Contratado de maneira provisória para dirigir o Chelsea FC apenas até o final da temporada atual, o técnico espanhol Rafael Benítez desembarcou em Londres sob fortíssima pressão em novembro após derrota dos Azuis frente aos campeões italianos da Juventus por 3×0, em partida válida pela UEFA Champions League, seguida pela demissão de Roberto Di Matteo do comando da equipe.
Pressão, principalmente, pelo fato de Benítez ter seu nome fortemente atrelado ao rival Liverpool, além da simpatia que Di Matteo gozava entre os torcedores do Chelsea.
De fato, mal começava seu trabalho e Rafa Benítez já tinha sobre suas costas recepção mais que hostil em Stamford Bridge por parte dos fãs. Cartazes com dizeres como “Fora Rafa” eram vistos pelas cadeiras do estádio do clube.
Mas, contra tudo e contra todos, Benítez iniciava as atividades e, não à toa, repetia à imprensa que sua maior preocupação era fazer o ataque do time funcionar. Era claro sinal de que as características defensivas do Chelsea do ítalo-suíço Roberto Di Matteo estavam com os dias contados.
Se o que tirava o sono de Benítez era a ineficiência ofensiva, agora o espanhol pode começar a dormir em paz. A vitória de hoje, de virada, por 2×1 sobre o Everton em Goodison Park marcou a sétima vitória do Chelsea sob o comando do treinador com 29 gols marcados e 9 sofridos em 11 jogos.
Neste domingo, em jogo eletrizante, Steven Pienaar abriu o placar para os anfitriões logo a 1 minuto de jogo. Mas, Frank Lampard marcaria duas vezes para decretar a virada dos campeões europeus.
Justamente Frank Lampard, 34 anos, que poderia ser dispensado pelo clube ao final da temporada, segundo rumores da imprensa inglesa.
De qualquer modo, com Lampard, Rafa Benítez já obteve feitos nada desprezíveis na sua até agora curta passagem pelo Chelsea. São três goleadas, contra Nordsjaelland, Aston Villa e Leeds United (6×1, 8×0 e 1×5) e a recuperação do 3º lugar na classificação da Premier League, deixando em aberto as possibilidades de alcançar os líderes de Manchester, United e City.
Goleadas sobre adversários frágeis? Sim, pode ser, mas, fato é que sequer isso os Blues conquistavam antes. Goleadas inclusas, o Chelsea de Rafa Benítez tem 7 vitórias, 2 empates e duas derrotas (uma delas na final do Mundial de Clubes para o Corinthians).
Falando sobre os times de Manchester, pela mesma 20ª rodada da EPL, o United venceu em casa o West Bromwich por 2×0, com gol decisivo de Robin Van Persie nos acréscimos. Agora, o United chega aos 49 pontos, mantendo-se tranquilo na liderança, e Van Persie soma 14 gols no campeonato.
Após surpreendente derrota para o Sunderland, o vice-líder City teve compromisso mais difícil fora de casa contra o bom Norwich City e teve que tomar todos os cuidados para garantir vitória por 4×3. Os anfitriões do Norwich revelaram-se tinhosos e não permitiram que os Citizens se descolassem no placar com Russell Martin marcando duas vezes, assim como Edin Dzeko que teve início arrasador marcando dois gols em 5 minutos de partida. O City alcança 42 pontos na tabela.
Outro que obteve grande resultado foi o Tottenham Hotspurs de André Villas Boas que derrotou, de virada, o mesmo Sunderland, que havia derrotado o Manchester City, por 2×1.
Os Black Cats saíram na frente com John O’Shea aos 39 minutos. Antes do intervalo os Hotspurs empataram de pênalti com Carlos Cuéllar e obtiveram o gol da vitória na etapa final com Aaron Lennon. O Tottenham é o 4º colocado com 36 pontos.
Já o 5º colocado Arsenal aplicou espantoso placar de 7-3 sobre o Newcastle com destaque para Theo Walcott, que marcou duas vezes e teve grande atuação, em momento de difícil relacionamento entre o jovem atleta de 23 anos e o clube. O problema é não sinalização de renovação de contrato de Walcott, que expira no próximo verão setentrional, por parte do Arsenal até o momento.
Em semana de UEFA Champions League, as principais equipes europeias foram a campo pelos seus campeonatos nacionais no sábado e protagonizaram momentos que variaram desde a renovação de esperanças para alguns até a percepção de que nem tudo são flores para outros. Entre os maiores destaques estão desde a expulsão de Zlatan Ibrahimovic na França até o polêmico pedido da camisa de Robin Van Persie por parte de André Santos na Inglaterra.
Premier League
O maior destaque da 10ª rodada do Campeonato Inglês ficou por conta do clássico entre Manchester United e Arsenal em Old Trafford com vitória final dos anfitriões Red Devils por 2×1 sobre os Gunners.
Os holofotes estavam sobre o atacante holandês Robin Van Persie que enfrentava pela primeira vez sua ex-equipe, lembrando a polêmica saída do craque da equipe de Londres.
E foram necessários menos de 3 minutos para que Van Persie marcasse contra seu ex-clube. Mas, não bastassem as faíscas que voavam ao redor do confronto, eis que o brasileiro André Santos resolveu acender de vez a fogueira e iniciar o mega incêndio que se alastrou no mundo do futebol inglês ao pedir a camisa do artilheiro holandês como recordação logo após o final do 1º tempo de jogo.
Procedimento mais que corriqueiro na América do Sul, trata-se de algo pouco ou nada compreendido no mundo europeu, ganhando ares de revolta por parte dos jogadores e da torcida do Arsenal devido à fraca atuação do brasileiro e do restante do time na partida seguida da derrota final.
Wayne Rooney perderia penalidade e, no 2º tempo, Patrice Evra ampliaria para o United com os visitantes marcando seu gol de honra nos acréscimos com Santiago Cazorla.
Ao final, liderança isolada para o United na EPL e princípio de crise pelos lados do Arsenal.
O técnico Arsène Wenger, também criticado, precisou vir a público nesta segunda-feira para defender André Santos. Antes de tudo, o ex-corintiano desculpou-se pelo ato perante o grupo. Em seguida, Wenger tentou colocar panos quentes no imbróglio.
Segundo o treinador francês, a intenção é não fazer tempestade em copo d’água em relação ao episódio, já que ele está ciente da prática comum de troca de camisas entre os sul-americanos. Contudo, deixou claro que é algo que um inglês ou um francês (como ele, Wenger) têm dificuldade de entender.
De resto, Wenger elogiou o comportamento de André Santos ao afirmar ser o brasileiro um jogador que se importa, sério e querer fazer bem as coisas.
Panos quentes e rasgações de seda à parte, a imprensa inglesa noticia que André Santos deverá perder a vaga na lateral esquerda contra o Schalke 04, em partida válida pela Champions League, para Thomas Vermaelen, que será deslocado para a esquerda, com Laurent Koscielny na zaga central.
Menos pela troca de camisas e muito mais pela má atuação contra o Manchester United, desculpas pedidas não foram suficientes para manter o brasileiro no time titular por ora.
Ainda de relevante na rodada, o Tottenham Hotspur de André Villas Boas foi derrotado em casa pelo Wigan Athletic por 1×0, causando mal estar em relação ao trabalho do treinador português pelos lados de White Hart Lane. Chelsea e Manchester City perderam o ritmo em relação ao Manchester United e somente empataram em seus jogos. Os campeões europeus foram a Gales e ficaram no 1×1 com o Swansea City e os campeões ingleses ficaram sem gols contra o West Ham.
Empate do City que causou polêmico desabafo do técnico Roberto Mancini. Segundo o italiano, o City ainda não está preparado para vencer a Champions League. Lembrando a crítica situação pela qual o time passa na competição europeia.
O grande destaque da Ligue 1 francesa foi a derrota do endinheirado Paris Saint Germain em casa para o Saint Etienne por 2×1. Não somente pelo resultado, a surpresa também ficou por conta da expulsão do atacante Zlatan Ibrahimovic que, em dividida, aplicou verdadeiro chute marcial no goleiro adversário, Stéphane Raffier.
Tanto a expulsão de Ibrahimovic quanto a apatia do time do técnico Carlo Ancelotti resultaram na derrota dos anfitriões. Demonstração de que há longo caminho a percorrer pelos lados de Paris. Dinheiro ajuda, e muito, mas não é tudo neste mundo.
Com a derrota do PSG, o campeonato embolou na briga pela liderança graças às vitórias do Olympique Lyon por 5×2 contra o Bastia e do Olympique Marseille fora de casa contra o Ajaccio por 2×0.
Pelos lados da bota, a cidade de Turim assistiu atônita a Internazionale visitar a Juventus e vencer por 3×1 de virada.
A surpresa ficou por conta da virada interista, bem como o surgimento do contraponto da campeã Juventus na Itália.
Juventus Stadium lotado e o emocionante hino dos anfitriões cantado pelo público, o início não poderia ter sido melhor com o gol inaugural de Arturo Vidal com 19 segundos de jogo.
Mas, no clássico da rodada, a Juve empacou no 1×0 parcial e, no 2º tempo, a Inter achou seu caminho com dois gols de Diego Milito (o primeiro de pênalti) e Rodrigo Palácio finalizando com os donos da casa aos 43 minutos.
Ruim para a Juventus, que está em relativa dificuldade na Champions League, e ótimo para a Inter que traz competição para a Série A italiana.
O Milan ensaia ressurgir. A equipe de Massimiliano Allegri, sempre ameaçado no cargo de técnico, fez impiedosos 5×1 no Chievo Verona com destaques para Ricardo Montolivo e Stephan El-Shaarawy.
Outro tradicional que tenta reerguer-se é a Roma. Desta vez, os Gialorossi não decepcionaram em casa e fizeram 4×1 no Palermo.
Já o arquirrival local, a Lazio, decepcionou e foi goleada pelo Catania por 4×0.
No outro clássico da rodada, o Napoli recebeu o outrora gigante Torino. O time anfitrião levou duro castigo no Estádio San Paolo de Nápoles ao sofrer gol de empate de Gianluca Sansone nos acréscimos após gol inaugural de Edinson Cavani.
Na Espanha, Barcelona e Real Madrid venceram seus jogos, mas os astros Lionel Messi e Cristiano Ronaldo não marcaram.
O Barcelona fez 3×1 no Celta Vigo e o Real Madrid goleou o Zaragoza por 4×0, mas o principal jogo da rodada ficou por conta de Valência e Atlético Madrid.
Roberto Soldado continua a mostrar ótimo futebol e marcou o primeiro gol do Valência na vitória por 2×0. Haedo Valdéz encerrou o placar nos acréscimos. A decepção ficou por conta de Radamel Falcão García que não marcou desta vez.
Foi a primeira derrota do time de Diego Simeone que permitiu o descolamento do líder Barcelona na classificação.
Na Bundesliga alemã, o atual campeão Borussia Dortmund não conseguiu derrotar o Stuttgart no Signal Iduna Park lotado com 80 mil fãs e ficou apenas no 0x0.
O vice-líder Schalke 04 perdeu como visitante para o TSG Hoffenheim em grande partida decidida com gol de Saven Schipplock nos acréscimos. O goleiro Tim Wiese também contribuiu para a vitória dos anfitriões.
Melhor para o Bayern que foi à cidade portuária de Hamburgo para derrotar a equipe local por 3×0 com gols de Bastian Schweinsteiger, Thomas Müller e Toni Kroos.
Quem mantinha boa campanha, mas tropeçou na rodada, foi o Eintracht Frankfurt. A equipe recebeu o modesto Greuther Fürth e ficou no 1×1 final.
Com uma partida a mais realizada, os campeões europeus do Chelsea FC lideram a English Premier League. São três jogos e três vitórias para os Azuis londrinos. Campanha perfeita até o momento. Já em Manchester, Robin Van Persie faz seu primeiro gol como jogador do United e Shinji Kagawa, além de também marcar, faz outra ótima partida pelos Red Devils.
Jogando em Stamford Bridge, o Chelsea de Roberto Di Matteo fez nova partida segura contra o bom Newcastle.
Justamente pelo bom retrospecto do visitante havia grande expectativa sobre a partida em Londres, mas os anfitriões mostraram porque são os campeões da Europa e fizeram 2×0 com gols de Fernando Torres e Eden Hazard. O belga, aliás, foi novamente o destaque da partida e continua a garantir a titularidade do time, empurrando Oscar dos Santos para o banco. A propósito, Di Matteo não lançou o brasileiro no decorrer da partida.
O Stoke City recebeu o Arsenal e os Gunners mostraram ainda não ter superado a partida de Robin Van Persie. Para piorar, os novos integrantes do elenco comandado por Arsene Wenger, Lukas Podolski e Olivier Giroud, além de Gervinho e Theo Walcott não deram conta do recado e o jogo terminou sem gols no Britannia Stadium.
Falando em Robin Van Persie, o holandês marcou seu primeiro gol pelo Manchester United na vitória por 3×2 sobre o Fulham. Mais que isso, o japonês Shinji Kagawa mostrou novamente que veio para ficar no futebol europeu ao repetir grande atuação e, desta vez, com gol. Ainda assim, o Fulham foi um bravo adversário ao sair na frente no placar e ainda reduzir o déficit para 3×2 no 2º tempo. Rafael marcou o terceiro gol do United. Damien Duff e Nemanja Vidic fizeram para os visitantes.
No clássico da rodada, o Liverpool, pós choque elétrico em 220 volts levado por autoria do West Bromwich, teve compromisso difícil em casa contra os campeões nacionais do Manchester City. Martin Skrtel fez o gol único da etapa inicial. Yayá Touré empataria aos 18 minutos do 2º tempo. Alegria que duraria três minutos, já que Luis Suárez faria o segundo gol dos anfitriões. Mas, a 10 minutos do final, Carlos Tevez conseguiria o empate e o importante ponto para os Citizens em Liverpool.
Quem mantém a passada forte por ora é o Swansea City do técnico Michael Laudrup. Os galeses receberam o West Ham e fizeram 3×0 com gols de Angel Rangel, Michu e Danny Graham. O Swansea é sempre uma grata surpresa na EPL. Resta saber até quando durará o fôlego galês.
Se o Liverpool está claudicante, o rival local Everton continua bem no início da temporada. Jogando em Birmingham, nova vitória, agora por 1×3 contra os anfitriões do Aston Villa. Vitória que marcou a quebra de tabu de 7 anos sem vencer no Estádio Villa Park.
Em White Hart Lane, o Tottenham Hotspur teve domínio do jogo, conseguiu seu gol com dificuldade somente aos 29 minutos do 2º tempo e, quando os três pontos pareciam garantidos, James Morrisson empatou a partida o West Bromwich. O 1×1 final foi um castigo para os Hotspurs e as primeiras cornetas já começam a ser captadas no aparelho auditivo de André Villas Boas. O gol dos anfitriões foi marcado por Benoit Assou Ekoto.
Confira os resultados da 2ª rodada e a classificação com o Chelsea com três jogos realizados e a partida entre Sunderland x Reading adiada devido às chuvas.
“Oi vita mia”! Foi com a tradicional canção italiana que a torcida napolitana celebrou a vitória de virada do time do coração sobre o Chelsea no Estádio San Paolo.
A vibração proporcionou atmosfera emocional nas oitavas-de-final da UEFA Champions League, poucas vezes vista no torneio europeu.
Vibração que levou à Europa clima de Libertadores da América, naquilo que ela tem de melhor, é claro: a vibração, a paixão, o amor ao clube do coração sendo expostos sem temor.
Características de um time que alia à paixão do italiano meridional a raça sul-americana de uruguaios e argentinos.
Retrato de um time que supera suas limitações técnicas com raça e força de vontade elevadas ao extremo. Sem chavões, mas é um verdadeiro caso de coração na chuteira.
É o sinal de uma Itália empobrecida. Não mais aquela dos anos 80 e 90. Porém, uma Itália que ousa fazer frente ao milionário futebol inglês.
Parece ter sido necessária a perda de vaga na UCL (ganha pela Alemanha segundo critérios estabelecidos através de ranking por país pela UEFA) para o futebol da bota dar sinais de ressurreição.
Não, as coisas não estão resolvidas na terra da “nonna”. Há muito que se fazer dentro e fora da esfera futebolística do “cálcio”. Mas a recuperação parcial obtida até o momento vale destaque.
E o Napoli é a personificação disso. O ex-clube de Diego Maradona, relegado por muito tempo à Série B local retornou à elite.
Foi mais longe. Retornou à Champions. Ousou eliminar o Manchester City na fase de grupos e agora quer fazer o mesmo contra o irregular Chelsea.
Os ingleses, que tem seu treinador português – André Villas Boas – na berlinda, saíram na frente após falha de Paolo Cannavaro. Juan Mata, o melhor do time inglês na atualidade, completou.
Na base da força, do espírito “never say die”, a dupla argentino-uruguaia Ezequiel Lavezzi e Edinson Cavani virou o jogo antes do intervalo.
Falhas defensivas eram evidentes em ambos os lados.
Se Cannavaro concedeu gol de um lado, David Luiz retribuiu a gentileza no terceiro gol. Lavezzi selou o placar.
Com o apito final veio a festa napolitana.
Resta agora ao time de Nápoles manter a concentração para a volta em Stamford Bridge, Londres.
Já os fãs do Chelsea veem a situação de André Villas Boas se complicar. Até quando o português suporta?
CSKA Moscou 1×1 Real Madrid
É aquela problemática. Viagem básica até a “calorosa” Moscou com aquele clima ártico-siberiano.
Ainda assim, o empate do Madrid não se justifica.
Cristiano Ronaldo abriu o placar aos 28 minutos de jogo. O Madrid teve todo o restante do tempo para liquidar a fatura e adiantar seu lado em termos de classificação.
E o pior aconteceu. Os merengues não ampliaram, levaram gol nos acréscimos e deixaram de ganhar pela primeira vez na atual edição da competição.
Disputa em aberto para o Santiago Bernabéu apesar do favoritismo madridista.
FC Basel 1×0 FC Bayern
O que acontece no Bayern de Munique? Eis a questão crucial.
Equipe que trouxe de volta o técnico Jupp Heinckes, iniciou a temporada a todo vapor e parecia se candidatar a tentar fazer frente ao Barcelona na UCL.
Pois bem, eis que o Bayern agora enfrenta queda de produção com perda de liderança na Bundesliga para o Borussia Dortmund (que faz caminho inverso ao Bayern na temporada), perda da vice-liderança também para o Borussia Monchengladbach e derrota na 1ª perna das oitavas da UCL para o FC Basel.
Jogando na Basileia, Suíça, os anfitriões venceram com gol de Valentin Stocker aos 41 minutos do 2º tempo.
Agora os alemães terão que se virar na Allianz Arena.
Olympique Marseille 1×0 Internazionale
No pior jogo das oitavas-de-final, o Marseille venceu uma covarde Inter por 1×0 com gol no apagar das luzes de Andre Ayew.
O que se viu foi toda a limitação do Marseille, além de todo o medo de perder do time do contestado Claudio Ranieri.
Inter, que estranhamente começou mal a temporada, demitiu o técnico Gasperini, trouxe Ranieri que promoveu incrível recuperação na Série A, mas que parece ter voltado a estacionar.
As coisas estavam razoavelmente a salvo enquanto o time vencia na Champions. Agora perdeu e terá que reverter o quadro na fase eliminatória.
Se vários ricos e novos ricos ficaram e ainda podem ficar de fora do torneio, verdade é que a próxima fase poderá ter equipes tradicionais do Velho Continente que há muito não se destacavam. É o que podem dizer Benfica, Olympique Marseille (ex-campeões) e o Napoli.
Resta agora esperar a 2ª perna das oitavas para conferir.
Após parada quase obrigatória para recarregar as baterias da máquina humana, eis que a coluna ressurge, com fôlego renovado, para o novo ano recém iniciado.
Falando em parada, muita reflexão passa pela cabeça como um rio de fluxo infinito, porém de águas calmas. Seguramente, a serenidade da correnteza do rio imaginário é por conta da atmosfera de tranquilidade que reina nesses tempos.
E justamente aí está o melhor deste momento de virada de ano. As pessoas baixam a guarda por uns dias, o ritmo diminui. É inevitável que a mente humana trabalhe muito a imaginação, o que poderia ser melhor na vida, como modificá-la, ou talvez apenas a possibilidade de parar um pouco e reparar em coisas triviais que passam despercebidas na correria do cotidiano.
Até o velho e bom futebol dá o seu respiro em quase todo o mundo.
Sim, quase.
É claro que leitor sabe que o “quase” é empregado por conta da Inglaterra e sua Premier League que, a exemplo do final de semana do Natal, não só repetiu a dose, mas duplicou-a, trazendo as rodadas 19 e 20 para deleite geral nesta primeira semana de 2012.
O balanço deste final de 1º turno e início de returno foi o total fiasco do Manchester United de Alex Ferguson.
Jogando em Old Trafford no último dia do ano, os Red Devils conseguiram a proeza de perder para o lanterna Blackburn por 3×2. Os anfitriões saíram perdendo por 2×0. Dimitar Berbatov fez dois gols e pôs a equipe de volta ao jogo, mas, aos 35 minutos do 2º tempo, Grant Hanley marcou o terceiro dos visitantes e selou o destino da partida.
Não satisfeitos com o fiasco, Wayne Rooney e companhia foram a Newcastle para apanhar por 3×0 dos “Magpies”. O ex-bicho papão do campeonato voltou a mostrar suas garras.
Resultado da brincadeira: a igualdade em pontos em relação ao rival Manchester City, conquistada com suor, foi para o espaço em dois tempos.
O City de Roberto Mancini bem que tentou provocar emoções ao estilo “deixa que eu deixo” ao perder para o Sunderland por 1×0 em gol irregular de Dong-Won Ji na ressaca do dia 1º de janeiro, mas recuperou-se bem no meio de semana ao fazer 3×0 contra o Liverpool em casa.
Agora são 48 pontos para o City e 45 para o United, líder e vice-líder respectivamente.
Quem se estabelece sempre mais como terceira força inglesa é o Tottenham do treinador Harry Redknapp.
De ponto em ponto o time faz a temporada e o Hotspur foi a Swansea e marcou seu ponto precioso ao empatar por 1×1 com os locais.
Em seguida, os londrinos receberam o West Bromwich e fizeram 1×0, levando 4 pontos das rodadas de virada de ano. Quando a fase é boa, até declarações polêmicas são aceitas, como a última de Redknapp que afirmou nunca ter ouvido falar de Paulo Henrique Ganso, ao responder sobre especulações sobre a vinda do santista ao clube. Não importa, a equipe está em consolidada em 3º lugar com 42 pontos. Ferguson e seu Manchester United que se cuidem.
Voltando à sessão pândegas e galhofas, o Chelsea aplicou uma bem sem graça perante sua torcida e levou 3×1 do Aston Villa. Depois do stress que deve ter feito cair água no espumante do grupo de André Villas Boas, os azuis fizeram 2×1 sobre o Wolverhampton. Não foi o caos, mas poderia ter sido bem melhor. A equipe está na 4ª posição com 37 pontos e vê o Tottenham se distanciar.
O Arsenal não quer ficar atrás do co-irmão de Londres e, após vencer o Queens’ Park Rangers por 1×0, por obra de Robin Van Persie, levou 2×1 do Fulham. Pudera, Van Persie não marcou e sua equipe levou a virada com gols no final.
A apatia permanece pelos lados de Liverpool. Sem clichês, mas algum álbum do Beatles, especialmente um daqueles do início da carreira do quarteto, poderia funcionar com fator motivador à equipe local.
É bem verdade que Kenny Dalglish e sua turma encerraram bem o ano de 2011 com boa vitória por 3×1 contra o bom Newcastle, em disputa direta por vaga, mas voltaram à triste realidade ao encarar os líderes do City e levar aqueles sonoros 3×0 já comentados aqui.
Toda a correria na realização das duas últimas rodadas justifica-se em parte pelas partidas da FA Cup neste final de semana. O destaque fica para o derby de Manchester deste domingo.
Os fãs de futebol internacional podem sossegar. Aos poucos os campeonatos serão retomados. Já teremos rodada da Liga espanhola e da Serie A italiana. Quanto a Bundesliga, jogo por terras alemãs somente no dia 21. O frio é pesado e o recesso faz-se necessário por ora.
O final de ano permite vasculhar os baús pessoais de cultura. Mais precisamente na música, poucos possuem discografia tão vasta como os Rolling Stones. Pois é o que vem a seguir para encerrar a coluna. Os Stones lançaram o álbum “Aftermath” em 1966. Um marco da banda, pois era o primeiro álbum dos caras exclusivamente com canções assinadas pela dupla Mick Jagger e Keith Richards.
Uma das mais importantes era “Under my thumb”, além de “Paint it black” e o vídeo mostra os então novos “hitmakers” da Inglaterra mandando ambas, além de “I am waiting”.