RENOVAÇÃO

Após mais um empate frustrante e a aniquilação do sonho de voltar a Libertadores, o Santos volta suas atenções para 2013 sem se esquecer é claro do risco ínfimo de rebaixamento que matematicamente ainda compõe sua realidade no Brasileirão. Porém o que vem incomodando o torcedor santista é a dependência da equipe por um jogador, o que reflete na falta de um padrão tático, que há muito não se vê na equipe, e na não reposição de peças a altura para suprir contusões, ausências e a até a saída de alguns jogadores outrora importantes para o time.

De fato, desde a chegada do técnico Muricy, com exceção a Libertadores de 2011, o Santos não consegue encaixar um esquema de jogo eficaz, ora a defesa fica vulnerável, ora o meio campo não produz, e assim o time se limita ao famoso ”joga bola no Neymar que ele resolve” e felizmente ou infelizmente tem dado certo e a ”era Muricy” já acumula 4 títulos em 2 anos.

O grande problema de tudo isso é que o clube se torna refém do talento de um único jogador e vive duas realidades completamente distintas ”com” e ”sem” Neymar em campo. Contudo seria justamente nesses momentos de ausência de peças, ou melhor, da peça mais importante do time que a figura do treinador deveria prevalecer, ainda mais quando se trata de um técnico tetra campeão nacional, mas a história recente mostra que não é isso que acontece.

O treinador simplesmente não consegue armar a equipe e o que se vê em campo é um time instável, que oscila muitas vezes durante uma mesma partida. Exemplo disso foi o empate contra o Internacional, no qual o Santos dominou o primeiro tempo com muito volume de jogo e inexplicavelmente se perdeu na segunda etapa dando a impressão de que os 11 jogadores haviam sido trocados no intervalo.

É evidente também que não se pode apenas colocar na conta do treinador toda a queda de rendimento do Santos já que sem um elenco de qualidade não se pode exigir muita coisa. O que preocupa é que para as saídas de jogadores como Elano, Borges e Ganso a diretoria trouxe Gérson Magrão, Bill e Everton Páscoa.

Por isso fica cada vez mais claro que o clube precisa mudar, ou melhor, se renovar por completo. O vexame no Mundial de clubes, o mar-asmo dos dois jogos na eliminação para o Corinthians na Libertadores desse ano e a irregularidade no Brasileirão explicitam que já passou da hora dessa renovação acontecer. E não digo uma renovação só de jogadores, esta também é necessária, mas sim do comando, o que envolve diretoria e comissão técnica.

Resumindo, não quero aqui crucificar nem apagar tudo o que foi construído pelos profissionais que estiveram comandando o clube nesses dois anos, até porque foi um período de trabalho muito bom, com 4 títulos, a reconquista da América e uma evolução imensa no marketing e na parte financeira do Santos.

Entretanto o futebol tem por característica o seu dinamismo e para que nomes que se colocaram na história do clube nesse período não se ofusquem, respirar novos ares é preciso. Justamente para que o Santos continue firme na sua trilha recente de conquistas e glórias.

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