A EURO 2012 PROVOU O ÓBVIO AO DESCRENTE.

Rápido e sorrateiro.

A final da Euro 2012 nos mostrou duas situações:

1ª – Bem como na Copa do Mundo em 2010, ainda que viesse do título da Euro e de exibições exuberantes em amistosos e demais torneios, a derrota na estréia para a Suíça colocou –  injustamente – na testa espanhola o selo do fracasso adquirido pelos anos de muita “Fúria” e pouco brilho. Aos que acompanhavam aquele time mais de perto não foi surpresa a recuperação e o título daquela edição do Mundial.

Dois anos mais tarde, já com status de campeã mundial, além de detentora da Euro e ainda que sem ser derrotada até a final da atual edição, a desconfiança mais uma vez recaiu injustamente sobre os ombros espanhóis.  O discurso do “jogo sem brilho” ganhou espaço e a coesa campanha da surpreendente Itália, ainda que tenha vindo de um fiasco histórico no mundial de 2010, colocou para muitos a Azzurra como favorita.

O placar final não reflete a realidade italiana, mas mostra para parte do mundo que ainda não acreditava que essa Espanha já é uma das grandes da história da pelota, que para eles basta precisar. É o futebol na medida certa, de acordo com a oferta. Foi ao longo da Euro “apenas” eficiente”. Na final precisou brilhar e a exuberância do jogo de Xavi e Iniesta deu o tom daquela que é hoje a melhor seleção do mundo. Da seleção do século XXI.

Reafirmou não somente o estrelismo da dupla Xavi e Iniesta, mas também a letalidade de um elenco que tem no banco um centroavante como Torres. Um verdadeiro espelho da eterna desconfiança do mundo em relação ao futebol espanhol. Decisivo sempre que necessário, foi dele o gol do título da Euro em 2008 e novamente na final da Euro de 2012 mais uma vez guardou o dele, decretando ali o título espanhol e ainda dando assistência no gol de Mata. Um real paralelo de seu selecionado, onde ambos vivem para provar o valor que os resultados dos gramados já lhes conferem.

2º – A Itália não merecia a derrota do tamanho que foi. Ainda que em campo não tenha conseguido ser a Itália que foi ao longo de toda a Euro e sobretudo na semifinal contra a Alemanha. Fruto do baixo rendimento individual de alguns, mas sobretudo pela pressão das avançadas linhas espanholas que afundaram Pirlo e o mantiveram longe da faixa de campo onde poderia armar o ataque com Balotelli e Cassano. Mas manteve-se ainda viva até a alteração precipitada de Prandelli e o azar de Tiago Motta. Poderia ter sido mais Itália em uma final onde o foi somente na execução dos hinos. Mas foi Itália na superação de mais um momento conturbado politicamente e após fracasso na Copa. Mostrou ter grupo e trabalho fortes. Suficientes para que o mundo esteja de olho na Azzurra na próxima Copa das Confederações, mas principalmente na Copa de 2014.

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