Chazinho de Coca – Brasileirão entre a ciência e o imponderável.

Você é dos que acham que o futebol é uma ciência onde se pode combinar situações, apontamentos e cravar um resultado futuro ou ao menos uma probabilidade com altíssima chance de acerto?

Ou você é dos que acham que o imponderável ainda é o grande parceiro de nosso esporte predileto?

Pois a 24ª rodada do BR09 vem nos mostrando que as 2 vertentes podem encontrar sustentação para suas convicções. Digo que vem, já que ela só se encerra na quarta-feira, com o jogo entre Coritiba X Corinthians, que por um acaso pode alçar a condição de candidato ao título, o time que foi o grande campeão do 1º semestre e que devido a alterações drásticas em seu elenco, chegou a namorar a zona da degola – o Corinthians. Com 36 pontos, pode chegar aos 39 e ficar a 5 do líder Palmeiras. Como pode também perder para os donos da casa, o Coritiba. Que por sua vez abriria boa vantagem em relação ao 1º da zona da tristeza, o Santo André. Com 29 pontos, o Coxa já poderá até pensar em Sulamericana. Aliás, a Sulamericana que tem sua importância transitando entre contextos de acordo com a situação dos clubes. Pra quem está caindo, o “objetivo” é a Sulamericana. Daí se o nego se classifica, quando tem que disputá-la, manda o time reserva, já que ela é “mal encaixada no calendário”.

Ainda me segurando na parte debaixo da tabela, a 24ª rodada nos mostrou que Fluminense e Botafogo tem tudo para serem os representantes do futebol carioca na série B em 2010. Num joguinho safado, ficaram no 0X0. Um resultado digno de suas campanhas. Num jogo desse tipo, espera-se que o melhorzinho deles, que até então eu imaginava ser o Botafogo, tente algo, que parta pra cima, que ao final, mesmo num jogo sofrível, ele vença e crave que luta para continuar na elite. Quando eles abdicam da vitória, quando se equilibram na ruindade, então é sintoma de que o caminho está traçado. Ou não? Pois eu digo que sim. Basta assistir aos jogos do Náutico, outro que briga pra sair da zona do abacaxi e que ao menos mostra dedicação, disposição, que mesmo quando perde, perde brigando, ao contrário de seus 2 rivais cariocas. Ao contrário do Santo André, que chegou a ser surpresa no início, que mas que virou uma realidade de série B e que também não dá sinais de que vá conseguir sair de lá. Ao contrário, vejam vocês, do Sport. Time de Libertadores até pouco tempo. Time de série B mais recentemente.

Mas melhoremos o clima do post. Vamos subir e olhar o que fizeram os bonitos que brigam pelo título.

O Galo mineiro voltou a figurar entre os agraciados do G4, com a vitória sobre o xará paranaense. Vitória dura, de um time que liderou o BR09 por longa data, mas que como já era esperado pelos teóricos da “cavalice paraguaia” atleticana, despencou até sair da zona dos bonitos. Alguém apontaria o Galo como candidato ao título no início do campeonato? Mas o gosto pela ponta fez o time e a torcida bancarem o sonho e o Atlético MG que até pouco tempo era time que brigava para não cair, agora voltou a ser membro do G4 e vê até seu principal jogador tornar-se um selecionável.

O São Paulo, que até pouco tempo já era tido como carta fora do baralho, deu mais uma clara demonstração de que apostar contra o tricolor paulista é quase certeza de se afundar em dividas. E o SP mostra em suas recentes campanhas que quando o time engata, o resultado é título. Sintomático São Paulo. Pragmático São Paulo. Para essa gente do Morumbi, o imponderável parece não existir. Ou o inesperado sucesso de Ricardo Gomes é sinal de que o imponderável também reside pelos lados hexacampeões?

E o Internacional, que há 3 anos é, para muitos, o favorito máximo ao BR e no final nunca leva nada? Ontem teve a chance de ouro de assumir a liderança do campeonato, mas perdeu, jogando em casa. Trata-se de um caso onde o imponderável atuou como centroavante do Cruzeiro ou o Inter é supervalorizado por esses “muitos”? Será que o elenco já assimilou o estigma de time que vai, vai, vai e no final não chega a lugar algum?

Um estigma colorado que beneficiou o líder Palmeiras, que há uma par de jogos não é mais aquele time que chegava a assustar a concorrência, dando a impressão de que iria disparar como jamais alguém o fez nos BR´s por pontos corridos. Curiosamente o time travou desde a chegada do mais vitorioso treinador da era recente, Muricy Ramalho. Há de se levar em conta que o time perdeu para o resto do campeonato, uma peça de determinante importância ao fluxo de seu jogo, o guerreiro Pierre. Mas era caso de jogar contra o Vitória com 3 zagueiros e 3 volantes? O Palmeiras sem Pierre perde o espírito combativo, perde o principal desarmador do futebol brasileiro. Sem Diego Souza torna-se quase acéfalo e o time erra passes em larga escala. E se São Marcos deixa de ser santo por alguns minutos, pronto. Está dada a receita para o insucesso alviverde.

Enquanto isso o São Paulo vem subindo, subindo. Encostando e encostando. Já vi esse filme antes. Mas vou parar por aqui, se não darei a impressão de que sou dos que concordam que futebol é uma ciência. Até por que não abro mão do tempero da imponderabilidade.

Vou deixando a nobreza, mas não sem antes indicar o petardo que escuto na feitura desse post – Interpol, com Pioneer To The Falls. Se liga na maravilha:

Cheers,

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