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A CRISE DO FUTEBOL BRASILEIRO É A CRISE DO SEU TIME

A crise do futebol brasileiro respinga nas fracas atuações dos clubes (Sérgio Lima /Folhapress)
A crise do futebol brasileiro respinga nas fracas atuações dos clubes (Sérgio Lima /Folhapress)

Virou o ano e o meu favorito à conquista da Libertadores era o São Paulo. Vice-campeão brasileiro, elenco forte, reforçado – de acordo com a ótica da diretoria, é bom lembrar -, renovação do M1to Rogério Ceni, etc. Definitivamente, o torcedor encontrava motivos reais para estar empolgado. Além disso, Muricy tinha o time, literalmente, nas mãos. A expectativa, como deveria de ser, era grande. Como é o SPFC.

Começou a temporada e o Tricolor levou logo de cara uma traulitada do arquirrival Corinthians, em Itaquera. Como era de se esperar, surgiram inúmeras críticas. Imprensa, torcida, bastidores. Todos estavam sedentos em saber o que havia acontecido. Aliás, ainda estão!

Não sou desses, mas o cenário no Morumbi é de crise. O ambiente é tenso. E para os nossos padrões (na qual eu não concordo, mas existem, explicarei logo abaixo), para a nossa cultura, era óbvio que aconteceria isso. O clube não consegue apresentar um futebol confiável na principal competição da temporada. Seu camisa 10 simplesmente caminha em campo. Já o técnico, está perdido, sem saber o que fazer, enquanto outros jogadores ficam sobrecarregados, casos de Michel Bastos.

Mesmo diante de todo este cenário caótico, ainda há chances reais de classificação na Libertadores. O Paulista já está garantido.

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Ganso ainda deve futebol à torcida do São Paulo (Foto: Google)

Eu fui um dos que defendeu a ideia de crise no São Paulo após a derrota para o Palmeiras, no Allianz Parque, por 3 a 0. Não pelo jogo. Mas pela moral baixa. Não pelo alarde de parte da imprensa. Mas sim, pelo futebol apresentado. Ou pela falta dele. Ou, talvez, a coletiva do Muricy, sintomática naquela noite. O clube está, sim, em crise. Uma crise institucional. Crise tática. Até discuti com alguns amigos são-paulinos que afirmavam ser impossível um time que ocupa o segundo lugar de um dos grupos mais difíceis da principal competição da América do Sul, estar em crise. Sim, está.

Chegaram até a dizer que eu estava embarcando no imediatismo pregado pela chamada “imprensa marrom”, que, muitas vezes, supervaloriza fragmentos de declarações ou partes de uma partida para espetacularizar e deturpar um fato em benefício que vise aumentar a audiência de seu programa, site ou blog. Nunca foi essa a minha intenção. Nunca será.

Tostão publicou dia desses, em sua coluna na Folha de S.Paulo, que as críticas à equipe do Morumbi eram excessivas e além da conta. Até pode ser, sobretudo, se olharmos sob a ótica de que todos os times grandes do Brasil estão nivelados por baixo. E não é de hoje. Até porque, dos 5 melhores do ano passado, apenas o Corinthians, que não é espetacular, mas está mostrando potencial para ser, consegue se destacar. Principalmente por sua regularidade e eficiência tática. Já Atlético-MG, Cruzeiro, Inter e São Paulo estão em baixa. Em todos os níveis.

Não é somente pela falta de tempo e paciência, dois dos fatores principais que o imediatismo tupiniquim ainda se deixa aflorar. Mas é pela falta de planos emergenciais, que também não surtem efeitos do dia para a noite.

O campeão brasileiro perdeu peças pontuais e foi obrigado a remontar a equipe. Foi um risco que a diretoria decidiu correr. Está pagando. O campeão da Copa do Brasil, por sua vez, perdeu (leia-se vendeu) a principal arma do time e contratou outra, que demanda certo tempo para estar afiada. Sabia disso! Já o sempre favorito dos pampas trocou o comando. As peças continuaram lá, chegaram até outras novas, mas as regras mudaram. Em SP, a efervescência política respingou no elenco e as adversidades naturais, como lesões e má fase de alguns jogadores, corroboraram para que a equipe de Muricy entrasse numa decadência. Ainda há saída.

A verdade é que não há desculpa. A nossa realidade, infelizmente, é sufocante. A pressão deve e vai existir sempre nos grandes, porém não há uma dose de bom senso na hora de apontar-se os dedos ou criar factoides. As teorias são baseadas, quase sempre, em uma superficialidade do nível de um pires.

No Corinthians, por exemplo, as coisas vêm funcionando porque houve a instauração de um padrão. Há, nitidamente, um conceito claro de jogar bola e planos emergências quando eles não funcionam. Isso ocorre desde a Era Mano Menezes, em suas duas passagens e, recentemente foi remodulado, com Tite, que parece ter retornado de longas férias. Dentro de campo, tudo continua igual no modo de atuar. Mesmo que muitos jogadores tenham saído, é possível identificar as razões para o alto nível de competitividade do Timão. Ao contrário de seus rivais.

Assim como foi Paulinho em 2012, está sendo Elias em 2015: um dos pilares da equipe de Tite (Foto: Marcos Ribolli)
Assim como foi Paulinho em 2012, está sendo Elias em 2015: um dos pilares da equipe de Tite (Foto: Marcos Ribolli)

Por aqui, ainda seguimos cobrando dos nossos times um futebol que eles estão a cada temporada deixando de poder nos dar. Acredito que ainda se faz presente um pensamento “europeu”, porque muitas vezes nos vendem essa ideia. Porém, na realidade dos campos, deixando de lado outras esferas, agimos, quase sempre, como terceiro mundo. Sem contar que no quesito organização seríamos quarto ou quinto. Afinal, exportamos, ao invés de valorizarmos. Padronizamos, ao invés de deixar fluir o talento. Nos preocupamos em criar a base vencedora, campeã e esquecemos que o importante é revelar a molecada. Pagamos caro por ilusão. Pela inflação. Pedimos paz, na mesma medida em que veneramos uma polêmica vazia, daquela que não agrega e não gera nenhum debate enriquecedor.

E assim o segue o jogo, jogado de qualquer jeito. Tratado de qualquer jeito. Onde os técnicos cada vez mais pedem o boné. Onde o mercado da bola se aquece a cada faísca manchetada e a fumaça do incêndio das crises segue sendo somente controlada, ao invés de apagada.

O LIBERTADOR

A temporada, enfim, começou. Não só para o corintiano, mas para o brasileiro.

Confesso: fiquei ansioso pelo jogo do Corinthians. Não pelo adversário colombiano, que seria fraco demais diante do “cascudo” time alvinegro, como, de fato, foi. Estava é com saudades da Libertadores. Em 2015 “estarei mais uma vez de fora”. Porém, nada que me impeça de curtir bons jogos. E o melhor: vibrar com eles. Mesmo que em um deles esteja o meu maior rival.

É impressionante como a maioria das partidas dessa competição costumam ser boas mesmo quando a técnica não é protagonista. A atmosfera que cerca o torneio é, por si só, o grande barato. Por outro lado, é impossível ignorar as lacunas e irregularidades da péssima administração por parte dos amadores da Conmebol – o câncer do futebol sul-americano.

A intensidade de Corinthians 4 x 0 Once Caldas prova que essa Libertadores será inesquecível. Principalmente porque há 14 campeões entre os 32 participantes. E, todos, com equipes competitivas.

Na mesma medida em que exaltamos a beleza que impera – com merecimento – na Champions League, muitas vezes, criticamos o descaso visto constantemente em nossos quintas – também com merecimento – porém com ressalvas a serem feitas: nem tudo é essa porcaria toda.

A Libertadores ainda é diferente de qualquer outra competição.

Quando digo isso não falo das tradicionais (infelizmente) cusparadas ou dos casos de racismo que sujam a imagem do campeonato mundo afora. Falo do jogo jogado. Aqui é diferente, sim. É preciso saber jogar como pede a Libertadores. Com raça, atitude, malandragem e muito coração. O segredo para vencê-la ainda é o mesmo: jogar futebol. Mas um futebol que não se ganha somente com os pés. E, sim, com a cabeça.

Assim como na final em 2012, Emerson Sheik soube usá-la corretamente durante os 90 minutos da última quarta, na Arena, tornando-se peça fundamental na vitória corintiana. Não só pelo gol-relâmpago. Mas sim pela postura gigante. Típica de jogador decisivo que sempre foi. Daqueles que conhecem o caminho. Que sabem como chegar. E funcionou de novo. Em um momento de risco. Até porque, durante parte do primeiro tempo o Timão se encolheu e chamou muito o adversário, que quase chegou lá. Parando em Cássio.

Muitos torceram o nariz e previram o pior quando Guerrero foi pouco inteligente e saiu de cena mais cedo. Sorte do Bando de Loucos que lá estava Sheik, o comandante de um time que fez uma partida tanto na parte tática, quanto individual impecável. Deixando boas impressões para um temporada árdua.

Dentre os destaques individuais da estreia corintiana na Libertadores, não há como negar que o camisa 11 roubou a cena, demonstrando o que todos já conhecem dele. Rejeitado em 2014, Sheik é, com certeza, o cara do time. Tite sabe muito bem disso. Ontem, o autor dos gols que libertaram o Corinthians há 3 anos, foi, também, o cara da primeira grande partida do futebol brasileiro no ano.  O mesmo cara que pode novamente reescrever sua história onde já faz parte dela.

Em meio a vários destaques, Sheik foi o melhor em campo na goleada sobre o Once Caldas, pela primeira fase da Libertadores (Foto: Ari Ferreira/LANCE!Press)
Em meio a vários destaques, Sheik foi o melhor em campo na goleada sobre o Once Caldas, pela primeira fase da Libertadores (Foto: Ari Ferreira/LANCE!Press)

 

O DIA QUE RIQUELME ME FEZ CHORAR

Quando comecei acompanhar futebol e, principalmente, entendê-lo, peguei uma fase que meu time travou batalhas históricas contra o Boca Juniors. Como por exemplo, em 2000, na final da Libertadores da América. Só o fato de sonhar com o Bi já me deixava eufórico. Para minha tristeza, não seria naquela data tão importante que iria pela primeira vez ao estádio (essa parte eu conto no texto anterior a esse, que escrevi no Ferozes FC. Leia! http://ferozesfc.com.br/o-dia-que-escolhi-minha-profissao/).

Meu pai, sortudo como sempre, conseguiu apenas um ingresso no apagar das luzes, de última hora. Não dava mesmo para eu ir. Assim, como não deu para não chorar. Como não deu para ficar sem reação ao final daquele chuvoso e melancólico 14 de junho.

Nem esperei meu pai voltar do Morumbi. Dormi. Tentei apagar o que meus olhos tinham visto. As defesas do carrasco Córdoba não saiam da minha mente. Assim como a zoação que teria que enfrentar na manhã seguinte, no colégio.

Superei. Veio 2001. Veio, novamente, o Boca Juniors. Agora, na semifinal. De novo na Libertadores. De novo Córdoba. De novo Riquelme. Desta vez, o camisa 10 brilhou nos dois jogos. Sobretudo, no Palestra Itália, marcando duas vezes e cravando seu nome no hall dos maiores da história. Da minha história como torcedor.

Cego, secava as lágrimas com raiva. Com ódio daquele maestro que desfilava habilidade e categoria ímpar no meu gramado, na minha casa. Queria saber quem era aquele intruso, mal educado. Sem perceber, soube, naquela noite, pela primeira vez, o que era um craque de verdade. Um monstro.

Aquela atuação me marcou. Está entre as cinco maiores que eu já vi na vida. Riquelme, de fato, está entre os maiores jogadores que eu já vi na vida. Naqueles tempos o hermano era facilmente o melhor do mundo. E nem precisava da Fifa para reconhecer isso.

Naquele dia, mesmo do outro lado, com verde molhado pelo choro, ele foi o melhor de tudo que eu tinha visto na arte de jogar futebol. Não perdia uma bola. Aliás, a pelota o procurava e parecia implorar para que ele não a deixasse. Meu desejo era ver o Argel pisando nele. Mas o futebol não deixou. Riquelme amassou o Palmeiras. O colocou no bolso. Como fez ao longo de sua vitoriosa carreira com vários outros, de outras cores, das mesmas lágrimas. Do mesmo esporte.

Riquelme pertenceu aquela ala que está em extinção no futebol moderno. Riquelme foi muito Boca. Foi muito futebol. Tímido, se despediu depois de levar o Argentinos Juniors à elite.

O meu vilão se foi. Morreu pela primeira vez. Mas a sua vitória sobre mim ficará para a posteridade. Assim como aquelas lágrimas que derramei ao sentir a dor de ser inferiorizado. De hoje entender que nesse esporte a derrota e, sobretudo, o talento do adversário também são sinais de grandeza.

Vida longa ao eterno craque xeneize!

Gracias, Roman!

Eterno carrasco dos times brasileiros na Libertadores, Riquelme deu adeus ao futebol aos 36 anos nesta semana (Créditos: Natacha Pisarenko)
Eterno carrasco dos times brasileiros na Libertadores, Riquelme deu adeus ao futebol aos 36 anos nesta semana (Créditos: Natacha Pisarenko)

OS SEGREDOS DO TÍTULO: COMPETÊNCIA, SORTE E FÉ

Heroico. Assim pode-se resumir a maneira como ocorreu a maior conquista da história do Clube Atlético Mineiro – Campeão da Copa Libertadores da América 2013. No dia do escritor, faltam-me palavras para tentar explicar um feito que jamais será esquecido. Que já estava escrito. Talvez não tão sofrido e com requintes de crueldade ao aflito coração atleticano. Mas o Galo seria campeão. E foi.

Elencar aqui pontos cruciais que levaram a equipe de Cuca ao ideal é difícil. Mas em meio aos milhares de responsáveis, digo três fatores que foram fundamentais no roteiro do atual dono da América.

1) Competência – Com uma política considerada saudável, apostando no jogo bem jogado, arrumado taticamente e contando com um quarteto ofensivo em grande fase, o Atlético foi o melhor time da primeira fase da competição, perdendo apenas uma partida para o São Paulo, no Morumbi. A partir do término da fase de grupos, muitos ainda desconfiavam do sempre azarão clube mineiro. Nas oitavas, o duelo seria diante do pior segundo colocado, justamente o TRI campeão São Paulo. Na primeira cancha na capital paulista, vitória, de virada, do alvinegro das Minas Gerais. Na volta, no temido Horto, impiedosos 4 a 1 para cima do tricolor de Rogério Ceni e Cia. Vitória sintomática. Que impunha respeito e consolidava de vez o favoritismo do bom futebol. Do futebol bonito. Do autêntico futebol brasileiro. Do Atlético-MG.

2) Sorte – Ela ajuda quem é provido de talento. Sem sorte, não é possível nem ao menos atravessar uma rua, que o diga vencer uma Libertadores. Ainda mais tendo que deixar de lado todo um aspecto negativo instaurado e enraizado em anos de penúria. Pois é. O Galo conseguiu. Bicou a zica. A maré de azar começou a mudar no pênalti defendido de forma espetacular pelo goleiro Victor, contra o Tijuana, aos 48′ do segundo tempo. No segundo embate da semifinal, contra o Newell’s, no Horto, outro ponto salutar: o apagão aos 30′ da etapa complementar. Naquele momento, o Atlético não achava o jogo. Precisava de um gol. A marcação argentina estava perfeita. Era praticamente impossível burlar a barreira adversária. Apenas uma intervenção divina ou algo parecido mudaria a história. E aconteceu. O apagão trouxe luz ao apagado Atlético. Que voltou a campo com o iluminado Guilherme, cria do rival, autor do segundo gol. Gol da salvação. Da prorrogação. Da decisão por pênaltis. Das defesas de Victor. Gol da classificação à finalíssima. Gol da sorte. Sorte de campeão.

3) Fé – Independente de religião ou não, a fé faz acontecer. Fez acontecer. Claro que somente acreditar não adianta. Mas quando se tem competência aliada a sorte, a fé nunca falha. O maior sinônimo de fé deste Galo Doido está representado na figura de seu treinador, o “Chorão” Cuca. Infelizmente, devido a algumas frustrações, o técnico ficou marcado, de maneira injusta, como perdedor. A maioria das pessoas, entretanto, sempre se esqueceram dos bons trabalhos realizados pelo nobre treineiro. Fato é que o título tratou de tirar um grande peso de suas calejadas costas. Agora, consolidado como grande técnico que é há tempos, Cuca poderá, enfim, iniciar uma nova fase em sua carreira. Uma fase que tardou, mas não falhou.

Carentes, por quem ela sempre quis, a taça da Libertadores hoje está em boas mãos. Mãos do torcedor atleticano. Que resistiu bravamente, empurrando e jogando junto por onde o Galo passou. Que acreditou, mesmo quando ninguém mais acreditava. Que derrubou Ferreyra, candidato a vilão, que poderia ter exterminado o sonho de todos, mas escorregou na hora H. A Massa está de parabéns! Fez seu papel.

Nem sou Atlético, muitos não são. Porém, ontem, muitos de outros foram Galo. Outros, de muitos, não. Mas no fim, o futebol venceu. Talvez nunca tenha visto um time merecer tanto um título quanto esta brava equipe mineira. Assim como no título do Galo, busque em sua vida ser competente, que a sorte lhe acompanhará. E o mais importante: nunca deixe de acreditar!

Parabéns ao Galo! Viva o Futebol!!!

O capitão Réver ergue a tão sonhada taça da Libertadores pelo Atlético-MG (Foto: Vanderlei Almeida/ AFP))
O capitão Réver ergue a tão sonhada taça da Libertadores pelo Atlético-MG (Foto: Vanderlei Almeida/ AFP))

 

A LIBERTADORES HOJE CANTA DE GALO

Somos dez os campeões da América, da Libertadores, do continente, campeões. Somos dez os namorados dela, da taça, aquela volúvel de sempre, que passa de mãos em mãos, sempre buscando o maior da ocasião. Mudou, mais uma vez, o seu galanteador, agora o seu novo amor. Um pretendente nem sempre muito convicto, quase sempre posto de lado pelos outros candidatos, pelos que em suas mãos já a tiveram por longo prazo.

Nada muda para ela, sempre tão objetiva, tão conclusiva. Com ela está o melhor, o maioral. De agora, dos próximos 365 dias. Quem de galo agora canta é aquele cuja crista é intrínseca. Mas ele que não se cuide, e no próximo ano ela não permitirá mais a ele ter o prazer de seu desfrute.

O que não se tira de seus namorados é a lembrança, a história, a vivência de um dia tê-la possuído. Cada qual com sua retórica, sua particularidade, com sua vivência mais mágica.

Alguns a tiveram mais de uma vez, outros por uma única. Desses, alguns a tiraram das mãos de seu principal rival na disputa pelo seu amor em mais de uma ocasião. Outros a abraçaram de maneira tão avassaladora que não houve quem ameaçasse destruir aquela paixão.

A indiferença da taça não serve de indiferença na vida. Ela, a taça, seguirá sua volúvel existência, sempre escolhendo aquele que de melhor lhe ofereça, aquele que seja, ao menos por ora, o melhor. Este, por sua vez, mesmo no dia em que ela se for, guardará em suas lembranças aquele gozo de vida, aquela vivência tão única, aquela temporada que valeu esperar por toda uma vida.

Hoje a Libertadores é dele, do Galo, que acordou cantando forte e vingador. Pregando uma vingança que parecia que nunca viria, mas que mostrou ser, mais uma vez, que nunca será tardia.

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