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INTERNAZIONALE RENASCE COM RANIERI

Inter vence bem em Moscou

Diz o velho dito popular: rei morto, rei posto. Bom, o velho e sábio jargão pode ser aplicado à equipe da Internazionale. Mal foi exonerado Gian Piero Gasperini do comando técnico “nerazzuro”, eis que surge Claudio Ranieri.

 

Claudio Ranieri

E com Ranieri parece que tudo mudou na atmosfera interista.

 Em final de semana que teve os principais times da Europa atuando no sábado por causa da rodada vindoura da UEFA Champions League, a Inter venceu o Bologna fora de casa por 3×1 pelo campeonato italiano e emendou a mudança de fase com vitória sobre o CSKA Moscou por 3×2 também como visitante, já pelo grupo B da própria UCL.

 Jogando em Moscou, a Inter saiu na frente com gol do zagueiro Lúcio, ampliou com Giampaolo Pazzini, sofreu dois gols marcados por Alan Dzagoev (em falha do goleiro Júlio César) e Vagner Love e marcou o gol da vitória logo em seguida com Mauro Zarate que entrara no 2º tempo.

 Se a Inter havia jogado no incinerador seus três pontos iniciais em disputa contra o Trabzonspor em Milão, acabou de recuperá-los na sempre incômoda viagem para Moscou. Ponto para Ranieri que busca a confiança de Massimo Moratti e da torcida “nerazzura”.

 Na outra partida do grupo, o Trabzonspor recebeu o LOSC Lille e empatou em 1×1 e, surpreendentemente lidera com 4 pontos contra 3 de Inter e Lille e 1 do CSKA.

 

Franck Ribery contra a marcação do Manchester City

O FC Bayern de Munique passeou na Allianz Arena contra o Manchester City. Fez 2×0 e poderia ter feito outros gols. Mario Gomez foi o autor de ambos.

 Jogando com pleno domínio territorial, atacando com facilidade e com grande atuação de Franck Ribery e Bastian Schweinsteiger, os bávaros fizeram o goleiro do City, Joe Hart, trabalhar como nunca. Só que Hart sozinho não poderia parar o time alemão. Além do domínio, todos os rebotes dos chutes a gol eram alemães. Os ingleses pareciam dormentes em campo, não viram a cor da bola e foram incapazes de organizar jogadas de ataque. Vitória justa da equipe de Jupp Heynckes.

 Para piorar as coisas do lado do City, Carlos Tevez, escalado como reserva, recusou-se a ir a campo ao ser chamado pelo técnico Roberto Mancini. Resultado: a crise estourou no clube. Por um lado, o argentino insatisfeito por não ser utilizado como gostaria e desafiando seu treinador, por outro, Roberto Mancini afirmando que foi o fim da linha para o jogador. Imbróglio dos graves para o Manchester City. Eis o momento da chamada de Mancini e da recusa de Tevez.

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 A exemplo do Bayern, o Napoli recebeu o Villarreal e venceu também por 2×0.

 Em clima emocional, a equipe campanhola voltava a mandar um jogo de Champions League em seu estádio San Paolo. Marek Hamsik e Edinson Cavani de pênalti definiram o placar logo no 1º tempo.

 O Bayern lidera soberano o grupo A com 6 pontos, o Napoli fica com 4, Manchester City é a decepção com 1 e o Villarreal continua no zero.

 

Manchester United sofreu stress inesprado em Old Trafford

Surpresa no grupo C. O Manchester United vencia o FC Basel da Suíça por 2×0 com tranqüilidade em Old Trafford com dois gols em sequência de Danny Welbeck. Aí veio o 2º tempo e Alexander e Fabian Frei empataram também em dois gols seguidos e o stress tomou conta do experiente e desfalcado time de Alex Ferguson.

 Alexander Frei bateu pênalti aos 31 minutos e a surpresa tomou conta do Old Trafford. Virada no placar.

 O United se lançou ao ataque desesperadamente. Empatou na bacia das almas dos 45 minutos com Ashley Young e safou-se de derrota desastrosa em casa. Placar final de 3×3.

 Com o tropeço do United, o maior beneficiado foi o Benfica que foi a Bucareste, Romênia, e venceu o Otelul Galati por 1×0.

 Agora, na classificação, Basel e Benfica ficam com 4 pontos, Manchester United com apenas 2 e o Otelul Galati com zero. O Man U de Ferguson terá que correr mais que o previsto contra os campeões romenos para retornarem à disputa por vaga na próxima fase da Champions.

Real Madrid sem problemas frente ao Ajax

 Com grande atuação e gol de Ricardo Kaká, além de Cristiano Ronaldo e Karim Benzema, o Real Madrid venceu facilmente o AFC Ajax por 3×0 no Estádio Santiago Bernabéu. Jogo entre duas equipes que, em outros tempos, era um dos principais clássicos do futebol europeu.

 Kaká teve boa atuação e continua na luta pela recuperação técnica após sobreviver a inferno astral de lesões e cirurgias. O brasileiro foi substituído e elogiado no 2º tempo após José Mourinho e o resto do Bernabéu certificarem-se que a fatura estava ganha.

 Na França, o Olympique Lyon fez 2×0 no Dinamo Zagreb. Resultado garantido no 1º tempo que garantiu o 2º lugar dos franceses no grupo D com 4 pontos, deixando para trás Ajax (1 ponto) e Dinamo Zagreb (sem pontos). O Real Madrid lidera com 6 pontos sem dificuldades.

 Amanhã rola o complemento da rodada.

JUVENTUS: CASA NOVA, VIDA NOVA

Juventus party contra o Parma

Início dos sonhos na nova casa, o Juventus Stadium. Não poderia ter sido melhor, nem nas mentes mais otimistas entre o contingente de fãs da Juve. Foi exatamente o que aconteceu. Uma Juventus dos velhos tempos que não tomou conhecimento do adversário e que agiu com eficiência ao impor indiscutíveis 4 a 1 sobre o Parma neste domingo em Turim pelo campeonato italiano.

 Em domingo de fortes emoções, ídolos do clube como Alessandro Del Piero foram ovacionados pelo novo estádio. Na verdade, uma plêiade de ídolos tradicionais da Juve seria exaltada pelo público. Além de Del Piero, o técnico e ex-jogador do clube, Antonio Conte e o goleiro campeão do mundo Gianluigi Buffon.

 Mas, talvez o grande destaque da partida tenha sido um novo ídolo, Andrea Pirlo. O ex-milanista recém chegado a Turim roubou a cena do espetáculo.

 O gol inaugural ficou por conta do suíço Stephan Lichtsteiner. Simone Pepe, Arturo Vidal Pardo e Claudio Marchisio fecharam a conta. Sebastian Giovinco ainda diminuiria no final. Delírio total no Juventus Stadium e a promessa de bons ventos pelos lados de Piemonte.

 Se a Juventus esteve bem, os outros grandes não tiveram a mesma competência. Exceção feita ao Napoli, classificado para a Champions League e cheio de moral, que foi a Cesena e venceu os locais por 3 a 1, Internazionale e Roma perderam suas partidas iniciais, além do empate de sexta-feira do Milan com a Lazio.

 

Luis Enrique em apuros na Roma

Em Roma, a AS Roma do técnico espanhol Luis Enrique, deu vexame e perdeu para o Cagliari por 2 a 1. A Roma queria um técnico espanhol para aproximar o padrão de jogo do time ao futebol estratosférico do Barcelona. Para a missão quase impossível, nada melhor que trazer um ex-atleta do clube catalão. Aquela coisa, alguém com a mesma mentalidade dos homens do clube vencedor. Só que a Roma não é o Barça atualmente. Talvez até venha a ser no futuro a longo prazo, mas a aposta não está dando resultados até agora.

 A Internazionale foi a Sicília para enfrentar o Palermo e levou um 4 a 3 que irritou o goleiro brasileiro Júlio César. Fabrizio Miccoli, em grande atuação, marcou dois gols e tornou a vida do time de Milão um pandemônio logo no início da temporada.

 

 Premier League

 

Chicharito marcou 2 gols na rodada. Man U líder

Na Inglaterra continua briga de foice entre os rivais locais, Manchester United e Manchester City, pelo campeonato.

 Na rodada, o City fez 3 a 0 com o hat trick  de Sergio Kun Aguero. A equipe ainda se deu ao luxo de desperdiçar penalidade com Carlos Tevez.

 Melhor ainda fez o United. 5 a 0 contra o Bolton fora de casa com três gols de Wayne Rooney e mais dois de Javier “Chicharito” Hernandez.

 Mais modesto foi o Chelsea que venceu, também como visitante, o Sunderland por 2 a 1. Com o resultado, os londrinos ficam em terceiro no campeonato com 10 pontos, logo atrás da dupla de Manchester com 12.

 E o Arsenal? Bom, os Gunners juntam os caquinhos dos 8 a 2 contra o Man U. Venceram apenas por 1 a 0 o modesto Swansea City.

 

 Bundesliga

 Na Alemanha, parece que o FC Bayern começa a apagar de vez a má impressão da rodada inicial quando havia perdido em casa causando enorme decepção no torcedor bávaro.

 Jogando para quase 70 mil pessoas na Allianz Arena de Munique, a equipe da casa fez 7 a 0 no Freiburg e assumiu a liderança do campeonato com 12 pontos. Destaque para os quatro gols de Mario Gomez de mais dois de Franck Ribery.

 Também com 12 pontos está o Werder Bremen. O vice-líder derrotou o Hamburgo por 2 a 0.

 

 La Liga

 Na Espanha, o Real Madrid tornou-se líder do campeonato de dois times ao vencer o Getafe no estádio Santiago Bernabéu por 4 a  2.

 Já o Barcelona poupou alguns de seus craques na partida contra o Real Sociedadem San Sebastián. Vencia por 2 a 0 com gols de Xavi e Cesc Fábregas, mas não segurou o ritmo e cedeu o empate em dois gols. O Real Madrid agradeceu e tomou a dianteira do campeonato.

 

 PSG reage na Ligue 1

 Quando Leonardo, agora dirigente no Paris St. Germain, começou a recrutar jogadores de patamar superior às ambições que o clube demonstrava nos últimos anos, muita gente olhou todo o processo com suspeitas. E elas aumentaram com a estreia negativa do time na Ligue 1, o campeonato francês.

 Só que desta vez Javier Pastore, astro argentino trazido por Leonardo do Palermo, justificou o investimento e deu a vitória da equipe contra o Brest em Paris por 1 a 0. Vitória para Pastore e Leonardo.

 A liderança está com o Montpellier com 12 pontos, seguido de perto pelo time hegemônico francês nos últimos tempos, o Olympique Lyon com 11. O PSG tem 9.

 

 Champions League: Barcelona x Milan

 Em semana de clássico europeu entre Barça e Milan no Camp Nou vale informar que Massimiliano Allegri terá duas baixas consideráveis no elenco milanista: Robinho e, principalmente, Zlatan Ibrahimovic estão fora do jogão. Chato, pois para um confronto desses, o desejo de todos é ver ambas as equipes com força máxima.

 O Milan deverá jogar com a dupla Antonio Cassano e Alexandre Pato no ataque.

 Poderá a escola do catenaccio italiano frear o melhor time do mundo? Veremos.

QUANDO A METAFÍSICA ENTRA EM CAMPO

Retrato de Argentina x Uruguai

A filosofia aristotélica já tratava do assunto há séculos. Etimologicamente, metafísico é algo que vai além da física. Em sentido mais coloquial, popular, trata-se de algo abstrato, sutil e dotado de razão oculta. Traduzindo: quando o improvável acontece por alguma razão qualquer.

 Agora, imagine tudo isso aplicado à inexatíssima ciência do futebol. É prato cheio para o imponderável. E foi exatamente o que aconteceu no final de semana. Seja na Copa América, seja na Copa do Mundo feminina, os deuses do futebol deram as caras para determinar finais que desafiariam a vã e falível lógica humana.

 Copa América: favoritos fora

 Nas quartas-de-final da Copa América, alegria para Peru, Uruguai, Paraguai e Venezuela.

 Colômbia 0x2 Peru

 Que tal uma seleção chegando às quartas-de-final invicta e sem gols sofridos? Ainda mais quando essa seleção sai do grupo dos favoritíssimos anfitriões do evento, após tê-los enfrentado de igual para igual e, em muitos momentos, jogando melhor. Barbada! É a favorita. Bom, não é bem assim, não é Colômbia?

Colômbia e Peru em Córdoba

 

 Jogando em Córdoba, os colombianos entraram em campo com o mesmo planejamento de jogo de partidas anteriores, especialmente contra a Argentina. Só que esqueceram de avisá-los que o adversário do dia, o Peru, não era a Argentina e sequer jogava em casa. Portanto, o jogo colombiano de esperar o adversário no seu campo não funcionaria contra um time que também não queria saber de sair para jogar.

 A Colômbia se ligou da nova realidade somente no 2º tempo quando resolveu ir à luta e se lançar.

 Aos 20 minutos, Falcão García desperdiça pênalti. Dayro Moreno e Fredy Guarín bombardearam o gol peruano. Nada de gol. Prorrogação neles.

 No tempo extra, o Peru começou a gostar do jogo. Principalmente, quando Carlos Lobatón abre o placar aos 10 minutos, ainda na 1ª parte. Juan Vargas fechou o caixão colombiano aos 6 minutos do 2º tempo.

 Encerrada a aventura colombiana por terras porteñas. Outra vez, nadou e morreu na praia. A velha história de sempre: quando se imagina ser possível confiar na Colômbia, vem o tombo fatal. Peru classificado.

 Argentina 1 x 1 Uruguai

 O clássico mais antigo do mundo. Eis a reputação do duelo na cidade de Santa Fé que revivia a Copa América de 1987 disputada na própria Argentina. Clássico antigo, porém precoce nesta edição do evento, já que ambos passaram apenas em segundo lugar em seus grupos.

Argentina x Uruguai - momentos ásperos

 

 E foi jogão. Digno de todas as tradições de Argentina e Uruguai.

 Os visitantes abrem o placar com Diego Pérez logo aos 5 minutos de jogo. A partida prometia.

 Os argentinos não tardariam na reação. O gol de empate chegaria com Gonzalo Higuaín aos 17 minutos, de cabeça, após tentativa de Lionel Messi. O jogo pega fogo definitivamente.

 O Uruguai faz jus às suas tradições de garra e não se intimida com a atmosfera de pressão de Santa Fé.

 Aos 35 minutos, os uruguaios têm gol anulado. Aos 38, o autor do gol inicial, Diego Pérez, é expulso com segundo cartão amarelo. Aos 44 minutos, Diego Lugano encerra 1º tempo de gala com cabeceio no travessão.

 No 2º tempo, a Argentina volta com mais atitude. Lionel Messi, em boa apresentação, testa o goleiro Fernando Muslera. Angel di María faz o mesmo logo a seguir. O Uruguai era perigoso no jogo aéreo. Lugano quase chega lá com outro cabeceio aos 40 minutos. A seguir, Javier Mascherano é expulso. Fim dos 90 minutos de tirar o fôlego.

 Na prorrogação, os uruguaios voltaram a colocar as mangas de fora em duas oportunidades com Álvaro Pereira e Luis Suarez.

 Nos pênaltis, Carlos Tevez, que entrara no 2º tempo regulamentar, perde sua cobrança. Uruguai classificado, Argentina fora. Assim como em 1987, quando o Uruguai encarou e derrotou por 1 a 0 a Argentina de Diego Maradona através de gol de Antonio Alzamendi que pode ser revisto abaixo.

 Para a Argentina fica a indagação: Demitir Sergio Batista? Recolocar Diego Maradona no cargo? Nada contra Maradona, mas o “Pibe” mostrou-se perdido nas convocações e escalações em diversas ocasiões nas últimas eliminatórias. A Argentina de Batista venceu importantes amistosos contra Espanha e Brasil. Precipitação no calor da eliminação.

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 Time da CBF 0x0 Paraguai

 La Plata mais uma vez recebia o time da CBF. Mais uma vez os brasileiros enfrentariam os paraguaios. Empate por 2 a 2 na fase de grupos em jogo equilibrado.

Os milagres de Villar

 

 Mas, se naquela oportunidade o Paraguai fizera frente aos brasileiros, o que se viu no último domingo foi um bombardeio amarelo no gol de Justo Villar. E foi Villar, e somente ele, que fez frente aos brasileiros dessa vez.

 Chances de gol criadas com Alexandre Pato, Neymar, assistências de Paulo Henrique Ganso, egoísmo de André Santos. Todas as investidas brasileiras paradas nos pés e nas mãos de Villar ou na trave paraguaia.

 Justiça seja feita, o time da CBF fez boa partida. Só que futebol não é apenas isso. A bola tem que entrar. E os brasileiros pecaram na conclusão a gol. Final 0 a 0.

 As penalidades foram episódio à parte na odisseia brasileira em terras argentinas. Sim, gramado ruim, região da área onde está a marca penal ainda pior. Areia demais em campo para esconder defeitos no gramado. Fato surpreendente em se tratando de Argentina. Afinal, não é o que se vê em partidas do campeonato local ou da Libertadores. Clima de inverno adverso? Pode ser, mas sempre foi assim lá nesta época do ano. Portanto, sem desculpas para o gramado. Falha de organização.

 Elano jogou a bola em Plutão. Coisa para os astronautas da Atlantis chamarem a base na Terra ao melhor estilo “Houston, we have a problem!”. Falharam também Thiago Silva, André Santos e Fred. Foi o grotesco em exposição. Se houve algo digno de vergonha para os brazucas, que fique claro, foram as penalidades toscas.

 Os paraguaios se adaptaram mais rapidamente ao gramado. Na dúvida, bateram forte. Nada de chutes colocados com pose de firula à brasileira. Foram duas cobranças na raça de Cristian Riveros e Marcelo Estigarribia. Paraguai classificado para delírio de Larissa Riquelme. A metafísica entrou em ação, quiseram os deuses do futebol que passasse o Paraguai sem ter sido o melhor.

 Time da CBF fora e vem o de sempre no pós-eliminação: avalanche de críticas. Assim como no caso argentino, pontos a ponderar: demitir Mano Menezes? Exagero. Menezes mostrou serviço no Corinthians e no Grêmio. Passa pelas agruras de técnico-funcionário da CBF como todos os seus antecessores. Todos questionados em algum momento. É o preço do cargo. Talvez seja o caso de admitir que o futebol brasileiro não seja mais o melhor tecnicamente. Não pela partida contra o Paraguai do último domingo. Tivesse passado o time da CBF, a conversa geral seria outra agora. A questão é o processo de assassinato da galinha dos ovos de ouro a conta-gotas. O modelo brasileiro de fabricação de talentos para exportação começa a se esgotar. Algo deve ser feito para reverter o fluxo. A economia do País já permite passos iniciais. Falta livrar-se de mazelas políticas do futebol local.

 Chile 1×2 Venezuela

 O jogo entre a seleção visitante com torcida mais apaixonada contra a  seleção sensação do torneio. Era o que prometia o jogo de San Juan.

Vizcarrendo para marcar

 

 A Venezuela foi melhor no 1º tempo, justificando a boa fase. O gol do time ex-cachorro morto da América do Sul veio aos 34 minutos com Oswaldo Vizcarrendo em cabeceio preciso.

 O Chile não tinha ligação para o ataque. Problema corrigido pelo técnico Cláudio Borghi na 2ª etapa com o palmeirense Jorge Valdívia em campo.

Os chilenos passaram a dominar o jogo. Valdívia quase fez ao acertar o travessão. Em seguida, Humberto Suazo recebe na área e acerta o alvo. Tudo igual em San Juan.

 Mas era dia venezuelano novamente. Gabriel Cíchero, aos 35 minutos, aproveita sobra de bola após falta de Arango, ninguém tocar na bola e o goleiro Claudio Bravo rebater. Gol fortuito, mas que garantiu a manutenção da surpresa. Venezuela nas semifinais.

 Copa do Mundo feminina: Japão campeão na superação

 Estados Unidos e Japão fizeram a final da disputada Copa do Mundo feminina na cidade de Frankfurt, Alemanha.

Japão levanta a taça: never say die!

 

 Liderada pela bela e competente goleira Hope Solo, a seleção estadunidense entrou em campo com o favoritismo de bicampeãs do mundo e notória aplicação tática em campo.

 As japonesas eliminaram a favorita e anfitriã Alemanha e a boa seleção da Suécia.

 E foi domínio total dos Estados Unidos no 1º tempo. Diversas oportunidades perdidas. Seleção americana jogando de forma diferente dos jogos contra Brasil e França. Se antes as americanas esperaram as adversárias no seu campo e marcaram muito, contra o Japão a iniciativa de jogo foi a tendência.

 Terminar o 1º tempo no 0 a 0 foi o primeiro grande pecado americano na final. O jogo poderia ter sido definido em 45 minutos. Não foi o que aconteceu.

Saki Kumagai converte sua cobrança. Hope Solo tentou sua mágica. Sem sucesso para a americana

As estadunidenses continuaram melhores na 2ª etapa, mas as japonesas começaram a gostar do jogo também e já davam sinais de vida. Hope Solo, que não viu a bola no 1º tempo, começou a se movimentar.

 Os Estados Unidos abriram o placar aos 24 minutos em bela conclusão de Alex Morgan aproveitando lançamento de longa distância. Parecia o fim do Japão.

 Mas, a defesa americana, sólida até então, bateu cabeça e Aya Miyama pôs para o gol aos 35 minutos. O Japão conseguira sobrevida e novo ânimo.

 Na prorrogação, os Estados Unidos ainda atacavam, mas não mais tão incisivamente como antes. Abby Wambach, mestre no jogo aéreo, fez mais um de cabeça. Parecia novamente o fim das japonesas.

Solo aplaudida, acena desolada para a galera

Aí surgiu o talento de Homare Sawa. Gol marcado após corner. Quase sem ângulo. Tudo isso a 3 minutos do final. As japonesas conseguiram levar o jogo para as penalidades.

 Neste momento, o lado metafísico deu as caras em Frankfurt. É como se o poder superior dissesse: “ei Estados Unidos, todos viram que vocês têm o melhor time, mas hoje vai dar Japão, afinal o país já sofreu demais neste ano! Elas merecem!”

 E foi o que aconteceu. Shannon Boxx, Carli Lloyd e Tobin Heath erraram as cobranças. Hope Solo ainda fez sua mágica ao defender penalidade de Yuki Nagasato. Em vão. Japão campeão.

 Méritos para a seleção que enfrentou e derrotou ao menos três seleções favoritas no mundial. Que o título traga alento para o país do sol nascente, vitimado por tragédias naturais (terremotos e tsunami) e nucleares (vazamento da usina de Fukushima).

80 MILHÕES DE EUROS POR TEVEZ

Carlitos Tevez está a caminho do Corinthians.

Torcedor sempre teve coração de mãe e lá sempre cabe mais um ídolo. De algum tempo para cá o conceito de ídolo meio que se deformou. Talvez pela ação mercantilista que impede jogadores de fincarem suas raízes ou pela ação do que hoje é chamado de “staff” dos jogadores. Gente que vislumbra uma transação por temporada , afinal é nelas que eles faturam alto. As vezes pela falta de comprometimento do próprio jogador.

Fato é que hoje qualquer discurso pouco mais inflamado transforma o cara em ídolo. Um título que o sujeito ajude o clube a conquistar já o eleva a uma condição que ídolos de outras épocas levavam anos e títulos em seqüência para atingir.

Quem tem que dizer se Kleber é ídolo é o palmeirense. Quem tem que dizer se Luis Fabiano é ídolo é o são paulino. A mesma coisa acontece com Carlitos em relação aos corintianos. O que esses torcedores precisam na verdade é tentar encaixar esses ídolos de hoje em um contexto histórico. Comparar Kleber com Ademir da Guia e Marcos. Luis Fabiano com Pedro Rocha e Ceni. Carlitos com Sócrates e Marcelinho Carioca.

Não quero pautar o sentimento de cada um. Mas posso sim argumentar o quanto é válida essa relação com os ídolos de hoje. O quanto valem esses ídolos de hoje.

A bomba sobre o retorno de Tevez ao Corinthians estourou na noite de ontem. Os valores beiravam os inacreditáveis 93 milhões de reais.

O Corinthians não desmentiu. Tevez fez coro pelo retorno. O Manchester City é que parece não estar ainda muito afim. Ainda…

O repórter Leandro Quesada, da Rádio Bandeirantes, trouxe ao final da tarde a informação de que os verdadeiros valores da negociação extrapolam em muito os já extrapolados 93 milhões de reais, e chegam a casa dos 80 milhões de euros (OITENTA MILHÕES DE EUROS), sendo 40 milhões pagos ao Manchester City e mais 40 milhões em salários ao jogador, que receberá o montante em valores progressivos , temporada após tenporada., saindo com 6 milhões no 1º ano e atingindo os 10 milhões na 5ª temporada.

Andrés Sanchez foi entrevistado por Leandro Quesada e não desmentiu a informação. Disse apenas que a negociação irá comprometer os próximos 4 anos dos direitos de transmissão da TV, além de agregar ações de marketing e patrocinadores exclusivos. Confira a matéria completa no blog do Quesada:

http://blogdoquesada.blogosfera.uol.com.br/2011/07/12/tevez-no-timao-um-negocio-de-80-milhoes-de-euros/

Para termos de comparação, basta dizer que a multa contratual de Neymar com o Santos é de 45 milhões de euros. “Apenas” 5 milhões a menos do que o Corinthians pretende investir em Tevez. Especulações dão conta de que o Real Madrid ofereceu ao santista um salário próximo dos 5 milhões de euros anuais.

Atualmente com 27 anos, ao final dos hipotéticos 5 anos contratuais Tevez terá 32 anos. Neymar com atuais 19, ao final dos mesmos 5 anos terá 24 anos.

Neymar não tem nenhuma chance de se transferir para o Corinthians. Foi apenas um exemplo, usando alguém que é apontado como a maior revelação do futebol brasileiro dos últimos anos e o futuro melhor jogador do mundo.

Tevez é muito bom jogador, mas não é um virtuoso, não é genial e já atingiu o seu ápice no futebol – belo ápice, diga-se de passagem. Tevez também nunca cumpriu mais do que 2 anos de contrato em nenhum dos clubes por onde passou.

Que tecnicamente a contratação é ótima, não restam dúvidas.

A pergunta que fica é: Vale tudo isso?

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Em tempo: Os clássicos Palmeiras X Flamengo e Corinthians X Botafogo, marcados para o próximo domingo, correm o risco de serem remanejados para a quarta-feira seguinte, podendo ser às 19:45 ou às 21:45, de acordo com os interesses da televisão. Para que isso ocorra, basta a seleção da cbf vencer o Equador e se classificar para a próxima fase da Copa América.

Apesar de enfadonha e sem graça, acho que o time de amarelo que carrega 5 estrelas conquistadas em tempos onde ela do Brasil deverá ganhar e se classificar. Mas não custa nada torcer, né?

Vai, Equador!

Cheers,

MAIS UM FIASCO ARGENTINO NA COPA AMÉRICA

Burdisso faz pênalti ignorado pelo árbitro

E continua o martírio dos favoritos da Copa América. Exponencialmente pior quando o favorito em questão é time anfitrião. Piore o exponencialmente pior quando acontece com o anfitrião pela segunda vez. Foi o que aconteceu ontem em Santa Fé. A Argentina, jogando rigorosamente pouco, apenas empatou sem gols com a Colômbia que teve tudo para vencer.

 A partida começou com a Argentina tomando a iniciativa e a Colômbia na defesa e rápida nos contra-ataques. A primeira chance foi colombiana. Aos 19 minutos, Dayro Moreno cruzou para Gustavo Adrián Ramos perder na pequena área.

 A Argentina seria beneficiada após erro do árbitro brasileiro Sálvio Spínola Fagundes aos 25 minutos. No lance mais incrível da partida, Gabriel Milito recua mal, Ramos recupera, avança ao gol e é derrubado na área por Nicolas Burdisso. Pênalti que deveria ser marcado com ou sem vantagem. Na sequência, Dayro Moreno chuta para fora com o gol aberto.

Sergio Batista tentando de tudo para fazer sua seleção jogar

As coisas não estavam boas para os anfitriões. O time detinha a posse de bola, mas os jogadores permaneciam imóveis em campo. Para complicar, nada de chutes a gol. Enquanto isso, a Colômbia, fria e ligada no jogo, mantinha-se bem colocada na defesa e armava jogadas rápidas de contra-ataque. Lionel Messi e Carlos Tevez não se entendiam na frente. Faltava jogo coletivo da Argentina.

 Chegou a segunda etapa e a Argentina conseguiu ameaçar a meta adversária, mas somente através de chute rasteiro de longa distância de Javier Mascherano que Luiz Martinez espalmou sem ninguém no rebote.

 Sergio Batista tentaria mudar a sorte de sua equipe ao promover as entradas de Sergio Aguero, Gozalo Higuaín e Fernando Gago. Sem sucesso. O panorama da partida era o mesmo. Posse de bola argentina, sem objetividade, sem jogo coletivo. E futebol sempre tem o aspecto emocional. Time favorito, dono da casa, o melhor jogador do mundo nas fileiras, tempo passando e não rolando nada após estreia com empate frustrante. Sem erro, a seleção argentina se enervava a cada minuto que transcorria.

Messi impotente na seleção argentina

Aos 35 minutos, lance emblemático de Messi e da Argentina. Cobrança de falta que o melhor do mundo manda para longe do gol. Não é a Argentina da qual se esperava tanto e, principalmente, não é Lionel Messi do qual se esperava ao menos um pouco da magia que proporciona no Barcelona. Situação do craque argentino que faz lembrar Rivaldo na seleção brasileira antes de 2002, craque no Barça e decepção na seleção de seu país.

 Ao final 0 a 0, os rostos transtornados do técnico Sergio Batista e de seus comandados expressam bem os ânimos porteños a estas alturas da Copa América. Colômbia líder com 4 pontos, Argentina somente com 2 e no aguardo do que ocorrerá no complemento da rodada de seu grupo quando Bolívia e Costa Rica se enfrentam.

 Antes de Argentina e Colômbia, jogaram, valendo pelo grupo C, Uruguai e Peru. O empate de 1 a 1 dos uruguaios, após saírem perdendo o jogo, indicara a tendência de sofrimento do trio favorito para a competição (Argentina, Brasil e Uruguai).

 Milagrosamente, Chile e México fizeram partida com três gols! E deu Chile de virada: 2 a 1. Ainda assim, não deixa de ser um resultado apenas razoável para os chilenos, considerando que enfrentaram uma seleção mexicana sem diversos titulares, praticamente um time sub 21.

 Balanço parcial da Copa América: sofrível até o momento, com seleções e alguns principais craques decepcionantes.

 Já que a escassez de gols tem sido a regra na Copa América, que tal dar uma olhada em jogo de goleada? E foi nos Estados Unidos, mais precisamente no que talvez seja o primeiro estádio americano construído para o “soccer”, o Red Bull Arena, na cidade de Harrisson, Nova Jersey, próximo a Nova York. O jogo é entre New York Red Bulls (sim, a marca de bebida energética austríaca não vive somente de Fórmula 1) e o Toronto FC, válido pela Major League Soccer (MLS). A equipe de Nova York, que conta com o veterano francês Thierry Henry, não deu mole e goleou por 5 a 0. É só checar a seguir.

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