ARSENAL VS. MILAN: 180 MINUTOS DE JOGO, 45 MINUTOS DE EQUILÍBRIO

Em impressionante recuperação, o Arsenal quase fez o impossível ao aplicar 3×0 no Milan no Emirates Stadium de Londres com atuação avassaladora dos Gunners no 1º tempo que pulverizou a enorme vantagem milanista de quatro gols conquistada na 1ª perna da série oitava de final da UEFA Champions League em San Siro.

 
Duelo de titãs: Robin Van Persie vs. Thiago Silva

O Arsenal entrou em campo com melhor astral em comparação ao jogo de Milão quando tinha seu treinador Arsene Wenger sofrendo o auge da contestação e da crítica.

As equipes foram a campo com muitos desfalques importantes em seus elencos.

No Arsenal, Wenger optou por começar com Alex Oxlade-Chamberlain jogando próximo a Robin Van Persie e Theo Walcott.

Já no Milan, o técnico Massimiliano Allegri adotaria incomum 4-3-3, formação tática que, mais tarde, receberia críticas do craque do time, Zlatan Ibrahimovic. O sueco afirmaria no pós-jogo ter se sentido sem posição no esquema.

Certo ou errado, fato é que o Arsenal dominou de forma flagrante a 1ª etapa, jogando com objetividade e marcando a saída de bola milanista.

Os defeitos de posicionamento dos italianos ficaram evidentes logo aos 6 minutos de jogo, quando, em cobrança de escanteio, Laurent Koscielny, concluiu de cabeça facilmente, enquanto a defesa milanista batia cabeça e discutia quem deveria ter marcado o francês gunner.

Os anfitriões continuariam a pressão, forçando os visitantes ao erro.

Até que o Milan parecia ter entrado no jogo, começando a controlá-lo, mantendo maior posse de bola e fazendo o tempo passar.

Ledo engano.

A neutralização da pressão iria por água abaixo quando o excelente zagueiro brasileiro Thiago Silva cometeria erro ao tirar bola da área com chute rasteiro e fraco nos pés de Tomas Rosicky que teve tempo de pensar para chutar no canto de Christian Abbiati.

Era o segundo gol gunner trazendo a equipe definitivamente de volta à luta pela vaga nas quartas de final.

Apesar da falha, destaque para o grande duelo entre Robin Van Persie e o próprio Thiago Silva com dois desarmes do brasileiro sobre o holandês.

No Milan, a fisionomia geral era de poucos amigos, tanto nos jogadores que não acertavam quanto no treinador Allegri que demonstrava claro temor por possível eliminação histórica. Mark Van Bommel usava de catimba para irritar os adversários que não se abalavam com as artimanhas do holandês.

Já no Arsenal, os fãs, mais do que nunca, começaram a acreditar no time, saindo inclusive da tradição de maior comedimento e começando a jogar junto com a equipe, vaiando a todo instante o adversário quando detinha a posse de bola.

O grau de emoção no Emirates Stadium chegou ao ápice quando Chamberlain, pela direita, aproveitou-se das limitações de Djamel Mesbah e invadiu a área para ser derrubado por dois milanistas.

Penalidade cobrada com perfeição por Robin Van Persie.

Final do 1º tempo em 3×0 para o Arsenal e 3×4 para o Milan no placar agregado.

Na 2ª etapa, o Milan se acertou e, pela primeira vez na série, houve um jogo equilibrado entre as equipes. Algo mais condizente com o nível técnico de ambos.

Van Persie perderia gol incrível na pequena área com Abbiati fazendo a defesa. A retribuição viria pouco depois com cruzamento rasteiro na área do Arsenal que Antonio Nocerino, também na pequena área, concluiria em cima de Wojciech Szczesny.

Aliás, retribuição de gentilezas foi a tônica na etapa final. Erros incríveis em sequência de lado a lado que evidenciavam grande nervosismo nos jogadores.

Ibrahimovic buscava jogo e, em uma das poucas jogadas do inexistente Robinho, recebeu cruzamento, matou no peito e fuzilou para fora.

Os momentos finais foram de desespero para ambos os lados, mas o Arsenal, apesar de ter mantido o bom nível, havia perdido o ímpeto da etapa inicial, em grande parte pelo fato do Milan ter acordado para a vida e ter começado a jogar.

No final, 3×0 para o Arsenal e 4×3 para o Milan no agregado, classificando-se para as quartas-de-final.

Arsene Wenger ainda reclamaria com a arbitragem de decisões ruins na partida que teriam prejudicado a equipe. Contudo, de todas as reclamações de Wenger, a que mais procede é aquela referente às péssimas condições do gramado do Estádio San Siro no jogo de ida.

Quanto ao Milan, quase se repete o fiasco de 2003 contra o Deportivo La Coruña. Refrescando a memória, naquela edição da UEFA Champions League, os rossoneri foram eliminados pelos galegos após vencer a partida de ida por 4×1 em Milão e incrivelmente perder em La Coruña por 4×0. Lição para ser aprendida pelo grupo de Massimiliano Allegri.

A lamentar, apenas os 45 minutos finais de verdadeiro duelo entre duas grandes equipes que se equivalem. Foram 90 minutos de total domínio milanista em Milão, 45 minutos de passeio do Arsenal em Londres e, somente no 2º tempo de Londres com ambos mostrando igual capacidade.

 

Benfica 2×0 Zenit

Em Lisboa, o Benfica necessitava de vitória simples contra o Zenit de São Petersburgo após vitória russa por 3×2 na partida de ida.

E a torcida portuguesa começou a sentir alívio somente no final do 1º tempo com o gol inaugural doas anfitriões com Maximiliano Pereira.

O clima de tensão não foi de todo dissipado na etapa final. O gol da classificação definitiva viria somente nos acréscimos com Nelson Oliveira.

Festa no Estádio da Luz que vê o tradicional Benfica voltando às cabeças no torneio europeu.

 

Barcelona 7×1 Bayer Leverkusen

Messi do outro mundo

Seria fantástico se não fosse corriqueiro em se tratando de Barcelona. Mas foi espetacular de qualquer maneira, graças a Lionel Messi, o melhor do mundo.

Tudo porque o argentino marcou cinco dos sete gols dos catalães, tornando-se o jogador a fazer mais gols em uma partida da UCL. Agora, Messi tem 12 gols na artilharia da atual edição do torneio.

De quebra, o Barça apresentou mais uma grata revelação das canteras do clube: Cristian Tello, atleta de 20 anos que fez os outros dois gols da equipe.

No final, o limitado Leverkusen fez seu gol de honra em boa tabela e conclusão de Karim Bellabari.

 

APOEL 1X0 Olympique Lyon (4×3 nos pênaltis)

Se o Barça faz história com seu super time e Lionel Messi fazendo chover, os cipriotas do APOEL seguem sua heroica jornada na UCL e também fazem sua história particular.

Após perder para o Lyon por 1×0 na França, o time de Nicósia recebeu os franceses precisando de resultado positivo.

Conseguiu o 1×0 logo aos 9 minutos de jogo com o brasileiro Gustavo Manduca que, mais tarde, seria expulso.

O placar ficou nisso até o 120º minuto e eis que vieram os pênaltis.

Michel Bastos perdeu sua cobrança e o goleiro dos ciprotas Dionisis Chiotis fez outra intervenção para garantir a surpreendente classificação do APOEL.

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