FESTIVAL PLANETA TERRA: IMPRESSÕES E EXPRESSÕES

E lá se foi mais um Festival Planeta Terra. E mais uma vez deixando a certeza de que se trata do melhor e mais organizado evento musical do país, disparado.

Poucas e rápidas filas para banheiro e para compras de fichas mediante cartão. Quem levou cash teve a opção de adquirir fichas para comes e bebes com colaboradores espalhados nas proximidades dos guichês. Irretocável. Shows com atrasos irrisórios, quando teve. A apreciação do line-up fica por conta do gosto de cada um.

Cheguei mais tarde do que o planejado, mas ainda deu tempo de curtir o bom show do White Lies. Eu conhecia “pouco/quase nada” dos caras, mas curti a apresentação competente do que, pelo menos para mim, sem grandes paradas para um estudo mais aprofundado, soou como algo entre um She Wants Revenge com Hurts e vocal do Brandon Flowers.  Captaram?

Se passei longe da realidade, podem me cornetar. Fato é que o bom público que já estava presente mostrou-se animado com aquele som um tanto quanto soturno e conflitante com a tarde de sol, alegria e cheia de brinquedos ao redor. E isso é bom.

Pausa para as primeiras cervejas e um passeio pelo parquinho mais maroto da paulicéia. Durou tanto o cazzo do passeio que perdi o Broken Social Scene.

Retornei ao Main Stage então quando Paul Banks e sua trupe apontaram. Acho os 3 primeiros álbuns do Interpol (Turn On The Bright Lights, Antics e Our Love To Admire) magníficos, mas o último (homônimo) é bem meia boca.

Com tempo de show reduzido, a rapaziada teve que se virar para encaixar alguns hits malemolentes no meio das faixas do último trabalho. Os pontos altos com os petardos Say Hello To The Angels, Narc, Slow Hands, Obstacle 1 e C´mere (aguardadíssima por este pobre escriba) contrastaram com alguns momentos, digamos, arrastados, sobretudo na execução das mais recentes canções. Falha gravíssima a falta de No I In Threesome, mas há de se levar em conta o pouco tempo que tiveram.

O Interpol é o tipo de banda que funciona muito melhor em palcos menores, com platéias essencialmente suas. Certamente a apresentação dos bonitos ontem na Clash teve um repertório mais digno e uma duração condizente com a importância da banda no atual cenário.

No final das contas o show acabou sendo muito bom, mas longe daquele que presenciei em 2008.

Fim de jogo para o Interpol, tempo para mais uma movimentação estratégica para aquisição de mais cervejas. A essa hora a pista já estava menos transitável e a expectativa era grande por parte da enorme concentração de órfãos do Oasis, dentre os quais me encaixo fielmente.

Quando digo “órfãos”, o caro leitor deve entender “saudosos” das tramas, da postura e dos “fucks” dos irmãos Gallagher.

Como bem definiu um colunista o qual agora me foge o nome, o Beady Eye soa como um lado Z do Oasis. É bem verdade. Ainda assim é melhor que 93,784% das bandas que surgem toda semana para salvar a cena. E quem foi lá esperando algo próximo de um show do Oasis, favor sentar logo ali e esperar por anos e anos, talvez até 2015, quando Liam pretende reunir o Oasis.

O amigão que também não reciclou seu arsenal de críticas prontas e usou o jargão “Show morno. Falta mais proximidade do Liam com o público”, favor também sentar logo ali ao lado da Cláudia.

É essa tal “falta de proximidade” de Liam que o torna tão próximo de seu público. É essa falta de proximidade que o público que ver e foi isso o que teve. Faltaram sim alguns “fucks” a mais. O Gallagher mais marrento anda meio tranquilão mesmo. Mas ainda é a personificação da identidade do Oasis ali diante do público. E com a voz melhor do que em sua última passagem por aqui.

Beady Eye é sim o lado Z do Oasis. É o Oasis sem frescuras (do bom sentido). Tem a crueza de um rockão old school, mas também a baladinha melosa e grudenta. Tem uma baita banda que une no mesmo palco Ride, The La´s e Oasis e tem Liam Gallagher nos vocais. Eu acho demais. Eu achei demais.

O festival foi dos Strokes. A massa queria ver Strokes. Todas as ações ao longo do festival eram voltadas aos Strokes. Mas a minha noite foi devidamente paga com a bandinha lado Z de Liam Gallagher.

E falando em Strokes, tá aí uma banda pela qual perdi o encanto ao longo dos anos. Acho um petardo o disco de estréia (Is This It) e nos trabalhos seguintes pesco algumas grandes faixas. Mas é muito oba-oba pra minha cabeça. O show foi impecável tecnicamente e o repertório beirou a perfeição para quem foi em busca dos numerosos hits arrasa quarteirões dos figuras.

Mas pelo menos pra mim parecia que havia um telão postado à frente do palco com uma imagem estática da banda e ao fundo os cd´s sendo executados por competentes músicos. E não é de movimentação e micagens que falo.

Não vou cravar que não gostei, até por que, assumo, acompanhei a certa distância. Mas é fato: Strokes não me anima muito. Gosto, mas sem grande empolgação.

Despeço-me da ferocidade com alguns vídeos dos shows que presenciei no parquinho. Valeu Terra.

 

Beady Eye – Millionaire

http://www.youtube.com/watch?v=q0vKgFpn3u8

Interpol – C´mere

http://www.youtube.com/watch?v=DduMiXf4dmA

White Lies – Strangers

http://www.youtube.com/watch?v=o7_DvjcvdsY

Strokes – Juicebox & Last Nite

http://www.youtube.com/watch?v=XuOhGVwJFjU

Cheers,

2 thoughts on “FESTIVAL PLANETA TERRA: IMPRESSÕES E EXPRESSÕES”

  1. em organização impecável vc precisa mencionar estacionamento a 20 realidades, com direito a transporte sem espera de ida e volta, coisa fina… e mais fino q isso é alcool gel no banheiro químico, surpresa, me senti no primeiro mundo.

    a mais esperada de Interpol pra mim era Evil (sim, eu sou fã de hits) e fiquei feliz, apesar de estar esperando o publico pular nesse refrão, coisa q nao rolou… tinha menos fãs de interpol q eu imaginava, mas isso foi compensado por aquela figura q tinha uma guitarra de papel e ficou tocando no ar simplesmente o show inteiro no telão

    atiro uma pedra em vc por falar mau de strokes kkk adorei o show, só faltou whatever happened q apareceu só no telão, aliás escrita pelo incapaz de identificar uma música sequer qnd o repertório desviou o suposto setlist q eles entregaram pros caras, pow me dá um ingresso grátis q eu dito o nome das músicas pro carinha lá de cima… tenha dó

    e a melhor frase desse post é: “O amigão que também não reciclou seu arsenal de críticas prontas e usou o jargão “Show morno. Falta mais proximidade do Liam com o público”, favor também sentar logo ali ao lado da Cláudia.”
    ri mto…

  2. hahahahahahahaha. não deve ter faltado companhia à Claudia.

    esqueci mesmo de mencionar os estacionamentos a preços justos, mediante aos absurdos que se praticam em grandes eventos.

    e nem falei mal dos strokes, pô. haha. só disse que não me empolga mto, mas que foi um show extremamente competente.

    Valeu, Livia. Bjos 🙂

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