“Me dei conta de que não sou craque”

Por Márcio Viana

Em recente entrevista ao jornal argentino Olé, o meia Matias Defederico supostamente admitiu não ser o craque que ele próprio pensava que era. Pois bem: embora o jogador tenha desmentido esta declaração via Twitter, é sintomático que isso aconteça neste momento, até porque o Corinthians, dono de seu passe, não parece nem um pouco interessado em tê-lo de volta tão cedo (o jogador foi reemprestado por mais seis meses ao Independiente-ARG, no qual ainda não brilhou).

A passagem de Defederico pelo Corinthians não rendeu.

Contratado em 2009 pelo Timão, o argentino revelado pelo modesto Huracán vinha com a reputação que carregava a alcunha de “novo Messi”, como se fosse possível prever assim o sucesso ou o fracasso de um jogador. Nos momentos em que pôde entrar em campo, alternou atuações fracas com alguns momentos de (pouco) brilho, sendo que o único lance a ser lembrado é um gol de falta de fora da área.
Esse insucesso de Defederico nos faz lembrar de mais alguns casos em que – algumas vezes por obra de seus próprios empresários – jogadores foram trazidos com a promessa de se tornarem grandes estrelas, mas que nunca vingaram, e hoje perambulam por aí, tentando a sorte em clubes de menor expressão.

Élton foi comparado a Maradona. Passou longe disso.

Quem se lembra de Élton, o “pequeno gigante”, que surgiu com a promessa (feita por seu procurador, óbvio) de ser o “novo Maradona”? O baixinho teve certo destaque nas categorias de base do clube, mas nunca se destacou no time principal. Acabou indo parar no futebol romeno, e posteriormente no futebol árabe. Também chegou a jogar no Sport Recife, sem se destacar.

O único momento de destaque de Dinélson no Corinthians foi pelos juniores.

Outro que apareceu com certo brilho foi Dinelson, vindo do Guarani. Foi o grande destaque do Corinthians na conquista do título da Copa São Paulo de Futebol Junior de 2005, mas não repetiu o sucesso no time principal. Acabou perambulando por vários times, tendo certo sucesso no Paraná Clube e no Coritiba. Depois de uma passagem marcada por várias contusões no time do Avaí, hoje atua no futebol da Coréia do Sul.

Lulinha não conseguiu se firmar, mesmo sendo titular da equipe em muitos jogos.

Lulinha surgiu na mesma safra que revelou Dentinho, e era até mais comentado do que o companheiro, mas entrou na fogueira no ano em que o time lutava – sem sucesso – contra a queda para a série B, e sucumbiu. Acabou emprestado para o Estoril e para o Olhanense, ambos de Portugal, onde amargou no banco de reservas, e recentemente foi emprestado ao Bahia, onde ainda permanece e vem tendo relativo sucesso.

Em sua primeira passagem, a camisa não caiu bem em Bill. Pode tentar se redimir neste retorno.

E por que não dizer de um exemplo recente, e que está de volta ao Corinthians, junto com a grande leva de atacantes que o time ostenta? Bill chegou ao Corinthians em 2009 com o status de artilheiro no Bragantino, mas não conseguiu repetir as boas atuações no Timão, sendo emprestado ao Coritiba, onde teve destaque maior, marcando 26 gols. Agora, neste retorno, terá a chance de provar se tem mesmo condições de jogar no Corinthians, ou se atua bem somente em clubes onde a pressão pode ser menos.

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Uma provocação: Montillo é o único meia destro que atua no Brasil?

Abraços, continuamos esta conversa em breve. Fiquem com Happy Mondays tocando “Step on”.

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