O MOMENTO DO ADEUS

O escocês Alex Ferguson deixa o comando técnico do Manchester United FC após 27 anos e 38 títulos pelo clube inglês e torna-se exemplo eterno de longevidade ao ocupar cargo onde a instabilidade é mais que inerente à função.

E não houve como aguardar o final da temporada para o anúncio. A família estadunidense Glazer, acionista majoritária do clube, colocou o United no New York Stock Exchange, o mercado acionário dos Estados Unidos e, com tal entrada, o clube, a exemplo de qualquer empresa que participa na NYSE, adere a regras estritas do mercado, entre elas a que força as companhias a tornarem públicas qualquer informação interna de relevância como a troca de qualquer alto executivo. Ferguson encaixa-se no contexto.

Recrutado no Aberdeen escocês no ano de 1986, Ferguson transformou o Manchester United com estilo rígido, muitas vezes beirando o autoritarismo. De vencedor intermediário no país, o United tornou-se o maior campeão inglês superando o Liverpool FC. Não à toa, já que o escocês faturou 12 títulos da English Premier League.

Provavelmente, o ano de ouro de Alex Ferguson no comando Red Devil ocorreu na temporada 1998-1999 quando a equipe ganhou a chamada The Treble, tríplice coroa de títulos nacionais e europeus, que correspondem a FA Cup, English Premier League, além da UEFA Champions League de forma dramática com virada histórica sobre o FC Bayern nos acréscimos e placar final de 2×1 em Barcelona. Não satisfeitos com o sucesso, os Red Devils foram ao Japão e derrotaram os brasileiros do SE Palmeiras por 1×0 na Copa Intercontinental de clubes que transformar-se-ia no atual Mundial de Clubes da FIFA.

A cobiçada UCL seria reconquistada pelo Manchester United de Alex Ferguson na temporada 2007-2008 contra o conterrâneo Chelsea FC.

Sucesso gerencial absoluto de Ferguson, mas nunca sem certa dose de polêmica, como mencionado.

Vários jogadores astros sofreram nas mãos de Sir Ferguson. Desde David Beckham até Ruud Van Nistelrooy, passando por Jaap Stam e Dwight Yorke, foram vários os entreveros na relação “jogador-treinador/manager”.

O que foi problema sério para alguns é apontado como razão maior do sucesso do treinador no clube ao longo de 27 anos: o método disciplinar.

Alex Ferguson deixa o banco de reserva ao final da temporada para entrar no mundo dos escritórios e das viagens representativas ao assumir as funções de diretor e embaixador do clube de Manchester no alto de seus 71 anos.

Exaltar a longevidade no cargo faz-se mister. Fato raro no mundo da bola, mais escasso ainda na cultura imediatista de resultados no Brasil. Exemplos de longa presença de treinadores no cargo? Há dois casos emblemáticos. Luís Alonso Pérez, o Lula, comandou o mítico Santos FC de 1954 a 1966. Mais recentemente, Telê Santana permaneceu no São Paulo FC de 1990 até 1995, retirando-se por problemas de saúde. Ainda assim, nada que se aproxime dos 27 anos de Ferguson.

Nada melhor que encerrar lembrando o momento que alçou o Manchester United de Alex Ferguson à condição de melhor equipe do mundo em 1999 quando os Red Devils derrotaram o Bayern de forma dramática por 2×1 no Camp Nou de Barcelona.

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