Os dois lados da moeda – Flamengo x Cienciano

FLAMENGO X CIENCIANO – 27.02.2008

FLAMENGO: Bruno, Leonardo Moura, Fábio Luciano, Ronaldo Angelim e Juan; Kléberson (Jônatas), Cristian, Ibson e Toró (Obina); Diego Tardelli (Marcinho) e Souza.Técnico: Joel Santana

CIENCIANO-PERF: lores, Solís, Marengo e Romaña; Bazalar, Guizasola, Ortiz, García (Olcese) e Chiroque; Sawa (Corcuera) e Vassallo.Técnico: Franco Navarro

Num joguinho mequetrefe o Flamengo garantiu, ontem, seus primeiros três pontos na Copa Libertadores vencendo o Cicenciano do Peru, pelo apertado placar de 2×1. Em que pese o jogo ter tido poucos momentos luminosos, não faltou emoção, com Marquinhos marcando o gol da vitória aos 43 minutos do segundo tempo.

O a partida teve o Cienciano marcando bem e os criativos Juan e Leo Moura, o que diminui bastante o poderio do time da Gávea. O primeiro gol do Flamengo saiu numa jogada com a cara do seu marcador, Souza. Meio sem jeito, mas com disposição, um chute forte pelo lado direito da área peruana. Os visitantes empataram com gol de Vasallo, após bobeira da defesa e do goleiro do Fla, Bruno.

A expectativa de um segundo tempo melhor frustrou os torcedores na primeira apresentação o Flamengo em casa nessa edição do torneio Sul-americano. O time pouco criou e Joel Santana promoveu substituições: entraram Marcinho e Obina para a saída de Toró e Diego Tardelli.

Marcinho, substituto imediato de Renato Augusto – um dos destaques do time no campeonato carioca ainda que pouco comentado – salvou o Mengão de um resultado que o complicaria na competição, com gol as 43 do segundo tempo.

Com o resultado o Flamengo ocupa o primeiro em seu grupo na tabela da Libertadores.

Comentários pós-jogo:

1.

O Flamengo ainda não possui um time definido do meio-campo para a frente. Isso é mal. Felizmente hoje a equipe tem elenco de bom nível que permite ao treinador substituições caso a coisa não ande bem durante a partida. Foi o que vimos ontem. Sinto que Joel Santana ainda está vacilante para montar um time para iniciar a partida, não por conta das características do adversário, mas por dúvidas quanto formação que dará melhor poder de fogo a seu ataque.

2.

Muito se critica que os jogadores de hoje são apáticos, as entrevistas por eles dadas são repetitivas, ou seja, que algo da aura alegre e caricatural do futebol estaria se perdendo em tempos de profissionalismo e globalização. Ontem Souza comemorou seu gol com gestos de choro, numa clara alusão ao comportamento dos botafoguenses depois do clássico do final de semana. É certo que provocações causam descontentamento, mas não seria esse um dos ingredientes que tornam o futebol um esporte tão querido por nós? Essa tal provocação que não é violenta mas alegórica, como o famoso porquinho de Viola contra o Palmeiras (time que posteriormente defendeu) me parece bem-vinda. Vivemos num tempo que não se pode driblar pois isso é considerado humilhação por quem sofreu o drible.

Junto dos belos cânticos que as torcidas vem criando para saudar seus times, talvez devêssemos trazer de volta o conceito de “espírito esportivo” em detrimento desse gélido “profissionalismo” que é tão insuflado pela mídia, técnicos, jogadores e dirigentes ultimamente.

Palmeiras dá a largada em sua busca pela América!

O ano de 1999 foi o ultimo das grandes conquistas alviverdes. Em 2009 completará 10 anos que o Palmeiras conquistou a América e é certo que os palestrinos, impacientes pela longa fila e ávidos por conquistas, aguardam ansiosamente o time na disputa direta e não apenas simbólica, da competição mais importante do continente. Contudo há de se lembrar que é preciso passar pelo ano de 2008 e se o clube quer realmente selar o quanto antes o seu retorno a Libertadores, deve tentar esquecer seus atuais fantasmas, desenterrar o sapo colocado em seu estádio e fazer bonito na competição que se inicia hoje para ele – A Copa do Brasil.

Motivos para apreensão existem aos montes, a começar pela inconsistência técnica e tática da atual equipe. O Palmeiras e seus parceiros investiram pesado, montaram um time credenciado a ganhar tudo, mas até agora nada!

Nas ultimas temporadas o time vem sofrendo vexames históricos na competição que hoje se inicia. Nem é necessário tanto esforço para se lembrar dos “assustadores” Asa de Arapiraca, Santo André, Ipatinga e da sonora goleada de 7X2 sofrida em pleno Palestra Itália, contra o algoz Vitória. E se você é da ala dos pessimistas, pode ir além e associar o nome do adversário dessa noite, o Cene, ao outro fantasma contemporâneo do time, o São Paulo Futebol Clube ou mais precisamente ao seu goleiro, Rogério “Ceni”. É amigo, como diria aquele famoso narrador “haja coração!”. Mas nem tudo são pedras e por mais que o time do Jardim Suspenso ainda não tenha encontrado o futebol esperado, existem sim motivos para se entusiasmar, afinal o elenco é muito bom, a comissão técnica é de primeiríssimo nível e essa diretoria parece ter uma mentalidade de acordo com a grandeza do clube que comanda. Uma hora há de encaixar!

O Palmeiras deve ir a campo hoje com – Marcos; Gustavo, Henrique e Martinez; Élder Granja, Pierre, Léo Lima, Diego Souza e Leandro; Valdívia e Alex MineiroTécnico: Wanderley Luxemburgo.

Hoje começa o ano Tricolor!

É isso aí, meus amigos, hoje começa o ano Tricolor! E parece que as coisas já começaram melhor, com a provável escalação do Muricy:

um 3-5-2 com Miranda, André Dias e Richarlyson na zaga; Zé Luís e Fábio Santos de volantes; Joílson e Jorge Wagner nas laterais; Hernanes como meia e na frente Borges e Adriano.

Não, ainda não aprovo o desmanche da dupla de volantes Hernanes e Rycharlison. Também não acho que o Richarlyson funcione de zagueiro. Mas pelo menos o Jorge Wagner caiu para a lateral e, se os caras não baterem cabeça, Zé Luís e Fábio Santos formam uma dupla confiável. Boto fé no Hernanes como meia, sempre lembrando que Carlos Alberto estará no banco.

Que comece o espetáculo!

No Maracanã, o espetáculo do futebol

Para um paulista, ainda que flamenguista de moleque, o campeonato carioca é deveras curioso. Um campeonato com duas ou três finais para se decidir o super campeão. A primeira parte dessa história foi decidida ontem num confronto que certamente entrará para a história de Flamengo e Botafogo – um jogo para coroar ressurreição do futebol do Rio vista no último ano – a disputa pela Taça Guanabara.

Chances iguais para os dois lados, com predomínio do Botafogo no primeiro tempo e do Rubro-Negro no segundo. Um pênalti daqueles que, sendo marcado, gerou inconformismo na torcida do Fogão. Não o sendo, deixaria os flameguistas indignados. Chuva torrencial e um golaço do outrora polêmico e agora candidato a novo xodó da massa rubro-negra Diego Tardelli.

Tanto Botafogo quanto Flamengo estão fazendo um belo trabalho, reestruturando-se. É certo que derrotas nessas circunstâncias são mais sofridas, mas o caminho é a perseverança e não decisões abruptas que podem por tudo o que já foi conquistado a perder. Por isso, a nota triste vem do pós jogo. Infelizmente virou mania nacional se reclamar acintosamente das arbitragens no Brasil. Dirigentes, técnicos e comentaristas esportivos parecem mais interessados em fomentar esse tipo de discussão – inócua – do que celebrar o espetáculo do futebol que foi visto ontem no Maracanã.

Isso será tema de outras colunas. Hoje ficamos por aqui, ao som de Roberto Carlos – não o lateral.

Futebol e Bons Sons!