A NOVIDADE VEIO DA COLÔMBIA

Com banca de professor, estudioso do futebol, o São Paulo apresentou na tarde desta segunda-feira (01), o treinador colombiano Juan Carlos Osório.

Mais do que dar um padrão tático à equipe, conter o temperamento do “estrelado” elenco tricolor, Osório chega para mudar uma cultura no futebol brasileiro.

Quantas vezes ouvimos que treinadores estrangeiros não tem vez no Brasil por que, aqui, as coisas são diferentes e os gringos não se adaptam. Desde o início ensinamos a eles que tempo de trabalho é uma expressão que não existe. Aqui, o que vale são apenas vitórias, e qualquer prazo de validade acaba após duas, três partidas ruins.

Não afirmo que os treinadores estrangeiros são melhores que os brasileiros, mas a principal questão está que, num futebol globalizado, a troca de cultura, ideias, é mais do que essencial.

Neste ano, Diego Aguirre deu o primeiro passo. Após início cambaleante, as pressões – principalmente por parte da imprensa gaúcha – estavam pesadas, mas a diretoria do Internacional segurou o uruguaio e colhe os frutos como o único time brasileiro na semifinal da Libertadores, e um elenco valorizado.

Imprensa brasileira que também é um caso especial. Eufóricos por notícias de impacto focam na palavra “demissão” em todas as coletivas de treinadores após uma derrota. Se ele é estrangeiro, a pedra é ainda maior.

No Brasil, dois, três meses é o suficiente para analisar o trabalho de uma equipe. E convenhamos que os campeonatos estaduais não valem para nada nos dias de hoje. São apenas uma pré-temporada de luxo, mal utilizada pelos clubes que cobram as vitórias, e tratada pela maioria da imprensa como uma Copa do Mundo. Por aqui o campeonato que vale é o Brasileiro.

O problema no futebol brasileiro é muito mais amplo do que apenas a situação dos treinadores, mas se complementam com toda a falta de organização que começa na CBF  e chega aos clubes.

Cobramos jogadores, clubes, que tem três, quatro treinadores por ano. Nesse caso poderíamos copiar alguns dos principais campeonatos do mundo, onde um treinador não pode treinar duas equipes no mesmo campeonato. A confusão estaria em cima da mesa, e o planejamento também. Alguém se lembra de um treinador que saiu do Chelsea e foi treinar o Liverpool, Arsenal, o Manchester, na mesma temporada?

Mais do que mudar a atual cultura do futebol brasileiro sobre os técnicos estrangeiros, as presenças de Diego Aguirre e Juan Carlos Osório passará a valorizar ainda mais os profissionais de qualidade brasileiros.

Luxemburgo, Felipão e muitos outros perderão a vez.

Os torcedores do São Paulo estão rindo também

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