Foto: Celio Messias (para o Lancenet!)
E vai lá que o Timão foi pro Sul ganhar mais 3 pontos e, de quebra, a liderança isolada do Brasileirão, com 100% de aproveitamento. Foi, viu e venceu: todo mundo falava que o Grêmio não perdia no Olímpico, coisa que nem o timinho da moda conseguiu, patavinas, quando o Todo Poderoso tá com vontade de jogar bola, sai de baixo, que ninguém segura.
E o jogo começou assim, com o Corinthians partindo pra cima, que gaúcho só sabe fazer churrasco. Não demorou pra essa pressão dar resultado, e aos 5 minutos Ralf fez de cabeça numa cobrança de escanteio realizada por Dentinho. A gente sabe que alguma coisa tá mudando no Parque São Jorge quando até o Ralf faz gol: o Mano esqueceu aquele esquema zé-mané que ele inventou e voltou a jogar com três atacantes, sem abrir mão de usar três volantes (Ralf, Jucilei e Elias), claro. É a escola Dunga da obviedade fazendo sucesso. No caso, o sacado foi o meia Danilo, que deu lugar para Jorge Henrique, que é muito mais rápido e marcador.
Depois do gol o time relaxou e o Grêmio passou a ter mais posse de bola. Só que não fez nada com ela, então fica assim o resumo do primeiro tempo. Bem, melhor que ter de assistir o jogo do Palmeiras, né?
No segundo tempo o Grêmio voltou com Jonas no lugar de Douglas, que devia estar arrependido de deixar o Timão pra embarcar naquela barca furada. O time sulista ganhou mais mobilidade, porém permitindo contra-ataques feitos com velocidade pelo time alvi negro. E num deles, o matador Souza fez o segundo gol do time paulista, aproveitando com classe uma falha da zaga gaúcha. Deve ter baixado o Cabloco Ronaldo nele.
Pra variar o Mano resolveu dar uma força pro adversário e colocou Danilo no lugar do Jorge Henrique. Porra, Mano! Aí, não… O baixinho não é o mesmo do ano passado, mas corre, apóia e marca melhor que qualquer um que foi craque no tricolixo. Acabou que o Corinthians viu sua vantagem diminuir aos 30 minutos, com Maylson. Aí foi segurar o placar até o final, tarefa não tão difícil. Corinthians 2 x 1 Grêmio, beijos e abraços e mais 3 pontinhos, com a liderança assegurada.
E, como se não bastasse, as gazelas voltaram a me fazer sorrir: perderam pro Botafogo, hahahahaha… Velhos hábitos não mudam. O domingo foi bom.
Som na caixa, DJ!
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Finda a ressaca da eliminação do Todo Poderoso na Copa Libertadores da América (torneio meia-boca em que só fomos desclassificados porque não avisaram que o primeiro jogo com o time da calculadora – cuja torcida só faz número – ia ser uma partida de pólo-aquático) é hora de reavaliar todo o planejamento feito até agora para o ano do Centenário.
Vencer o Brasileirão tornou-se uma obrigação: nossa única oportunidade de ganhar um título este ano. Começamos bem, vencendo o Atlético Paranaense e garantindo três pontos em casa. Mas o adversário perdeu pro Palmeiras recentemente, ou seja, trata-se duma galinha morta. Assisti ao jogo e vi que o time ainda continua burocrático e previsível, sem a raça e a vontade de vencer que estamos habituados e esperamos ver de nossos jogadores.
Estreamos camisa nova, coisa boa para um recomeço. Mas o que fizeram com o nosso Manto Sagrado dá uma idéia da minha visão sobre o principal erro da atual gestão que comanda o clube: lotearam nossa camisa vendendo espaço publicitário até debaixo do sovaco. Transformaram nosso time numa máquina de ganhar dinheiro, muito lucrativa, mas fria e distante da massa fanática e doente pelo Timão.
Os preços abusivos cobrados pelos ingressos acabaram afastando os torcedores comuns das arquibancadas. O que antes era ato de fé passou a ser passeio turístico. A nossa vantagem é que a torcida corintiana é tão maravilhosa que mesmo esses turistas são corintianos, ou seja, uma multidão apaixonada que grita o jogo todo. Porém não criam o hábito de assistir vários certames no ano, e não tem coisa mais brochante que ver o Pacaembu com aqueles espaços em branco onde devia ter um monte de gente pulando e empurrando o time.
O elenco também tá inchado. Nada me tira da cabeça que algumas contratações foram feitas de forma equivocada. O Edu e o Marcelo Matos nem estão sendo aproveitados. Quais intenções motivaram essas contratações, então? Mistério… É óbvio que precisa haver uma reformulação, prometida pro 2º semestre. Mas o que me deixa puto é que a grana que o clube investiu nesses caras podia ser utilizada para trazer o Tevez de volta ao seu lugar de direito.
O Mano Menezes também pisou na bola gigante, montando um esquema de jogo de time gaúcho, que se pretende cerebral e eficiente. Traduzindo: segura na defesa e torce pro ataque fazer um gol. Só que ele não tá no São Paulo, aqui é Corinthians, mermão. A gente joga pra cima dos caras, com a faca nos dentes e dando show. Quem veste esta camisa não tem medo de enfrentar o adversário só porque tá na casa dele.
A verdade é que sou um romântico incorrigível. Há muito o futebol deixou de ser paixão pra se tornar um negócio. No mundo inteiro. Mas, uma coisa eu sei: se escrevo, o faço com paixão. Se amo uma mulher, o faço com paixão. Porque tudo que se faz com paixão, se torna mais gratificante e prazeroso. Não importa ganhar ou perder, mas há de se praticar a entrega apaixonada.