OS SEGREDOS DO TÍTULO: COMPETÊNCIA, SORTE E FÉ

Heroico. Assim pode-se resumir a maneira como ocorreu a maior conquista da história do Clube Atlético Mineiro – Campeão da Copa Libertadores da América 2013. No dia do escritor, faltam-me palavras para tentar explicar um feito que jamais será esquecido. Que já estava escrito. Talvez não tão sofrido e com requintes de crueldade ao aflito coração atleticano. Mas o Galo seria campeão. E foi.

Elencar aqui pontos cruciais que levaram a equipe de Cuca ao ideal é difícil. Mas em meio aos milhares de responsáveis, digo três fatores que foram fundamentais no roteiro do atual dono da América.

1) Competência – Com uma política considerada saudável, apostando no jogo bem jogado, arrumado taticamente e contando com um quarteto ofensivo em grande fase, o Atlético foi o melhor time da primeira fase da competição, perdendo apenas uma partida para o São Paulo, no Morumbi. A partir do término da fase de grupos, muitos ainda desconfiavam do sempre azarão clube mineiro. Nas oitavas, o duelo seria diante do pior segundo colocado, justamente o TRI campeão São Paulo. Na primeira cancha na capital paulista, vitória, de virada, do alvinegro das Minas Gerais. Na volta, no temido Horto, impiedosos 4 a 1 para cima do tricolor de Rogério Ceni e Cia. Vitória sintomática. Que impunha respeito e consolidava de vez o favoritismo do bom futebol. Do futebol bonito. Do autêntico futebol brasileiro. Do Atlético-MG.

2) Sorte – Ela ajuda quem é provido de talento. Sem sorte, não é possível nem ao menos atravessar uma rua, que o diga vencer uma Libertadores. Ainda mais tendo que deixar de lado todo um aspecto negativo instaurado e enraizado em anos de penúria. Pois é. O Galo conseguiu. Bicou a zica. A maré de azar começou a mudar no pênalti defendido de forma espetacular pelo goleiro Victor, contra o Tijuana, aos 48′ do segundo tempo. No segundo embate da semifinal, contra o Newell’s, no Horto, outro ponto salutar: o apagão aos 30′ da etapa complementar. Naquele momento, o Atlético não achava o jogo. Precisava de um gol. A marcação argentina estava perfeita. Era praticamente impossível burlar a barreira adversária. Apenas uma intervenção divina ou algo parecido mudaria a história. E aconteceu. O apagão trouxe luz ao apagado Atlético. Que voltou a campo com o iluminado Guilherme, cria do rival, autor do segundo gol. Gol da salvação. Da prorrogação. Da decisão por pênaltis. Das defesas de Victor. Gol da classificação à finalíssima. Gol da sorte. Sorte de campeão.

3) Fé – Independente de religião ou não, a fé faz acontecer. Fez acontecer. Claro que somente acreditar não adianta. Mas quando se tem competência aliada a sorte, a fé nunca falha. O maior sinônimo de fé deste Galo Doido está representado na figura de seu treinador, o “Chorão” Cuca. Infelizmente, devido a algumas frustrações, o técnico ficou marcado, de maneira injusta, como perdedor. A maioria das pessoas, entretanto, sempre se esqueceram dos bons trabalhos realizados pelo nobre treineiro. Fato é que o título tratou de tirar um grande peso de suas calejadas costas. Agora, consolidado como grande técnico que é há tempos, Cuca poderá, enfim, iniciar uma nova fase em sua carreira. Uma fase que tardou, mas não falhou.

Carentes, por quem ela sempre quis, a taça da Libertadores hoje está em boas mãos. Mãos do torcedor atleticano. Que resistiu bravamente, empurrando e jogando junto por onde o Galo passou. Que acreditou, mesmo quando ninguém mais acreditava. Que derrubou Ferreyra, candidato a vilão, que poderia ter exterminado o sonho de todos, mas escorregou na hora H. A Massa está de parabéns! Fez seu papel.

Nem sou Atlético, muitos não são. Porém, ontem, muitos de outros foram Galo. Outros, de muitos, não. Mas no fim, o futebol venceu. Talvez nunca tenha visto um time merecer tanto um título quanto esta brava equipe mineira. Assim como no título do Galo, busque em sua vida ser competente, que a sorte lhe acompanhará. E o mais importante: nunca deixe de acreditar!

Parabéns ao Galo! Viva o Futebol!!!

O capitão Réver ergue a tão sonhada taça da Libertadores pelo Atlético-MG (Foto: Vanderlei Almeida/ AFP))
O capitão Réver ergue a tão sonhada taça da Libertadores pelo Atlético-MG (Foto: Vanderlei Almeida/ AFP))

 

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