Café com Leite: No Sufoco

Texto: Beto Almeida

Foto: Junior Lago (para o Lancenet!)

O Timão jantou o Fluminense e faturou mais três pontos no Pacaembu, a torcida agradece e acende uma vela pra São Jorge, só pra garantir. A maré tá boa, mas todo cuidado é pouco nessas horas, e toda reza vale.
E São Jorge tem de ser muito guerreiro mesmo, considerando a quantidade de secadores que estão zicando o Todo Poderoso. Conheço gente que não assiste o jogo do próprio time, mas vê as pelejas do Timão só pra ficar secando, ô raça. Já estamos acostumados com a quizumba, e dou a dica, água de alfazema depois do banho que a zica não cola em quem tá cheiroso. E as mulheres gostam.
Esse é meu jeito, cada um carregue seu patuá como lhe aprouver, mas parece que o encosto que colocaram no escrete alvinegro para a disputa da Libertadores parece ter vazado pra bem longe, coisa boa. Então é aproveitar a fase e prosseguir na rotina de vitórias pra acumular o maior número de pontos possíveis, criando uma vantagem confortável em relação aos adversários. Coisa que o Palmeiras fez ano passado, no período Pré-Vexame.
Mas tô aqui pra falar do jogo, também. Como dizia, a vítima da vez foi o Fluminense, vulgo Tricolor Carioca, comandado pelo técnico de nome esquisito, Muricy Ramalho. Fui lá no dicionário e eis que:
murici
sm (tupi murisí) Bot
1 Arbusto da família das Malpighiáceas (Byrsonima crassifolia) da América tropical. Tem folhas verde-escuras, lustrosas na parte superior e sedosas na inferior, flores amarelas em racimos, e por fruto uma drupa carnosa amarela, comestível; murici-do-campo, murici-da-praia, murici-de-tabuleiro.
(Fonte: Dicionário Michaelis)
Tem outras acepções, mas tudo em torno desse tema. Tai, o cara tem o nome de um arbusto, vai ver foi concebido sob a sombra de um, ficou a homenagem. Sanada a dúvida, vamos continuar com a minha análise da partida, ou seja, buscar no dicionário o significado da palavra Gum, nome de um zagueiro do time do técnico de nome esquisito. Em vão, tal palavra não existe no dicionário, ou seja, sua origem é um mistério ainda a ser desvendado.
Times perfilados, toca o Hino Nacional, acaba o Hino Nacional, começa a partida, acaba a luz em casa. Vou ter de ver a peleja na padaria, acompanhado por um bando de secadores. Antes de sair de casa tomo um banho e passo água de alfazema pelo corpo, quase perdi o primeiro gol (e único) da partida, aos 11 minutos, numa cobrança de falta do corintiano Chicão. A mocinha que atende no balcão até faz uma gracinha:
– Huuum, tá cheiroso o moço hoje…
O jogo tava movimentado, o Fluminense cresceu na partida e teve algumas chances de gol, quer dizer, até fizeram um gol. Rodriguinho marcou mas, segundo o bandeira, estava impedido. Não estava, o que foi suficiente pra todo mundo falar que o Todo Poderoso só ganha com a ajuda da arbitragem. Pura bobagem, os juízes são tão incompetentes que erram pra todo mundo, como verificou-se no segundo tempo.
Pois é, vamos a ele: o Fluminense voltou melhor, até obrigou Felipe a fazer um pênalti em Fred, que estava impedido, anulando o lance. Aí o Mano colocou Tcheco e Defederico na equipe, nos lugares de Jucilei e Dentinho. Era uma tentativa de dar maior posse de bola ao time, são dois jogadores que prendem muito bem ela nos pés. O Defederico é gênio e vai ser melhor do mundo, anotem aí. Provou isso mais tarde, quando foi derrubado na área pelo Gum, o zagueiro de nome insondável. Só que o juiz pisou na bola: não deu o pênalti e ainda amarelou o argentino, acusado de fazer simulação. Quem tinha de ser expulso de campo era o juiz, que papelão.
Aí foi segurar o resultado até o final, coisa de time dirigido pelo Mano. Haja sufoco! Mas conseguimos e, mesmo com a equipe não jogando bem, fizemos mais três pontos e continuamos com 100% de aproveitamento. E claro, a liderança do campeonato. Tá valendo.

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