15 DIAS, 9 SHOWS

O mês de Novembro foi realmente privilegiado para os paulistas amantes de música.

Uma infinidade de shows invadiram São Paulo este ano. Festivais inéditos como o SWU (leia: http://ferozesfc.blogspot.com/2010/10/ferozes-conferindo-o-swu.html) e o já tradicional Festival Planeta Terra (leia: http://ferozesfc.blogspot.com/2010/11/chazinho-de-coca-festival-planeta-terra.html), trouxeram uma quantidade admirável de músicos ao Brasil.
Grandes nomes como Lou Reed e Paul McCartney, e nomes menores como, The Mummies, Hot Chip, Passion Pit, Yeasayer… passaram por aqui. Claro que eu não consegui assistir todos, afinal, show no Brasil é muito caro, sem falar no tempo e disposição que teria que dispensar, e não tinha, mas confesso que meu coração agora dói por ter perdido o show do Beatle.

Sobre os shows que assisti:


Começando pelo dia 10 de Novembro, local Via Funchal. Show doce, delicado, que começa morno, mas que depois contamina o público com muita alegria, alegria que leva todos à cantar e dançar. Alegria típica do simpático, exímio dançarino, animador de platéia, e músico Stuart Murdoch, este que escolheu no público um grupo de pessoas para dançar no palco, por coincidência neste grupo tinha duas amigas, e depois premiou cada um com um abraço e uma medalha, atitude única. Outro momento “so sweet” foi quando o Stuart colocou os seguranças para correr atrás dele, indo até a grade que separava a pista vip da pista ‘comum’, a impressão que tive é que ele também não curte muito este papo de pista vip. Enfim, este foi o show do Belle & Sebastian (1), lindo, como era de se esperar.


16 de Novembro, Massive Attack (2). Admito, nunca fui uma grande fã de trip hop, apesar de reconhecer a qualidade e admirar o talento de algumas bandas. Decidi ir neste show nos 45 minutos do 2º tempo, no susto mesmo, o show estava marcardo para começar às 22:00, cheguei na porta as 21:30, peguei fila para estacionar, peguei fila para comprar ingresso, peguei fila para entrar, consegui colocar os pés dentro do HSBC Music Hall ouvindo aplausos, passei a 1ª música me expremendo e atravessando uma densa aglomeração de pessoas até encontrar um local que achei relativamente bom para ver o show, na 2ª musica já estava acomodada. Foi incrível. Massive Attack preparou o show para o Brasil, atrás da magnífica banda, com músicos que prezam pela perfeição, havia um painel de luzes onde passavam informações políticas, sociais e econômicas, algumas comparando países, outras sobre futebol, incluindo o Campeonato Brasileiro 2010. Porém, um momento que me marcou, foi na música “Future Proof’, em que no painel passava uma sequência de códigos binários revezando com códigos hexadecimais, e a impressão que tive foi que as notas musicais foram convertidas neste códigos, o que causou um efeito estupendo. Não dá para descrever a magnitude do Massive Attack, somente assistindo ao show pode-se ter noção da perfeição.

Três dias depois o Sesc Pompéia proporcionou um ótimo show, a um preço módico que equivalia à duas cervejas na balada. O The Raveonettes (3), que tive o prazer de assistir em Curitiba, fez uma grande show com guitarra barulhenta, bateria bem marcada, toda aquela influência de Jesus And Mary Chain que valorizo, mas para variar achei o volume baixo, marca registrada dos shows na choperia do Sesc. Momento fã: 1 dia antes, Sune Rose Wagner (vocalista do Raveonettes) visitou a festa Generation X, na DJ Club, e lógico que não perdi a oportunidade e sai da festa com o meu poster da banda autografado.

No dia seguinte foi o Festival Planeta Terra (haja fôlego). O Terra tinha dois palcos e um cardápio saboroso de bandas, muito organizado e pontual, por isso foi impossível assistir a todos os shows que gostaria, ainda mais com amigos fanfarrões que me arrastaram para andar nos brinquedos, inclusive três vezes seguidas no Splash, o que me deixou molhada durante todo o show do Phoenix. No final das contas, eu assisti somente 4 shows, nenhum no indie stage.


Of Montreal (4), é o que chamo de doce surpresa, no palco uma bagunça sincronizada, show de interpretação com fantasias, um performance deliciosa de assistir. Destaque para o baixista que era um espetáculo à parte. Eu adoro Of Montreal achei magnífico sem deixar nada a desejar.

Phoenix (5), com seu vocalista Thomas Mars que “mergulhou” no público, “nadou” aproximadamente 40 metros, subiu em uma pequena plataforma, e repetiu o processo para voltar ao palco. Ficou deitado no chão enquanto a sua banda se apresentava, demonstrou-se um belo “rockeiro da pesada”, mas ao mesmo tempo sensível e simples. Ganhou minha total admiração por sua personalidade e competência musical. A banda toda é ótima, baixista incrível, o baterista excepcional, na minha opinião o show mais empolgante. Eu que esperava algo mediano, pois havia os assistido no Nokia Trends, fiquei impressionada.

Se você quiser, pode conferir o mergulho de Thomas Mars no Terra TV:
http://terratv.terra.com.br/videos/Diversao/Musica/Planeta-Terra/Planeta-Terra-2010/4921-332527/Vocalista-da-Phoenix-mergulha-na-plateia-em-HD.htm

Pavement (6), foi exatamente o que esperava! Momento fã: fui para o Terra só para ver Pavement, as outras bandas vinham de brinde. Não tenho o que falar mal, não esperava menos, e nem mais, uma apresentação não muito calorosa com os fãs, mas impecável, recheada com minhas músicas preferidas, momento de grande alegria para mim.

Agora vem a banda divisora de águas, Smashing Pumpkins (7). A organização do festival anuncia a entrada da banda, cinco minutos de palco vazio e público silencioso. De repente a banda entra, gritos, assovios, aplausos, muito barulho, e até algumas lágrimas, é o que vejo ao meu redor. Olho para o palco vejo a D’arcy morena no baixo e o Iha de cabelo curto na guitarra. Mentira, não eram eles, mas o Corgan aparentemente fez questão de manter a estética da primeira formação da banda. Eu não sei dizer exatamente se estava muito exausta, ou se o show foi monótono, mas sei que foi menos do que esperava. O baterista era muito bom, muito técnico, mas aquele imenso solo achei chato demais. Billy Corgan, ou “Billy Ronaldinho” como se auto-denominou, sentiu-se “the god of metal” e mandou um solo i.n.t.e.r.m.i.n.á.v.e.l. de guitarra, e haja paciência. Já que a banda era esteticamente parecida com a primeira formação, pensei que o set seria baseado no Gish e no Siamese Dream, mas não, não foi, e a única música que me fez prestar um pouco mais de atenção foi “Ava Adore”. Porém, alguns amigos acharam o show perfeito, magnífico e tudo mais de bom que existe. Não sei, vai ver, eu estava realmente cansada demais!

Lembrei: Que tristeza não ter ido ao show do Paul, continuando….

Dia 25 voltei à adolescência e fui assistir a duas bandas punks: The Adolescents (8) e Buzzcocks (9). Realmente foram shows para quem tem muita saúde e idade não muito avançada, mas foram maravilhosos. Adolescents exatamente como imaginava, inclusive, conforme havia previsto, vi um amigo “voando” na platéia. E Buzzcocks simplesmente perfeito !

Ainda estou me recuperando do desgaste físico e de tantas emoções, mas agora tenho que me preparar para a rodada final do BR 2010. “VAI TIMÃO”. Haja coração !!!!

DJ,toca esta por gentileza !

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