SERÁ QUE É DISSO QUE EU NECESSITO?

Aposentar a Camisa 12 do Palmeiras.

Impressionante a comoção em torno da aposentadoria do goleiro Marcos. Com o anúncio feito há mais de uma semana, as homenagens continuam aparecendo aos borbotões. Eu particularmente nunca presenciei uma movimentação dessa envergadura com aposentadoria de um jogador. Não sei se tem alguma relação, mas desde o anúncio do goleirão que o Michel Teló sumiu das redes sociais. BBB12 que começou essa semana, até o presente momento não gerou 5% do transtorno que costuma causar. Milagres de São Marcos.

“É justo.É muito justo. É justíssimo”, como bem diria um personagem de Zé Wilker de um passado já bem distante. Como é justo sim aposentar a camisa 12 eternizada por ele.

Ontem escutei muita gente se dizendo contra. “Que isso é um desrespeito a outros ídolos do clube”. “Que pode desmotivar um garoto que sonha um dia jogar com a camisa 12 do santo goleiro”.

Besteira!

Quando Marcão diz que a maior motivação que teve em sua carreira foi um dia poder ser titular do Palmeiras, ele mata todas essas argumentações dos que são contra a aposentadoria da camisa 12. Oras, a motivação de qualquer pretendentea jogador profissional é envergar a camisa de um grande clube, não de uma numeração específica.

O futebol brasileiro infelizmente não tem por costume realizar jogos festivos e homenagens mil quando algum ídolo para de jogar. Ademir da Guia parou em 1977, mas seu jogo de despedida veio somente em 1984. Isso para citar o mais próximo em termos de idolatria e focando apenas em Palmeiras. Embora isso ocorra em todos os clubes brasileiros.

E não é por que o clube errou por todo esse tempo com seus antigos ídolos, que agora precisa também errar com o maior de todos eles. Já bastam os erros de administração de B1 e B2.

Marcão merece a 12 só pra ele e muito mais. Fora que aposentar a 12 é bem mais tranqüilo que a 1. Aproveitem mais essa molezinha proporcionada pelo goleirão. Vocês necessitam disso.

Adriano, Daniel Carvalho, Carlos Alberto. A volta dos que não foram.

Quem é que precisa tomar cuidado com o que diz?
Quem é que precisa tomar cuidado com o que faz?
Será que é isso o que eu necessito?
Será que é isso o que eu necessito?

“Esse é o ano do Adriano”. Tem sido essa a frase adotada pelos esperançosos fãs do futebol do “Imperador”.

Não há argumentação técnica alguma que sustente esse apontamento. É puro “achismo”. É muito mais torcer do que de fato achar. E é justo, diga-se de passagem. O torcedor vive de sonhos. Na cabeça do torcedor o improvável é bem tangível.

Como foram tangíveis os sonhos dos flamenguistas que esperavam que 2010 fosse “ao ano do Adriano” na Libertadores. Não foi.

Ano de Copa, a conversa girava também em torno do “se o Adriano colocar na cabeça que vai ser o titular da seleção na África, não tem pra ninguém”. Ano de Copa, senhoras e senhores. Mesmo assim, nada aconteceu.

Depois foram também tangíveis as esperanças descabidas dos torcedores e dirigentes do Roma, que apostaram no centroavante mesmo após todo o papelote que ele promoveu para sair da Inter em 2009. Saiu de lá sem marcar um golzinho sequer.

Como já foram tangíveis os sonhos corintianos de que o “Impera” fosse o fator de desequilíbrio na reta final do BR11. Não foi. E não me venham com o gol contra o Atlético MG, pois mesmo sem aquele gol o Corinthians levantaria o caneco.

A análise mais correta é olhar para o que ele tem feito. A se considerar as últimas temporadas (quase todas, exceto no BR09) e a esperança em torno de Adriano em 2011 geram apenas sono. Um caso policial aqui, outro acolá. Uma festa com anões aqui e outra ali.

E não, não tenho medo de queimar minha língua. Ele não me dá nenhum argumento para pensar diferente. Qualquer coisa que aconteça diferente disso será uma clamorosa surpresa.

Como será uma clamorosa surpresa se Daniel Carvalho der certo no Palmeiras. Jogador que surgiu como craque no Inter. Teve um momento muito bom no CSKA e depois nada mais. Além de ter se apresentado bem acima do peso.

Que me desculpe qualquer entusiasmado, mas ele não me ajuda a bancar qualquer esperança.

Os amigos corintianos que querem sonhar, sonhem. É justo e gratuito. Mas é mais correto depositarem suas esperanças em Liedson, William, Sheik, Alex e Cia.

Aos amigos palmeirenses, não sonhem. Ao contrário do time corintiano, o alviverde já mostrou que não tem nenhum porto seguro no qual ancorar o sonho esmeraldino de dias melhores. Tem, em tese, no chileno da camisa 10. Mas Valdívia é mais um que se não fizer por onde em 2012, entrará em 2013 para o time do Imperador, Daniel Carvalho, Carlos Alberto e tantos outros.

Aproveitando o ensejo, despeço-me da camaradagem com um perspicaz som do Titãs. Aliás, de uma época em que se esperava sempre o melhor dos caras. O que também não ocorre mais nos dias de hoje.

Cheers,

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