o Milan. Resta agora saber como jogará no esquema tático de Massimiliano Allegri com Stephan El-Shaarawy e Mario Balotelli à frente.

Kaká era reserva de jogadores como o alemão Mesut Özil no Real Madrid, portanto a saída do brasileiro era lógica. Até certo ponto surpreendente foi a partida do próprio Özil, no último momento, e criticada por muitos em Madri e na Alemanha como o técnico da Seleção Joachim Löw o fez. Melhor para o Arsenal de Arsène Wenger, que possui justíssima fama de econômico no mercado da bola, e, finalmente, concretizou negociação de peso. Özil poderá ter papel preponderante em equipe que começou a temporada desacreditada, mas que recuperou-se a tempo e traz grandes esperanças aos torcedores Gunners.

Falando de times ingleses, esperava-se que o “lanterna” no quesito contratações seria o próprio Arsenal, mas parece que o troféu da categoria ficou por conta do poderoso Manchester United que, ao apagar das luzes, conseguiu apenas trazer o único bom reforço do belga Marouane Fellaini junto ao Everton.

O Everton ficou sem Fellaini e teve que se contentar com outro belga nos seus quadros para a temporada atual. Trata-se de Romelu Lukaku, ex-jogador do Chelsea, que pode ter decretado sua saída por empréstimo após perda de penalidade contra o Bayern na Supercopa da Europa.

Sim, o Chelsea, que trouxe de volta seu técnico ídolo, José Mourinho, e foi buscar o brasileiro Willian Borges da Silva, ex-Corinthians, que se destacara no Shakhtar Donetsk ucraniano com passagem pelo Anzhi russo.

Outro que saiu por falta de espaço como titular foi o alemão Mario Gómez que mudou-se em busca de ares renascentistas na Toscana ao assinar com a Fiorentina, um dos italianos que buscam exatamente um renascimento do futebol no país ao lado do Napoli, que supriu a saída do técnico Walter Mazzarri para a Internazionale com o espanhol Rafa Benítez e no ataque o franco-argentino Gonzalo Higuaín, outro debandado do Real Madrid.

Uns chegam e outros partem da Itália. Foi o caso de Kevin Prince Boateng que deixou o Milan e fechou com o Schalke 04 de Gelsenkirchen. Grande perda para os milanistas, ainda que Boateng tenha tido uma última temporada apagada.

E o Atlético Madrid, bem treinado pelo argentino Diego Simeone, foi buscar revelação holandesa do Ajax. Toby Alderweireld de 24 anos esteve a um passo do Liverpool, mas o clube inglês chegou atrasado na negociação bem sucedida dos espanhóis.

Agora é esperar e conferir quem acertou e quem errou nos reforços de elencos.

A CHAMPIONS LEAGUE DE HEYNCKES E ROBBEN

Mais que a final alemã ou a consagração do FC Bayern em Wembley no último sábado, a partida final da UEFA Champions League 2012-2013 representou verdadeira redenção para dois personagens da decisão: o treinador Jupp Heynckes e o jogador holandês Arjen Robben.

Jupp Heynckes e Arjen Robben
Jupp Heynckes e Arjen Robben

Quando, em janeiro último, o Bayern anunciou a contratação de Josep Guardiola para o comando técnico do clube a partir da temporada 2013-2014, houve, quase de modo simultâneo, verdadeira prontidão em anunciar que Jupp Heynckes estava por aposentar-se. Assim, justificava-se a troca de comando de modo a acomodar egos mais sensíveis.

Contudo, a história não pareceu ser conforme contada de forma oficial em muitos momentos pós-anúncio.

Jupp Heynckes
Jupp Heynckes

Sempre houve certo descontentamento por parte de Heynckes com a situação. A sensação era de que o treinador estava sendo educadamente convidado a se retirar, verdadeiro eufemismo para a velha e dolorida demissão, o próprio desprezo em favor do badalado Guardiola.

Mas eis que o Bayern de Jupp Heynckes da atual temporada às vésperas de seu epílogo, mostrou-se mais forte e ousado que na temporada anterior, quando perdeu o título da Bundesliga para o próprio Borussia Dortmund, adversário derrotado na final europeia do último sábado, e, ainda mais tragicamente, deixou escapar pelas mãos a própria Champions League em casa para o Chelsea.

Desta vez, o que se tem visto é um Bayern campeão nacional com 20 pontos de vantagem sobre o maior concorrente, mais uma vez o Dortmund, campeão europeu de forma brilhante ao eliminar adversários de peso tais como Juventus e Barcelona com total autoridade na sua trajetória rumo a Londres e, de quebra, na iminência de faturar também a Copa da Alemanha contra o Stuttgart, fechando a sonhada Tríplice Coroa.

Talvez aí esteja a grande vingança de Heynckes, caso não se confirme a anunciada aposentadoria. Passar o bastão para o sucessor com o time no topo, tornando a missão de Josep Guardiola mais difícil que o esperado, afinal, já diz o velho ditado popular que mais difícil que chegar ao topo é manter-se por lá. Tudo que Guardiola fizer que terminar em resultados inferiores aos atuais será o suficiente para comparações negativas frente ao antecessor.

Arjen Robben na final da Copa do Mundo defendendo sua Holanda contra a Espanha
Arjen Robben na final da Copa do Mundo defendendo sua Holanda contra a Espanha

Outro remido na final da UCL de Londres é o holandês Arjen Robben. Não à toa que o craque comemorou com toda emoção o gol definitivo do Bayern ao apagar das luzes do tempo regulamentar em Wembley, verdadeiro gol do título.

Basta recordar os reveses recentes que Robben sofreu na carreira, estigmatizando-o de forma injusta no mundo da bola.

Na Copa do Mundo de 2010 na África do Sul, a Holanda de Robben foi derrotada na grande final do Mundial ao levar gol de Andres Iniesta aos 117 minutos de jogo, a 3 do final da prorrogação. Duro golpe para quem havia atravessado difícil percurso até a final.

Robben e seu Bayern contra a Internazionale em Madri
Robben e seu Bayern contra a Internazionale em Madri

No Bayern, a coleção de fracassos na reta final era maior.

No mesmo ano de 2010, a equipe bávara comandada por Louis Van Gaal partia para a final da UEFA Champions League em Madri contra a Internazionale do treinador José Mourinho que havia conseguido bater a equipe nova sensação do momento: o Barcelona de Josep Guardiola e do fantástico Lionel Messi. E lá estava Arjen Robben, mas lá estava também Diego Milito que marcaria duas vezes e selaria os 2×0 finais. Novo insucesso para Robben.

A falsa sensação de sucesso do bayern de Robben frente ao Chelsea
A falsa sensação de sucesso do Bayern de Robben frente ao Chelsea

Mas, os contratempos na vida nunca estão sozinhos e eis que no ano de 2012 o Bayern teria a raríssima chance de disputar uma final de UCL em casa, na Allianz Arena de Munique. O adversário era o limitado Chelsea de Roberto Di Matteo que quase havia sido eliminado pelo Napoli na competição antes da demissão de André Villas Boas.

Chance obtida, chance desperdiçada. Após gol aos 83 minutos de jogo anotado por Thomas Muller e empate de Didier Drogba aos 88, as equipes foram para as penalidades com êxito inglês. Novo drama para o já verberado Robben.

Arjen Robben: consagração total contra o Dortmund
Arjen Robben: consagração total contra o Dortmund

Para sorte do neeerlandês, o mundo dá voltas… pelo menos ele deu suas voltas para o contestado craque e o destino lhe reservou a glória dos deuses no palco londrino de Wembley, e com requintes de emoção, já que o gol do título surgiria aos 89 minutos de jogo.

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Bayern conquista o título europeu pela 5ª vez
Bayern conquista o título europeu pela 5ª vez

Reviravolta positiva para Arjen Robben. Não por acaso tamanha comoção na celebração do gol final.

O JOGO SÓ TERMINA QUANDO ACABA E VICE-VERSA

O aforismo acima pode ser repleto de redundâncias e pleonasmos, mas tornou-se parte fundamental do conjunto de máximas filosóficas do futebol.

Branislav Ivanovic voa para cabecear e levar o Chelsea ao topo contra o Benfica
Branislav Ivanovic voa para cabecear e levar o Chelsea ao topo contra o Benfica

Nesta semana, o SL Benfica português descobriu a essência do mote da forma mais cruel e dolorosa possível e, não bastasse, com requintes de crueldade em dobro.

Tudo começou no último sábado no Porto, Portugal, quando os lisboetas visitaram o tradicional FC Porto no Estádio do Dragão. O Benfica liderava o Campeonato Português com dois pontos de vantagem sobre o próprio Porto.

FC Porto vence SL Benfica no final e vira campeonato português
FC Porto vence SL Benfica no final e vira campeonato português

Até que tudo começaria bem para o Benfica com o gol inicial de Rodrigo Lima aos 19 minutos de jogo. O Benfica, que desperdiçara a conquista antecipada do título na rodada anterior, começava a resolver seu problema doméstico para voltar-se para a Liga Europa.

O prenúncio da virada benfiquista para a pior veio logo a seguir com autogol de Maximiliano Pereira para os anfitriões aos 26 minutos. O cenário já não era mais ideal para o fechamento da disputa pelo título, mas, ainda assim, suficiente para deixar a equipe da capital em boas condições de levar o caneco na rodada seguinte.

O pior dos mundos para o Benfica viria com gol do jovem brasileiro de 19 anos Kelvin Mateus aos 92 minutos de jogo. Delírio no Estádio do Dragão e desespero estampado no rosto do treinador Jorge Jesus.

Agora o Porto, com boa chance de sagrar-se campeão, lidera o campeonato com 75 pontos contra 74 do Benfica.

O técnico Jorge Jesus desconsolado com os reveses ao apagar das luzes
O técnico Jorge Jesus desconsolado com os reveses ao apagar das luzes

Passados quatro dias e eis que o Benfica perfilava-se no gramado do Amsterdã Arena para definição do campeão da UEFA Europa League, o segundo principal torneio de clubes do Velho Continente, contra o Chelsea FC inglês.

Partida verdadeiramente digna de final de Champions League com os gols surgindo no 2º tempo.

Fernando Torres abriu o placar. Os ingleses buscavam se redimir do fiasco da última UCL quando caíram na fase de grupos. De positivo, o fato de atravessarem boa fase na Premier League.

Mas, apesar do abalo sísmico de grandes proporções sofrido em âmbito doméstico, o Benfica demonstrava enorme motivação em conquistar novo título continental após 51 anos de jejum com equipe fortemente baseada em talentos sul americanos.

O empate lusitano chegaria em cobrança de penalidade do paraguaio Oscar Cardozo que desabaria em seguida com câimbras.

Entretanto, dizem as melhores teorias conspiratórias existir uma espécie de maldição na vida dos Águias que atende pelo nome Béla Guttmann.

Bela Guttmann
Bela Guttmann

Guttmann foi um jogador e técnico húngaro que tinha por convicção filosófica e profissional não permanecer por longos períodos no mesmo local de trabalho. Algo que o transformou em verdadeiro andarilho do futebol.

Como jogador nos anos 20 e 30 do século passado, Guttmann destacou-se não somente em equipes locais de Hungria e Áustria, mas também na sua seleção nacional (jogou nas Olimpíadas de 1924 em Paris), bem como desenvolveu proeminente carreira atuando em equipes dos Estados Unidos.

Eusébio e Bela Guttmann
Eusébio e Bela Guttmann

Em 1932, decidiu regressar à Europa que, em breve, enfrentaria os terríveis momentos da 2ª Guerra Mundial. Tempos obscuros na biografia do já treinador Guttmann.

Nos pós-guerra, o húngaro rodaria por Romênia e novamente Hungria até chegar aos maiores centros futebolísticos mundiais.

Em 1953, Guttmann era contratado para dirigir o AC Milan, entretanto deixaria o clube rossonero de forma estranha com a equipe em boa condição na liderança da Serie A.

Bela Guttmann ao lado de Zizinho (mestre do Mester Telê Santana). Campeões paulistas em 1957 pelo São Paulo FC.
Bela Guttmann ao lado de Zizinho (mestre do Mestre Telê Santana). Campeões paulistas em 1957 pelo São Paulo FC.

Chegaria ao Brasil em 1957 onde treinou o São Paulo FC de Dino Sani, Mauro e Zizinho e venceu o Campeonato Paulista de 1957, o último do clube em 13 anos, antes do advento da Era Pelé, bem como do início da construção do Estádio do Morumbi.

Taticamente, o futebol brasileiro deve muito a Bela Guttmann que introduziu o esquema tático 4-2-4 no País, utilizado pela Seleção que sagrar-se-ia campeã do mundo em 1958 na Suécia.

Nas suas aventuras sul americanas, Guttmann dirigiria ainda o CA Peñarol em 1962.

Em 1958, o já consagrado treinador aterrissaria em terras lusitanas para conhecer o FC Porto onde seria campeão naquele ano.

Na temporada seguinte, finalmente o Benfica cruzaria o caminho profissional de Bela Guttmann.

Contratado pelo clube lisboeta, promoveu verdadeira revolução interna ao dispensar 20 jogadores veteranos e promover a ascensão de jovens talentos, entre eles, o craque luso-moçambicano Eusébio.

Como resultado, o Benfica venceria a Liga Portuguesa nas temporadas 1959-1960 e 1960-1961. Algo que não seria nada em comparação aos triunfos vindouros na Copa Europeia (antecessora da UEFA Champions League) de 1960-1961 e 1961-1962 ao bater FC Barcelona e Real Madrid CF, respectivamente.

Após a conquista de 1962, Guttmann pediu aumento salarial à diretoria benfiquista. Proposta que foi recusada pelos cartolas do clube.

Naquele momento surgiria o episódio que alimenta aquelas teorias conspiratórias mencionadas e dignas dos melhores roteiros de suspense e terror de Hollywood ou do seriado cult Arquivo X. Ao deixar o Benfica, Bela Guttmann, contrariado pelo reajuste salarial não recebido, bradou em tom revanchista: “Nem mesmo em 100 anos o Benfica vencerá uma Copa Europeia!”.

Coincidência ou não, desde o episódio do divórcio litigioso das partes, o Benfica disputou sete finais de Copas Européias (1963, 1965, 1968, 1983, 1988, 1990 e 2013) e perdeu todas!

Retornando ao dia 15 de maio de 2013, uma quarta-feira em Amsterdã, Holanda, partida decisiva da Liga Europa empatada em 1×1 e os acréscimos já eram exibidos nos relógios. Prorrogação à vista? Bem, não foi exatamente assim.

Chelsea campeão da UEFA Europa League 2012-2013
Chelsea campeão da UEFA Europa League 2012-2013

Ramires, com atuação criticada, cavou escanteio para o Chelsea. Na cobrança de Juan Mata, o sérvio Branislav Ivanovic cabeceou cruzado para o gol.

Delírio dos Blues que premia o treinador espanhol Rafa Benítez com toda pressão e rejeição que suportou no clube de Londres. Benítez deve deixar o clube inglês, mas o faz por cima com a equipe obtendo bons resultados domésticos, classificada para a próxima edição da UCL e campeã da Liga Europa.

Rafa Benítez
Rafa Benítez

Tristeza digna de compaixão espalhada por jogadores, comissão técnica e torcida do Benfica.

Dois jogos em menos de uma semana, duas derrotas dolorosíssimas e negativamente decisivas para os portugueses. Resta apenas uma vaga esperança de recuperação na última rodada do campeonato nacional.

Desolação benfiquista
Desolação benfiquista

Em tempo, em um dos reveses europeus benfiquistas, mais exatamente na final da Copa Europeia de 1990 disputada em Viena (derrota para o Milan por 1×0), o ídolo Eusébio foi à sepultura de Bela Guttmann para rezar pelo velho treinador que falecera em 1981 na mesma cidade. Reza a lenda que o craque teria pedido perdão ao húngaro em suas orações pelo não às pretensões financeiras do treinador em 1962. Parece não ter surtido efeito por ora.

DAVID LUIZ SELA PASSAGEM DO CHELSEA À FINAL DA LIGA EUROPA

Chelsea e Benfica fazem a final da UEFA Europa League em Amsterdã no próximo dia 15 de maio.

 

Os portugueses haviam perdido para o Feberbahce por 1×0 em Istambul, mas classificaram-se ao impor placar de 3×1 em Lisboa.

Já o Chelsea tinha, a princípio, situação mais tranquila devido à vitória por 1×2 como visitante contra o Basel suíço.

Contudo, os Blues sofreram inesperado revés inicial em Stamford Bridge com gol de Mohamed Salah no final do 1º tempo para os visitantes.

Foram necessários cerca de 10 minutos da etapa final para o Chelsea ratificar sua qualificação para a final da Liga Europa obtendo a virada por 3×1.

Apoteoticamente, David Luiz fechou o placar com belo gol colocado no ângulo. Confira.

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