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PARA O SANTISTA, ROBINHO É GIGANTE, SIM

Robinho deve mesmo ser anunciado como jogador do Santos. Será a terceira passagem do jogador pela equipe que o revelou. E mora em sua primeira passagem a razão pela qual, para mim, faz todo o sentido o santista idolatra-lo.

Pense no que era o Santos naquele período anterior a 2002. Não apenas a ausência de títulos relevantes, mas a ausência da própria relevância do clube no cenário do futebol naquele momento era marcante. O peixe era um figurante com uma história espetacular, mas figurante e nada mais.

Robinho e aquele time formado na base santista, mas, sobretudo, Robinho, representou a retomada de um orgulho que o torcedor alvinegro quase não conseguia mais exercer. Não é exagero de quem diz que Robinho só não é maior que Pelé – em simbologia, claro.

O torcedor rival recai sobre a expectativa criada em torno daquela joia e não correspondida ao longo desses 10 anos de Europa. E aqui também faz todo o sentido. Robinho passou longe, muito longe de sequer ser apontado como postulante a melhor do mundo, como era esperado no início da década passada e como era tratado por ele próprio. Mas, por outro lado, não se pode apontar como fracassado alguém que jogou por Real Madrid, Manchester City e Milan. Não brilhou, mas manteve-se interessante ao maior mercado do futebol mundial.

E para o santista, não apenas o título de 2002, mas a forma como aconteceu e contra quem aconteceu, são justificativas mais do que suficientes para endeusa-lo. Naquela final de 2002, a outra ponta da polarização santista daqueles tempos machucou-se no comecinho do jogo. E para muitos era em Diego que o Corinthians deveria ter a maior atenção.

Robinho assumiu a condição de estrela do time, acabou com o jogo técnica e taticamente, dançou pra cima de Rogério, materializando o desejo santista de mais de década e recolocou o Peixe em seu devido lugar.

O que aconteceu depois daquilo, em Libertadores, mais um título nacional e na exposição que voltou a ter o Santos, selaram de vez a condição de ídolo eterno. Condição merecida e plenamente compreensível para qualquer um que vive e sente as emoções do futebol.

O que rolou depois na Europa e na seleção nada ou muito pouco tem a ver com o Santos. Pelo clube ele fez chover, foi importantíssimo, marcou uma era e reafirmou o Santos como gigante que é.

Se as 900 mil balas juquinhas que, dizem, ele irá receber, são um disparate para o nosso cenário, ao torcedor cabe pondera-lo daqui em diante. Isso em nada desmerece o que já foi feito. Reavaliar o “amor” do jogador pelo clube nesse retorno cabe também. Mas é um novo capítulo, uma nova história, uma nova forma de se enxergar Robinho como ídolo santista de agora em diante.

Desmerecer o santista que chora emocionado pelo seu retorno é pisar num sentimento que a todos nós, apaixonados pelos nossos clubes, pertence.

One thought on “PARA O SANTISTA, ROBINHO É GIGANTE, SIM”

  1. Fala ae Johnys!
    Não serei cético. Nem todo craque foi ídolo nem todo ídolo foi craque!
    Tenho em mente uma frase de um corintiano muito mais corintiano que uns que existem por ai me disse- “Se o Neymar fosse jogador do Corinthians só não teria mais de 40 mil por jogo porque no Pacaembu não caberia”.
    – Isso foi dito após o jovem fazer chover em um jogo com 8 mil pagantes.
    Diferenciemos: amor – sentimento duradouro que tem justificativa para acontecer e para acabar, caso um dia venha a acabar;
    Paixão – sentimento repentino que não tem justificativa clara para aparecer, simplesmente acontece e dura o tempo que durar, terminando repentinamente ou permanecendo sempre escondido até ser provocado novamente, sempre com “altos e baixos”.
    O Little Robson caberia em qualquer grande clube de São Paulo facilmente idem Kaká e outros grandes jogadores de quem se pode cobrar um algo a mais.
    Preferível repatriar quem tem história a alguém que não tem história nenhuma pra deixar!
    Sobre passagem na Europa ser ou não fracassada, vai depender do ponto de vista que cada um possui sobre o sucesso.
    Muitas são as definições que encontramos por aí sobre sucesso profissional, mas a verdade é que cada um de nós sabe exatamente quando e como se sente vitorioso.
    Abrass Man!

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