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HORA DE REESTRUTURAÇÃO

Dois anos, cinco títulos, a reconquista da América e um futebol que foi considerado por muitos o melhor do país durante esse período. É meus caros, toda boa fase tem seu fim e é assim que a banda toca. O esporte mais popular do planeta só é tão apaixonante por fatos como esse, não há previsões a se fazer, tudo pode acontecer dentro das quatro linhas e durante 90 minutos.

Pois bem, o ciclo que começou em 2010 com uma geração maravilhosa que nos remetia aos grandes momentos do nosso futebol chegou ao fim em pleno ano do centenário do clube. As duas derrotas, talvez as mais doloridas da história do clube, para Barcelona no Mundial e Corinthians na Libertadores acenam para novos tempos na Vila Belmiro.

Agora o momento é de reestruturação, selecionar quem deve permanecer e quem deve sair e acima de tudo assimilar as lições boas e ruins desses 2 anos de muitas alegrias e poucas tristezas. Não quero aqui execrar ninguém e muito menos instaurar uma ”caça às bruxas” no Santos, mas todo grande clube passa por um momento como esse. Um exemplo recente que pode explicitar tudo isso é o do São Paulo de 2005 a 2008, ”bicho papão de títulos”, e que hoje atravessa essa fase de reestruturação, um pouco longa é verdade, mas buscando dias melhores.

É hora da diretoria sentar e analisar tudo o que foi feito, começar um novo planejamento com os recursos disponíveis e honrar a temporada que marca o centenário de um dos maiores clubes do país e do mundo. Afinal de contas, o clube ainda tem um longo e complicado Campeonato Brasileiro pela frente e mais um título internacional em disputa (a Recopa Sul Americana contra a LaU). E para que o time continue no caminho certo e volte a Libertadores do ano que vem para sonhar com o tetra é necessária a conquista da vaga através do certame nacional e tudo isso requer um planejamento diferenciado e um elenco recheado de bons jogadores, já que há tempos o clube não dedica todas as suas forças para o Brasileirão.

Contudo, o apoio da torcida nesse momento será mais do que essencial e a sapiência que todos sabemos que o presidente do Santos tem deve entrar em campo e buscar novos caminhos para que o Santos tenha um centenário digno de sua grandeza.

A 4 PASSOS DO TETRA

A segunda batalha Brasil x Argentina nas quartas de finais da Libertadores foi tão dramática e emocionante quanto a primeira (Flu 1 x 1 Boca), porém o final feliz dessa vez foi desfrutado pelos brasileiros. O Santos com o apoio de ”míseros” 16 mil pessoas – eu digo ”míseros”, pois a Vila não comporta mais o n° de sócios do clube e nem a dimensão de grandes partidas, mas isso é discussão para um outro momento – venceu o Vélez e agora encara o Corinthians na semifinais da competição continental. Para muitos Neymar e Cia não jogaram como se esperava e as dificuldades impostas pelo esquema tático de Velez coloca uma pulga atrás da orelha do torcedor santista, já que na próxima fase da competição o Santos encara um time que atua semelhantemente ao Velez, a grande diferença está na qualidade dos jogadores e nesse quesito o próximo rival é mais qualificado que os argentinos, por isso o que esperar de uma equipe que sofreu para anotar um golzinho contra o Velez frente um Corinthians marcador e raçudo ?

Pois bem, analisando friamente apenas o comportamento do Santos na partida de ida os alvinegros praianos teriam motivos de sobra pra jogar a toalha, não que a atuação na Vila mostrasse uma grande evolução, mas o peixe que jogou na Argentina deveria agradecer aos céus por ter saído apenas com 1×0 contra. De qualquer maneira, não dá pra apagar tudo que essa equipe mostrou nos últimos anos e agora com um time mais experiente e encorpado, ou melhor, ”cascudo” usando o termo da moda, o Santos também entra forte nas semifinais e é claro não podemos esquecer um certo camisa 11 que pode acabar em minutos com todas as teorias, projeções e adversidades.

Em relação a partida em si, deve-se destacar a paciência que a equipe teve até furar a retranca do time argentino que muito bem postado quase matou o jogo com um homem a menos. A entrada do guerreiro Léo foi crucial para o destino final da vaga nas semifinais, confesso que quando o técnico Muricy optou pela troca de um lateral pelo outro e não entendi muito bem, afinal de contas o Santos precisava de homens de frente, mas a disposição e a experiência do atleta mais vitorioso pós era Pelé mudou a história do confronto. Foi do ”vovô” Léo o passe decisivo para o gol do ”iluminado” Alan Kardec que está longe de ser um jogador brilhante, mas vem anotando gols importantes e com isso, o artilheiro Borges vai deixando o banco cada vez mais quentinho.

Muitos que acompanham a coluna devem estar estranhando eu não soltar o verbo pra enaltecer o menino Neymar, porém dessa vez prefiro focar no conjunto, até porque o garoto foi apenas ”mais um” nessa batalha contra os argentinos e se não foi brilhante, ao menos garantiu a expulsão do goleirão do Velez.

Em suma, o Santos não foi espetacular, Neymar não esteve nos seus melhores dias, mas prevelaceu a raça, a paciência e a frieza na hora da decisão e é exatamente assim que se ganha uma Libertadores, não precisa ser espetacular sempre, o que realmente faz a diferença é o famoso ”sangue nos olhos” e isso poucos possuem. Faltava isso ao Santos, agora parece que não falta mais, uma vitória assim dá moral e esperança para o torcedor que terá pouco mais de 15 dias para preparar o coração e sofrer por mais 180 minutos e quem sabe alcançar o tão sonhado tetra campeonato.

O TRI DA CONSOLIDAÇÃO

Conquistar um tricampeonato estadual, de fato é algo raro, ainda mais quando se trata do mais disputado deles. Pois bem, o Santos já presente nesse seleto grupo de tricampeões, após 44 anos do último hat-trick de títulos paulistas volta a alcançar o feito e torna-se Tri-Tricampeão, desta forma alcança o São Paulo no hall dos campeões com 20 títulos.

Realmente, alguém duvidaria que o Santos ao adentrar o gramado do Morumbi abarrotado com 55 mil pessoas não seria campeão ?

O Guarani tratou de duvidar por um instante e logo no primeiro minuto da partida recebeu uma ducha, ou melhor, uma cachoeira de água fria com o gol de Alan Kardec. Pronto, agora sim o santista já podia soltar o grito de tricampeão ! Errado.

E é justamente por esse fato que um título só é devidamente importante e eternizado quando o adversário valoriza tal conquista. E foi isso que a equipe bugrina fez. Mostrou-se grande e aguerrida e mesmo significativamente infeirior tecnicamente e financeiramente deu trabalho ao Santos e só não virou o primeiro tempo em vantagem graças as intervenções do goleiro Rafael. Portanto, um PARABÉNS maiúsculo ao Guarani que em 6 meses foi do ”quase fechamento das portas do clube” à um final de Campeonato Paulista com todo o mérito e de forma honrosa.

Muitos fatos tornaram esse título tão histórico, além da grandeza dos adversários enfrentados, há que se ressaltar outro ”detalhe” importante da conquista, se é que o gênio Neymar pode ser chamado de ”detalhe” e o garoto é tão emblemática na atual fase vivida pelo Santos, que muitos já chamam esse momento de glórias de ERA NEYMAR. E não é pra menos, em apenas três anos como profissional esse moleque irreverente devolveu ao santista motivos para sorrir de novo e nos remeteu a melhor época da história do clube. Os títulos da Libertadores, Copa do Brasil (até então inédito) e a agora o tricampeonato paulista são fatos que apenas a geração de Pelé e cia havia conquistado, portanto mais um PARABÉNS sonoro ao talento de Neymar Jr. e de toda a atual geração santista que se consolida de vez na história do peixe.

Realmente, o post de hoje não poderia ser diferente. Apenas reverências e congratulações a todos os personagens de mais um capítulo da história do nosso futebol.O momento atual do esporte, exemplos de Barcelona e Santos, é a prova maior de que um planejamento bem feito e focado nas categorias de base é o fruto do sucesso e é justamente essa a essência do futebol brasileiro que deve ser resgatada, revelar talentos, levantar taças e encantar o mundo.

PARABÉNS AO SANTOS, AO GUARANI E A TODOS QUE COLOCARAM O DIA 13 DE MAIO DE 2012 NA HISTÓRIA DO FUTEBOL BRASILEIRO !

VENCER É POUCO, O IMPORTANTE É FAZER HISTÓRIA !

Convenhamos meus caros amigos leitores do Ferozes FC, há alguma coisa a se dizer ou fazer após uma goleada como essa ?

Só nos resta aplaudir e enaltecer ,sem qualquer modéstia, o melhor time das Américas atualmente. É incrível a forma como cada jogador atua nessa equipe, pode-se comparar a uma orquestra sinfônica com um solista magistral e um maestro como grandes diferenciais. E sinceramente não é a elasticidade do placar que me deixa boquiaberto, mas sim o desenho dele, a forma como é construído, a peculiaridade de cada gol.

O Santos, hoje oferece ao povo brasileiro os relampejos de glória e magia do nosso futebol que há muito tempo não é proporcionado pela seleção. Seja santista ou não, assistir uma partida do Santos hoje em dia é desfrutar de momentos ímpares, é simplesmente ver a história acontecendo embaixo do nosso nariz. Devemos agradecer eternamente o esforço que a diretoria fez para segurar um talento como o Neymar aqui no Brasil. Uma oportunidade como essa de poder ver um jogador TOP 3 do mundo desfilando nos nossos gramados é única e é exatamente esse garoto que nos enche de esperança para um possível hexacampeonato na nossa casa.

No mais finalizo com uma frase que marcou os ouvintes da Rádio Jovem Pam durante o 4° gol do Santos:
“Eu vi esse Santos jogar, eu vou contar pro MUNDO que eu testemunhei tudo que esses meninos estão fazendo…”

Santos Futebol Clube, o Brasil te agradece pela milésima vez !

QUANDO A METAFÍSICA ENTRA EM CAMPO

Retrato de Argentina x Uruguai

A filosofia aristotélica já tratava do assunto há séculos. Etimologicamente, metafísico é algo que vai além da física. Em sentido mais coloquial, popular, trata-se de algo abstrato, sutil e dotado de razão oculta. Traduzindo: quando o improvável acontece por alguma razão qualquer.

 Agora, imagine tudo isso aplicado à inexatíssima ciência do futebol. É prato cheio para o imponderável. E foi exatamente o que aconteceu no final de semana. Seja na Copa América, seja na Copa do Mundo feminina, os deuses do futebol deram as caras para determinar finais que desafiariam a vã e falível lógica humana.

 Copa América: favoritos fora

 Nas quartas-de-final da Copa América, alegria para Peru, Uruguai, Paraguai e Venezuela.

 Colômbia 0x2 Peru

 Que tal uma seleção chegando às quartas-de-final invicta e sem gols sofridos? Ainda mais quando essa seleção sai do grupo dos favoritíssimos anfitriões do evento, após tê-los enfrentado de igual para igual e, em muitos momentos, jogando melhor. Barbada! É a favorita. Bom, não é bem assim, não é Colômbia?

Colômbia e Peru em Córdoba

 

 Jogando em Córdoba, os colombianos entraram em campo com o mesmo planejamento de jogo de partidas anteriores, especialmente contra a Argentina. Só que esqueceram de avisá-los que o adversário do dia, o Peru, não era a Argentina e sequer jogava em casa. Portanto, o jogo colombiano de esperar o adversário no seu campo não funcionaria contra um time que também não queria saber de sair para jogar.

 A Colômbia se ligou da nova realidade somente no 2º tempo quando resolveu ir à luta e se lançar.

 Aos 20 minutos, Falcão García desperdiça pênalti. Dayro Moreno e Fredy Guarín bombardearam o gol peruano. Nada de gol. Prorrogação neles.

 No tempo extra, o Peru começou a gostar do jogo. Principalmente, quando Carlos Lobatón abre o placar aos 10 minutos, ainda na 1ª parte. Juan Vargas fechou o caixão colombiano aos 6 minutos do 2º tempo.

 Encerrada a aventura colombiana por terras porteñas. Outra vez, nadou e morreu na praia. A velha história de sempre: quando se imagina ser possível confiar na Colômbia, vem o tombo fatal. Peru classificado.

 Argentina 1 x 1 Uruguai

 O clássico mais antigo do mundo. Eis a reputação do duelo na cidade de Santa Fé que revivia a Copa América de 1987 disputada na própria Argentina. Clássico antigo, porém precoce nesta edição do evento, já que ambos passaram apenas em segundo lugar em seus grupos.

Argentina x Uruguai - momentos ásperos

 

 E foi jogão. Digno de todas as tradições de Argentina e Uruguai.

 Os visitantes abrem o placar com Diego Pérez logo aos 5 minutos de jogo. A partida prometia.

 Os argentinos não tardariam na reação. O gol de empate chegaria com Gonzalo Higuaín aos 17 minutos, de cabeça, após tentativa de Lionel Messi. O jogo pega fogo definitivamente.

 O Uruguai faz jus às suas tradições de garra e não se intimida com a atmosfera de pressão de Santa Fé.

 Aos 35 minutos, os uruguaios têm gol anulado. Aos 38, o autor do gol inicial, Diego Pérez, é expulso com segundo cartão amarelo. Aos 44 minutos, Diego Lugano encerra 1º tempo de gala com cabeceio no travessão.

 No 2º tempo, a Argentina volta com mais atitude. Lionel Messi, em boa apresentação, testa o goleiro Fernando Muslera. Angel di María faz o mesmo logo a seguir. O Uruguai era perigoso no jogo aéreo. Lugano quase chega lá com outro cabeceio aos 40 minutos. A seguir, Javier Mascherano é expulso. Fim dos 90 minutos de tirar o fôlego.

 Na prorrogação, os uruguaios voltaram a colocar as mangas de fora em duas oportunidades com Álvaro Pereira e Luis Suarez.

 Nos pênaltis, Carlos Tevez, que entrara no 2º tempo regulamentar, perde sua cobrança. Uruguai classificado, Argentina fora. Assim como em 1987, quando o Uruguai encarou e derrotou por 1 a 0 a Argentina de Diego Maradona através de gol de Antonio Alzamendi que pode ser revisto abaixo.

 Para a Argentina fica a indagação: Demitir Sergio Batista? Recolocar Diego Maradona no cargo? Nada contra Maradona, mas o “Pibe” mostrou-se perdido nas convocações e escalações em diversas ocasiões nas últimas eliminatórias. A Argentina de Batista venceu importantes amistosos contra Espanha e Brasil. Precipitação no calor da eliminação.

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 Time da CBF 0x0 Paraguai

 La Plata mais uma vez recebia o time da CBF. Mais uma vez os brasileiros enfrentariam os paraguaios. Empate por 2 a 2 na fase de grupos em jogo equilibrado.

Os milagres de Villar

 

 Mas, se naquela oportunidade o Paraguai fizera frente aos brasileiros, o que se viu no último domingo foi um bombardeio amarelo no gol de Justo Villar. E foi Villar, e somente ele, que fez frente aos brasileiros dessa vez.

 Chances de gol criadas com Alexandre Pato, Neymar, assistências de Paulo Henrique Ganso, egoísmo de André Santos. Todas as investidas brasileiras paradas nos pés e nas mãos de Villar ou na trave paraguaia.

 Justiça seja feita, o time da CBF fez boa partida. Só que futebol não é apenas isso. A bola tem que entrar. E os brasileiros pecaram na conclusão a gol. Final 0 a 0.

 As penalidades foram episódio à parte na odisseia brasileira em terras argentinas. Sim, gramado ruim, região da área onde está a marca penal ainda pior. Areia demais em campo para esconder defeitos no gramado. Fato surpreendente em se tratando de Argentina. Afinal, não é o que se vê em partidas do campeonato local ou da Libertadores. Clima de inverno adverso? Pode ser, mas sempre foi assim lá nesta época do ano. Portanto, sem desculpas para o gramado. Falha de organização.

 Elano jogou a bola em Plutão. Coisa para os astronautas da Atlantis chamarem a base na Terra ao melhor estilo “Houston, we have a problem!”. Falharam também Thiago Silva, André Santos e Fred. Foi o grotesco em exposição. Se houve algo digno de vergonha para os brazucas, que fique claro, foram as penalidades toscas.

 Os paraguaios se adaptaram mais rapidamente ao gramado. Na dúvida, bateram forte. Nada de chutes colocados com pose de firula à brasileira. Foram duas cobranças na raça de Cristian Riveros e Marcelo Estigarribia. Paraguai classificado para delírio de Larissa Riquelme. A metafísica entrou em ação, quiseram os deuses do futebol que passasse o Paraguai sem ter sido o melhor.

 Time da CBF fora e vem o de sempre no pós-eliminação: avalanche de críticas. Assim como no caso argentino, pontos a ponderar: demitir Mano Menezes? Exagero. Menezes mostrou serviço no Corinthians e no Grêmio. Passa pelas agruras de técnico-funcionário da CBF como todos os seus antecessores. Todos questionados em algum momento. É o preço do cargo. Talvez seja o caso de admitir que o futebol brasileiro não seja mais o melhor tecnicamente. Não pela partida contra o Paraguai do último domingo. Tivesse passado o time da CBF, a conversa geral seria outra agora. A questão é o processo de assassinato da galinha dos ovos de ouro a conta-gotas. O modelo brasileiro de fabricação de talentos para exportação começa a se esgotar. Algo deve ser feito para reverter o fluxo. A economia do País já permite passos iniciais. Falta livrar-se de mazelas políticas do futebol local.

 Chile 1×2 Venezuela

 O jogo entre a seleção visitante com torcida mais apaixonada contra a  seleção sensação do torneio. Era o que prometia o jogo de San Juan.

Vizcarrendo para marcar

 

 A Venezuela foi melhor no 1º tempo, justificando a boa fase. O gol do time ex-cachorro morto da América do Sul veio aos 34 minutos com Oswaldo Vizcarrendo em cabeceio preciso.

 O Chile não tinha ligação para o ataque. Problema corrigido pelo técnico Cláudio Borghi na 2ª etapa com o palmeirense Jorge Valdívia em campo.

Os chilenos passaram a dominar o jogo. Valdívia quase fez ao acertar o travessão. Em seguida, Humberto Suazo recebe na área e acerta o alvo. Tudo igual em San Juan.

 Mas era dia venezuelano novamente. Gabriel Cíchero, aos 35 minutos, aproveita sobra de bola após falta de Arango, ninguém tocar na bola e o goleiro Claudio Bravo rebater. Gol fortuito, mas que garantiu a manutenção da surpresa. Venezuela nas semifinais.

 Copa do Mundo feminina: Japão campeão na superação

 Estados Unidos e Japão fizeram a final da disputada Copa do Mundo feminina na cidade de Frankfurt, Alemanha.

Japão levanta a taça: never say die!

 

 Liderada pela bela e competente goleira Hope Solo, a seleção estadunidense entrou em campo com o favoritismo de bicampeãs do mundo e notória aplicação tática em campo.

 As japonesas eliminaram a favorita e anfitriã Alemanha e a boa seleção da Suécia.

 E foi domínio total dos Estados Unidos no 1º tempo. Diversas oportunidades perdidas. Seleção americana jogando de forma diferente dos jogos contra Brasil e França. Se antes as americanas esperaram as adversárias no seu campo e marcaram muito, contra o Japão a iniciativa de jogo foi a tendência.

 Terminar o 1º tempo no 0 a 0 foi o primeiro grande pecado americano na final. O jogo poderia ter sido definido em 45 minutos. Não foi o que aconteceu.

Saki Kumagai converte sua cobrança. Hope Solo tentou sua mágica. Sem sucesso para a americana

As estadunidenses continuaram melhores na 2ª etapa, mas as japonesas começaram a gostar do jogo também e já davam sinais de vida. Hope Solo, que não viu a bola no 1º tempo, começou a se movimentar.

 Os Estados Unidos abriram o placar aos 24 minutos em bela conclusão de Alex Morgan aproveitando lançamento de longa distância. Parecia o fim do Japão.

 Mas, a defesa americana, sólida até então, bateu cabeça e Aya Miyama pôs para o gol aos 35 minutos. O Japão conseguira sobrevida e novo ânimo.

 Na prorrogação, os Estados Unidos ainda atacavam, mas não mais tão incisivamente como antes. Abby Wambach, mestre no jogo aéreo, fez mais um de cabeça. Parecia novamente o fim das japonesas.

Solo aplaudida, acena desolada para a galera

Aí surgiu o talento de Homare Sawa. Gol marcado após corner. Quase sem ângulo. Tudo isso a 3 minutos do final. As japonesas conseguiram levar o jogo para as penalidades.

 Neste momento, o lado metafísico deu as caras em Frankfurt. É como se o poder superior dissesse: “ei Estados Unidos, todos viram que vocês têm o melhor time, mas hoje vai dar Japão, afinal o país já sofreu demais neste ano! Elas merecem!”

 E foi o que aconteceu. Shannon Boxx, Carli Lloyd e Tobin Heath erraram as cobranças. Hope Solo ainda fez sua mágica ao defender penalidade de Yuki Nagasato. Em vão. Japão campeão.

 Méritos para a seleção que enfrentou e derrotou ao menos três seleções favoritas no mundial. Que o título traga alento para o país do sol nascente, vitimado por tragédias naturais (terremotos e tsunami) e nucleares (vazamento da usina de Fukushima).