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CHEGOU A HORA DA REFORMULAÇÃO?

Você já deve ter ouvido falar que nenhum time que alcança o status de vencedor se mantém no topo por muito tempo. Exemplos são vários: Palmeiras da Era Parmalat, Santos de Robinho e Neymar, São Paulo de Muricy e, recentemente, o Corinthians de Tite. Os títulos de Campeão Brasileiro, da Libertadores, do Mundo, Paulista e da Recopa fizeram do Timão o grande clube brasileiro dos últimos 3 anos. O desgaste, porém, era algo natural e, principalmente, esperado.

Dono de um dos melhores elencos do Brasil, a equipe paulista dirigida pelo treinador gaúcho parece ter chegado ao seu limite. Tanto técnico, como estrutural. Alguns atletas, inclusive, já estão no clube desde 2008. Outros chegaram em 2009. A grande maioria já venceu muito com o manto alvinegro. Vencer não cansa, mas todo ciclo tem seu fim. O futebol apático apresentado nos últimos jogos do BR13, fizeram o torcedor corintiano perder a cabeça e já cogitar que uma reformulação no plantel se faz necessária ao final da atual temporada. E ela deverá começar pelo banco de reservas.

Há três anos no comando da equipe, Tite não deve renovar seu vínculo, que vence no fim deste ano. Pessoas ligadas ao treinador garantem que seu objetivo é treinar uma seleção visando a Copa de 2018. Nomes como o de Oswaldo Oliveira e Abel Braga já repercutem nos bastidores do Pq. São Jorge. Muricy Ramalho era ‘o cara’ para substituir Adenor, entretanto seu acerto com o São Paulo praticamente inviabilizou a contratação.

Enquanto isso, com a derrota de ontem na abertura do segundo turno para o Botafogo, a distância para o líder Cruzeiro aumentou para 13 pontos. A própria diretoria, comissão técnica e jogadores adotaram o discurso de que é praticamente impossível buscar a sexta estrela. A Libertadores, no entanto, é o objetivo “mínimo”. E mais real.

A duvida que fica é: será que o Corinthians conseguirá se reformular e continuar competitivo? Ou seguirá a linha de seus adversários, que após anos de sucesso passaram a viver no ostracismo e desempenhar papel de coadjuvantes?

Só o tempo dirá.

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Campeoníssimo com o Corinthians, Tite deve deixar o clube no final do ano

IGUALDADE NO PLACAR, DESCONFIANÇA NO AR

O jogo de extremos entre Corinthians e Portuguesa, válido pela 5°rodada do Brasileirão, terminou frustrante para os alvinegros e até certo ponto bom para os lusitanos. 0 a 0 no Pacaembu. 1 pontinho para cada lado e fim de papo.

Luta, movimentação e raça não faltaram. Mas futebol, o principal, sim. O embate de ontem não lembrou em nada os memoráveis duelos de outros tempos. Entretanto, no ‘frigir dos ovos’, foi uma partida razoável. Assistível. Com chances claras para os dois lados.

O Corinthians, de fato, ainda está muito aquém do time aplicado taticamente e mortal nos contra-ataques que vimos ano passado. Pato, principal contratação do futebol brasileiro na temporada, não marca há 10 jogos. Paulinho, craque do time e volante titular da seleção, vive a iminência de uma possível (e provável) transferência para o futebol europeu. E para completar o enredo de azar, Paulo André e Alessandro se lesionaram. Enfim, a fase não é mesmo das melhores. Tanto é que as cobranças e, principalmente, cornetas já começaram a soar pelos lados de Pq. São Jorge. As recém-chegadas de Maldonado e Ibson dividiram opiniões entre os torcedores. Muitos desaprovaram os novos “reforços”. Fato é que o Corinthians, pelo elenco que tem, ainda é – no papel -, disparado um dos favoritos a conquista da competição. Basta provar tal status no campo.

Pelo lado rubro-verde, jogando mais um ano novamente para não cair, o placar no “clássico” foi comemorado como uma vitória. Demonstrando muita gana e vibração, a equipe do polêmico Coronel Pimenta teve “coração”, equiparando na base da vontade a técnica do adversário. Se não fossem uma bola na trave e algumas boas intervenções do gigante Cássio, a Portuguesa poderia ter deixado o Pacaembu em silêncio e com os três pontos na conta. Destaque especial para o meia Marcelo Cañete, vindo por empréstimo do São Paulo. Ao lado do experiente Souza, o argentino chegou, vestiu a camisa e tem decidido. Contra o Inter, na última quarta, no Canindé, o jogador deixou sua marca, garantindo o empate. Por outro lado, o elenco continua limitadíssimo para a força que exige o campeonato. Caso a inoperante e amadora diretoria não reforce o plantel em algumas posições cruciais, novamente o torcedor da Lusa sofrerá este ano. Abre o olho, Da Lupa. E o bolso também!

Analisando o BR-13, por enquanto monótomo e nivelado por baixo, nota-se que o resultado de igualdade tem sido até o momento a grande tônica da competição. Portuguesa e Corinthians, por exemplo, empataram três vezes cada. Porém, a equipe alvinegra ocupa a 12°colocação por que venceu uma partida, ao contrário da Lusa, que soma três empates, integrando atualmente o Z-4, na 18°posição, com 3 pontinhos.

PRÓXIMOS JOGOS – Pela disputa da final da Recopa Sul-Americana, o Corinthians volta a campo dia 3 de Julho, contra o São Paulo, no Morumbi. Já a Lusa, em duelo atrasado ainda do Nacional, enfrenta o Fluminense, na próxima quarta, no Canindé, às 19h30.

A esperança de corintianos e lusitanos, e muitos outros times, é que após a parada da Copa das Confederações, as equipes engrenem e façam boas campanhas. Caso contrário, teremos um Brasileirão pra lá de chato, com muitos clubes em crise e vários treinadores no mercado. Este é o futebol brasileiro.

Corinthians e Portuguesa empataram sem gols no Pacaembu, no último sábado (Foto: Fernando Borges / Terra)
Corinthians e Portuguesa empataram sem gols no Pacaembu, no último sábado (Foto: Fernando Borges / Terra)

DANILO – UM CRAQUE SEM STATUS

Danilo Gabriel de Andrade “Campeão”. Assim deveria se chamar o Danilo do Corinthians. Um autêntico vencedor neste competitivo esporte chamado futebol.

Nos dias atuais, a maioria das pessoas têm associado a denominação de craque a quem chama muito atenção, principalmente fora do riscado. Entretanto, Danilo está aí para provar que um craque não tem por obrigação dominar os holofotes e, sim, apenas fazer o seu trabalho dentro de campo.

Sem grife, o canhoto da cidade de São Gotardo Ibiá, interior da gigante Minas Gerais, começou sua brilhante carreira no Goiás e, logo após sucesso meteórico no Esmeraldino, rumou para o São Paulo. No clube do Morumbi, em três anos, o meia conquistou simplesmente tudo. Paulistão, Brasileirão, Libertadores e Mundial. Além disso, “Zidanilo“, apelido concedido pela torcida tricolor, foi peça fundamental em ambas as conquistas. Deixou o clube como ídolo.

Com ambição, o craque resolveu buscar mais um desafio na carreira: jogar no Japão. E escolheu o Kashima Antlers, equipe mais popular do País e que não conquistava um campeonato nacional desde 2001. Danilo chegou e também foi peça importantíssima na conquista do tricampeão Japonês (2007/2008/2009), da Copa do Imperador (2007) e da Supercopa do Japão (2009).

Um verdadeiro multi-campeão. Mas ainda tinha mais.

Sem muitas opções no mercado na época, o Corinthians buscava incessantemente por um grande nome para comandar seu meio-campo no ano do centenário. Entre eles, uns até mais badalados, o nome do “mineirinho” apareceu na mesa de Andres Sanches. Sem titubear o mandatário alvinegro fez de tudo e conseguiu obter êxito na aquisição do jogador. Sorte dele.

Em sua chegada ao Timão, Danilo demorou alguns meses até adaptar-se a sua nova casa. Afinal, sua imagem ainda era fortemente ligada ao rival São Paulo. Por conta disto, a Fiel olhava com ares de desconfiança para o camisa 20. Mas isso seria apenas questão de tempo, ou melhor, títulos, para mudar.

Logo em seu primeiro ano, o clube fracassou. Caindo nas oitavas-de-final da Libertadores para o Flamengo, no Pacaembu. Além disso, ainda perderia o título brasileiro nas últimas rodadas para o Fluminense. Mano Menezes assumiu a seleção e Tite chegou.

No início de 2011, a equipe paulista entrara para a história ao ser eliminado na pré-Libertadores de forma vexatória para o modestíssimo Tolima-COL. Em meio a crise, Danilo, um dos chamados medalhões do elenco, era contestado pela torcida, que o apelidou de “Marcha Lenta“, devido ao seu estilo de jogo mais cadenciado.

Em contrapartida, no mesmo ano, assim como todo o time, Danilo deu a volta por cima e foi decisivo na conquista do 5° Brasileirão do Timão.

Mas o melhor estava por vir…

Em 2012, em dos melhores e mais competitivos Corinthians de toda a história, Danilo estava lá, no elenco que conquistou, de forma invicta, a tão sonhada Libertadores da América.

No fim do mesmo ano, lá estava Danilo de novo. No Japão. Lugar tranquilo para ele. O Chelsea era o adversário. Corinthians BI-Campeão do Mundo. Danilo também.

Ontem, na Vila Belmiro, logo após o gol do Santos, quem apareceu para decidir? Sim, ele mesmo. Danilo fez o gol que concedeu ao Corinthians o seu 27°título paulista.

Para finalizar, quando vejo Danilo jogar, tenho a impressão de ver um jogador classudo em campo. Daqueles à moda antiga, que não precisam correr para jogar, pois basta apenas um toque para fazer a bola correr. Para fazer o time andar. Para ganhar.

Bi-Campeão do Mundo, Bi-Campeão da Libertadores, Bi-Campeão Brasileiro. Este é Danilo. Um cara simples. Simples como deve ser o futebol. Simples como deve ser a vida.

Parabéns, campeão!

Danilo conquistou mais um título pelo Timão
Campeão de tudo, Danilo, o ‘maestro da Fiel’, conquistou mais um título pelo Timão e para sua coleção: o Paulistão

PAULINHO – O MELHOR VOLANTE DO BRASIL

Nos últimos cinco anos, o Corinthians tem se especializado em revelar jogadores que, no tal do futebol moderno, são peças indispensáveis para uma equipe que almeja vôos mais altos: o volante.

Neste intervalo de tempo, passaram pela meia-cancha alvinegra nomes, hoje conhecidos, como Elias, Cristian, Jucilei entre outros. Porém, um nome dentre todos estes que tem se destacado é o do volante Paulinho.

Após rodar o norte europeu, sofrer com racismo e até pensar em largar o futebol, o pequeno Paulo voltou ao Brasil para defender o Bragantino. Mal sabia ele que ali começaria sua vitoriosa carreira.

Mostrando técnica refinada aliada à força no arranque ao ataque, o volante-meia chamou a atenção dos dirigentes corintianos, que sem titubear contrataram a então aposta da época.

Com a saída de Elias para o Atlético de Madrid, no final de 2010 Paulinho já era titular absoluto do Timão ao lado do também ótimo volante Ralf, o Pitbull da Fiel.

Com muita disposição, raça e, principalmente, gols Paulinho caiu nas graças da Nação e hoje alcançou status de ídolo do Campeão do Mundo.

Devido a solidez da equipe alvinegra, você pergunta para qualquer torcedor do Corinthians quem é o melhor jogador do time e todos demoram um pouco para responder, entretanto o nome de Paulinho acaba sempre como o mais votado.

Fato é que Paulinho é a válvula de escape do Corinthians de Tite. Quando ele não aparece, a equipe sente. Não que isso seja uma “Paulinho Dependência”, mas sua importância para o bom funcionamento do time é essencial.

Ontem no primeiro duelo da finalíssima do Paulistão-2013 contra o Santos, na qual o Coringão saiu vencedor, Paulinho foi o melhor em campo. No primeiro tempo, juntamente com toda a equipe, dominou com sobras seu setor dentro das quatro linhas. Sobrou até chapéu em cima do experiente Marcos Assunção. Na etapa final, quase marcou um gol de placa, após arrancar de forma espetacular ao ataque. Pena que a finalização saiu errada.

Peça fundamental no elenco comandado pelo Sr. Adenor, agora o camisa 8 busca provar para Felipão que volante que sabe sair jogando e marca gols não é coisa da imprensa.

Paulinho comemora gol com a Fiel
Paulinho comemora gol com a Fiel

EMPATE PROMISSOR, MAS…

Com uma postura totalmente diferente da derrota contra o Cruzeiro na última quarta (18), a Portuguesa deu indícios de que venceria o Corinthians, ontem, no Pacaembu, pela 11°rodada do Campeonato Brasileiro.

Marcando forte no campo de ataque, o time comandado por Geninho anulou as principais peças do adversário e foi para o intervalo com a vantagem de 1 a 0 no placar. Héverton, que já atuou pelo Corinthians, marcou o tento lusitano. Porém, na segunda etapa o time do Canindé cansou e não suportou a pressão do adversário, que empatou a partida tendo chances, inclusive, de virá-la, como na bola chutada no travessão por Douglas, autor do gol dos “donos da casa”.

Héverton, ex-Corinthians, marcou o gol da Portuguesa – Foto: Leonardo Soares/UOL

Em meio a crise, os jogadores da Lusa lamentaram o resultado, mas destacaram a forma diferente como o time se portou em campo. Com a boa atuação frente ao atual Campeão da Libertadores, a torcida rubro-verde espera que tal postura seja repetida nos próximos jogos, já que o clube corre sérios riscos de entrar na zona de rebaixamento e, possivelmente, não sair mais.

Um ponto que merece destaque é o bom retrospecto da equipe contra os principais rivais: venceu o São Paulo e empatou com Palmeiras, Santos e, agora, Corinthians. Boa!

Firme na defesa e veloz no ataque, a mudança no esquema tático realizada por Geninho, que antes escalava o time no 3-5-2 e agora no 4-4-2, parece ter surtido efeito. Héverton deu mais velocidade ao ataque, onde atuou ao lado do também veloz Diego Viana. O zagueiro Rogério, que vinha falhando constantemente nos últimos jogos, foi sacado do time. Gustavo e Valdomiro formaram a dupla de zaga.

Dida, ex-jogador do Timão nos tempos áureos de 99/2000, foi ovacionado pelo torcedor corintiano ao entrar em campo. O goleiro ficou emocionado e agradeceu os aplausos, porém preferiu destacar a boa partida realizada por seu atual clube.

Dida é aplaudido pelo torcedor corintiano – Foto: Leonardo Soares/UOL

Guilherme, alvo do Corinthians desde o início do ano, ao que tudo indica, deve mesmo permanecer na Lusa. A princípio, a única forma de tirá-lo do Canindé seria com o pagamento de sua multa rescisória. O Corinthians, por sua vez, ainda não jogou a toalha, embora tenha dito à imprensa que sim. A cúpula corintiana busca um investidor que compre os direitos do atleta.

Guilherme realizou contra o Corinthians sua sexta partida neste Brasileirão. Se entrar em campo contra o Flamengo quinta, no Canindé, não poderá atuar por outra equipe na competição.

Enfim, o resultado foi bom, surpreendente até, mas a realidade é dura para a Portuguesa. O time não aspira confiança, não vence há cinco jogos e conta com um elenco limitado. Pelo visto, nomes de peso não chegarão e a sina daqui para a frente será a de brigar com raça contra o fantasma da segundona, que por incompetência de “alguns”, insiste em sondar o Canindé.