DESPREZO ETERNO AO FUTEBOL MODERNO

Amadureci meu lado torcedor em uma década muito legal para o futebol brasileiro – a dos anos de 1990.

Meu clube de coração formou uma série de timaços que ganhou muita coisa depois de 17 anos sem comemorar nada. A seleção foi tetra depois de 24 anos sendo coadjuvante.

Foi também a última geração em que torcedores puderam vibrar na arquibancada de cimento, sacudir suas lindas bandeiras de mastros, enquanto seus ídolos podiam extravasar o momento mais sublime do futebol, o do gol.

Viola imitando porco. Depois imitando gavião. Donizete imitava a Pantera. O embala neném de Bebeto. As faixas comemorativas de Paulo Nunes, entre muitas outras.

Ganhavam com isso o carinho do seu torcedor e a raiva do adversário. Sentimentos que juntos dão sustentação as rivalidades. RIvalidades que são sim o verdadeiro motor que impulsiona o futebol a ser o gigante em meio ao resto dos esportes.

Tudo promovido e possibilitado por uma época onde o futebol não era essa chatice em que está se tornando.

Bandeiras com mastros, que é uma das coisas mais bonitas que o torcedor da arquibancada pode promover, não são mais permitidas em São Paulo e em muitos outros pontos do planeta. Isso com a desculpa de reduzir a violência, que pelo contrário só cresce e mostra a cada dia que não é no estádio que ela encontra o seu reduto.

A própria arquibancada está com os dias contados. Veja, não sou contra a modernização dos estádios, do esporte como um todo. Apenas acho que cabe a manutenção da tradição dentro da modernização.

Poderiam perfeitamente destinar um setor nas modernas arenas para o pessoal do gargarejo. Mas não. Em breve deixaremos de ser torcedores de futebol e seremos diplomatas engravatados enxugando o suor da testa com lenços de papel. Enquanto nossos ídolos ao invés de comemorarem os gols, irão prestar 1 minuto de silêncio pela morte do futebol visceral.

Rooney sofreu punição de dois jogos porque ao marcar importante gol, proferiu palavras que bacharéis jamais devem incluir em seu repertório. Ontem Neymar foi expulso porque ao marcar um belo gol, pegou uma das máscaras que sua torcida usava em sua homenagem e a vestiu. Senhores, é o fim do mundo. É o fim do mundo do futebol como o conhecemos e como aprendemos a gostar.

Jogador não pode contestar arbitragem após o jogo, não pode praticar o seu direito a opinião, correndo o risco de ser impossibilitado de praticar sua profissão, pois os senhores do apito são entidades magnânimas, intocáveis, que devem manter-se imaculadas. Um nojo!

O futebol como o conhecemos caminha para a extinção. Caminha para uma pasteurização que irá jogá-lo na mesma vala comum dos outros esportes. Ele foi o que foi até hoje por ser tão distinto, por ser tão democrático. Por permitir em todas as suas esferas a exacerbação da alegria a que ele se propõe gerar.

Deixo aqui o meu desprezo eterno ao futebol moderno.

2 thoughts on “DESPREZO ETERNO AO FUTEBOL MODERNO”

  1. O que dizer das palavras acima? Eu vi o viola imitar o porco e uma semana depois um jornal que havia publicado uam caricatura de uma viola comento um porco publicou o inverso pois o mestre luxa na época nos guiou para uma virada na segunda final. Máscaras, bandeiras, imitações com provocação mesmo, tudo faz parte do espetáculo e é um direito daqueles que nos brindam com espetaculares jogadas e o mais importante de tudo, o GOL!

  2. O Futebol no Brasil está próximo do fim. Não passamos de barriga de aluguel de craques para os maguinatas do futebol.
    Em relação a torcida, hoje o Brasil está ficando atrás até do Japão graças aos incompetentes do ministério publico e essa juventude que prefere andar com a camisa do Chelsea do que vestir o manto do seu time. A Famosa geração wining eleven (sei lá como se escreve isso)

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