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Ainda no topo

O Corinthians conseguiu ganhar do Cruzeiro. Um resultado magro, 1 a 0, mas eficiente. Deste resultado, podemos tirar algumas conclusões:

Paulinho marcou o gol da vitória sobre o Cruzeiro

Desta vez, não teve ninguém do time mineiro reclamando de arbitragem, não teve jogador abandonando o campo, nem teve quem dissesse que o Corinthians é um time comum, nem mesmo dizendo que já passou pelo Timão e que sabe como são as coisas por lá.

Mas é importante dizer: não houve tentativa de manipulação de resultado, nada disso. O que parece ter havido foi mesmo falta de qualidade na arbitragem. Talvez por se sentir pressionado, o juiz acabou se confundindo em alguns lances duvidosos (a bem da verdade, para os dois lados, embora o Corinthians tenha sido mais prejudicado).

No entanto, o que foi determinante mesmo foi a má fase vivida pelo Cruzeiro. O time mineiro foi dominado durante praticamente o jogo todo pelo Alvinegro, e só não foi goleado porque Fábio fez boas defesas. Boas defesas também foram vistas do outro lado, pelo hoje incontestável Julio César. O goleiro corintiano vive uma boa fase.

Sobre o pênalti, não há praticamente nada que possa ser dito, a não ser o que as imagens já mostraram. No fim das contas, Montillo, que vive um drama pessoal com a internação de seu filho, acabou batendo o pênalti ao estilo de Roberto Baggio na Copa de 94. Nada que amenizasse a revolta de Tite, que acabou sendo expulso por reclamação. Deve ter sido bom para o treinador, que dessa maneira teve a oportunidade de se livrar das cusparadas da torcida cruzeirense.

Para o jogo contra o Internacional, no próximo domingo, o Timão terá o desfalque dos laterais-esquerdos: Fábio Santos ainda está em tratamento de uma contusão, e Ramon está suspenso. As opções de Tite são dois improvisos: Welder, lateral-direito ou Leandro Castán, zagueiro. Acredito que a segunda opção seja a mais válida, já que Castán parece mais seguro, já que atua pelo setor esquerdo da zaga. Nas ocasiões em que atuou por ali, Welder não foi bem. Além disso, o ponto positivo é que temos boas opções para compor a zaga, com Wallace ou até mesmo (por que não?) o renegado Chicão.

Embora seja hoje o líder do campeonato, o Timão corre o risco de ser ultrapassado pelo Botafogo, que vai jogar contra um Santos desinteressado, que não deve fazer esforço algum pra ajudar o Corinthians a se manter na liderança.

Fiquem com o mestre George Harrison e sua “I got my mind set on you”. Abraços!

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ADILSON É A 4ª CABEÇA A ROLAR EM MENOS DE 2 ANOS NO SÃO PAULO

-Tremenda asa negra esse Atlético GO na vida de Adilson Baptista. Após seu Corinthians perder do time goianiense por 4X3 no BR10, Adilson foi demitido. Ontem seu São Paulo levou de 3X0 e mais uma vez o treinador teve seu trabalho interrompido pela cartolagem ávida por resultados.

-Desde a queda de Muricy Ramalho, 4 (QUATRO) técnicos passaram pelo tão “organizado” São Paulo: Ricardo Gomes, Sérgio Baresi, Paulo Cesar Carpegiani e Adilson Bapstista.

-O problema são os técnicos ou quem os trazem? JJ não olhou para os últimos trabalhos de Adilson? Não notou que em menos de 2 anos o treinador foi demitido 3 vezes?

-Muricy era tricampeão brasileiro e foi demitido 6 meses após o tri, já na gestão de JJ, já na nova forma de conduzir o clube, com reeleições a partir de quebras estatutárias.

-Quando é que a direção são paulina virá a público assumir os próprios erros? Até quando a pseudo organização tricolor será usada para mascarar o que de errado acontece dentro do clube?

-E pensar que no dia anterior a queda de Adilson eu participei de uma coletiva com o futuro técnico são paulino.

Fim de feira

Moradei foi infeliz nos dois lances capitais do jogo contra o Botafogo.

Numa de nossas conversas no grupo do Ferozes FC no Facebook, João Paulo Tozo cravou que este é o campeonato com o mais baixo nível técnico dos últimos anos. Realmente, os clubes parecem estar contando os dias para o ano acabar, e essa disputa ponto a ponto entre os times no topo da tabela tem um quê de apática e desinteressada. Um clima de “tanto faz”. Tanto é verdade, que a maioria dos clubes já começa a revelar seu planejamento para o próximo ano.

Montillo seria uma boa opção no meio de campo corintiano?

Prova disso é a informação de que o Corinthians estaria interessado na contratação do meia Montillo, do Cruzeiro, time que enfrenta uma crise monstruosa, e que corre sério risco de disputar a série B no próximo ano. Segundo circula por aí, o Timão inclusive cogita usar Jorge Henrique como moeda de troca na transação envolvendo o meia argentino. Especulações à parte, está claro que falta ao Corinthians um meia que atue pelo lado direito, além do fato dos atuais donos do meio de campo alvinegro atuarem melhor quando jogam avançados. A armação das jogadas fica um tanto prejudicada. Não resta dúvida que a contração do argentino seria uma boa. Eu preferiria que JH ficasse no Corinthians, mas se este fosse o preço para ter um bom jogador, não me oporia. Vamos ver no que dá.

Outro nome especulado foi o do rebeldinho Kléber “cotovelo”… ops, digo “gladiador”, em sério litígio com o Palmeiras, depois de vários desentendimentos, que chegaram ao ápice na discussão a respeito da confusão que envolveu o volante João Vitor. Sinceramente? Além de não enxergar necessidade alguma de um jogador como Kléber no elenco corintiano, ainda acho que não vale a pena investir em um jogador caro e com um histórico de indisciplina e atitudes duvidosas.

Também em crise em seu clube atual, o Manchester City, Carlitos Tevez voltou à pauta no Timão.  Neste caso, a diretoria não nega o interesse em sua contratação, mas para isso o valor de seu passe teria de ser reduzido. Aparentemente, o caso parece caminhar para um acordo entre Tevez e seu treinador Roberto Mancini, culminando em sua reintegração ao elenco do City. Ou também a possibilidade – mais realista, convenhamos –  de Carlitos acertar com algum outro time europeu .

Além destes, fala-se na contratação do volante Guilherme, da Lusa, e do atacante Osvaldo, do Ceará, também pretendido pelo São Paulo.

Enquanto isso, os holofotes se dividem entre as fanfarronices do presidente Andres Sanchez e os altos e baixos do time comandado por Tite. E a liderança caiu no colo do Timão outra vez, por conta do empate do Vasco contra o Atlético-PR.

Confesso que peguei no sono assistindo ao jogo contra o Botafogo, logo após o gol do Loco Abreu, e não sei o que opinar sobre a partida. Só sei que era pedir demais que Moradei fizesse duas partidas seguidas jogando bem. Pelo que soube, os dois gols do Botafogo foram desviados por ele. Aí fica difícil.

Hoje na trilha, uma versão ao vivo de “Stripsearch”, do Faith no More. Abraços.

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Deve ser a tal retomada

Seja por teimosia ou estratégia, Tite parece ter encontrado a formação ideal.

Era difícil de acreditar que um time pudesse jogar bem com dois meias canhotos (Alex e Danilo) e com um atacante que virou meia (Jorge Henrique), ainda mais com a atribuição de ajudar na marcação dos adversários. Mas deu certo. Tite foi teimoso, insistiu no tal esquema, e agora colhe os frutos desta teimosia. O problema parecia estar na defesa, e o treinador elegeu Chicão como a peça a ser sacrificada em nome da volta ao equilíbrio desejado. Aliás, “equilíbrio” é uma das palavras preferidas do nosso estimado Adenor. Mas a palavra que quero lembrar aqui não é essa, muito menos a famosa “treinabilidade”, que motivo uma série de piadas e até um perfil falso do treinador no Twitter. A palavra a ser lembrada aqui é a tal “retomada”. Foi o que pudemos perceber no jogo contra o Atlético Goianiense. Em seu sentido literal, o Corinthians lutou pela retomada de seu objetivo – no caso, a liderança do campeonato. É claro que o principal obstáculo para a concretização deste objetivo, o Vasco da Gama, também colaborou, tropeçando diante do Internacional. Mas é inegável que o Timão fez por merecer, já que fez um primeiro tempo impecável neste domingo, garantindo o resultado positivo e administrando-o no segundo tempo. Willian fez um golaço. Alex e Danilo (este, numa fase incrível) mostraram estar se entendendo muito bem. Moradei não comprometeu, e ainda foi ajudado por Paulinho, que fez um jogo mais discreto, sem avançar muito ao ataque. A zaga alta composta por Paulo André e Leandro Castán esteve bastante segura, sendo que este último ainda teve a oportunidade de fazer um gol, num lance oportuno. O ponto negativo ainda continua sendo nas laterais, já que Alessandro continua mostrando falta de fôlego nas subidas pela direita, e na esquerda Fábio Santos continua com certa mania de cair pelo meio, deixando uma avenida pelo seu lado. Mesmo assim, não chegou a causar perigo.

E eis que o Imperador estreou pelo Corinthians! Visivelmente sem ritmo e ainda acima do peso, Adriano foi apenas um espectador dentro de campo. Deu tempo de tentar alcançar um passe mal pensado de Ramirez (que poderia até driblar o goleiro no lance), mas acabou não chegando. Valeu pela festa.

Contra o Botafogo, parece que Tite resolveu relacionar Chicão para o banco (coincidentemente ou não, o ex-capitão assistiu o jogo contra o Atlético-GO junto com o presidente Andres Sanchez). Enfim, parece que o treinador resolveu tentar manter o grupo unido em nome de uma boa campanha no Brasileirão. Vamos esperar que dê certo.

Fiquem com o encontro entre dois gênios chamados Stevie: o Wonder e o Ray Vaughan, numa belíssima versão de “Superstition”.

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SANTOS 1X0 PALMEIRAS. E QUE ACABE LOGO O BR11.

De erros e acertos vivemos nossos dias, nossas condutas, nossas escolhas. Ser humano é errar e com eles aprender a acertar. No futebol erra o atacante que não faz gol, o meia que não arma, o zagueiro que erra o bote, o marcador que não sai do chão na bola cruzada na área, o goleiro que leva gol em bola defensável, o técnico que erra na escalação, na armação, nas alterações do time.

As vezes o seu acerto passa despercebido pela imersão em um mundo de erros, em um universo de avessos.

Considerei um acerto de Felipão a escalação de três zagueiros diante do Santos, na Vila Belmiro. Oras, o seu Palmeiras não bate no América, não vence o Atlético GO com dois jogadores a mais, óbvio então que diante do campeão da América a dificuldade seria maior. Óbvio que após todos os mandos desmandados pelos comandados sem horizonte, Felipão deveria se precaver, pensar antes em não perder.

Óbvio que isso não é Palmeiras. Mas há anos que o Palmeiras não é Palmeiras.

Ao Santos o BR11 é um mero estorvo até os dias do tão sonhado Mundial. Enfrentar os times do BR11 não muda nada quando se tem em mente o Barcelona.

Sobre o Peixe eu digo há tempos, tire o Neymar e o Santos vira um time comum, dentro da média dos clubes brasileiros, que infelizmente é baixa.

Sobre o Palmeiras eu também digo há tempos. Os pseudos ídolos não acrescentam nada. A média brasileira vale então ao Palmeiras também. Só não vale a confiança de Felipão.

Na escolha dos três zagueiros acertou Felipão. Nas trocas de 6 por meia dúzia, nas trocas de volante por lateral direito, em tese errou, mas pergunto: Mesmo que quisesse, dava para acertar?

O que seria acertar neste caso? Colocar o time pra frente com o que? Com quem?

Felipão tentou então trocar o “seis” por uma “meia dúzia” que funcionasse melhor.

Muricy sem a metade do seu time que veste a camisa 11 ainda tinha um Borges no qual apostar. O Borges que subiu sozinho, em meio aos três zagueiros, mais os três volantes do Palmeiras e cabeceou sozinho, ainda quase permitindo ao único ótimo do alviverde, Deola, operar um milagre.

O Palmeiras precisa torcer para o ano acabar logo. Precisar torcer para que seja contratado o quanto antes um diretor remunerado que blinde o treinador, seja Felipão ou o Zé da Esquina. Precisa também, depois de tudo isso, pensar como Palmeiras e trazer jogadores dignos de ser Palmeiras.

Ao Santos resta torcer para o BR11 se arrastar. Para que Ganso se recupere e que Neymar seja mais Neymar do que tem sido, para então sim imaginar fazer alguma frente ao Barcelona.

A meu ver, o nível do futebol brasileiro é lastimável. O melhor time do país não faz cócegas ao melhor do mundo. Mas ainda assim, com desfalques e tudo, pouco precisou suar para vencer o alviverde imponente de história, impotente de jogo.

O Santos não irá cair, assim como Palmeiras irá se arrastar até o final desse BR11.

Despeço-me da camaradagem feroz ao som do Stone Roses – Love Spreads

Cheers,