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“Maldição” de Itaquera???

Texto e foto: Raphael Prado

As brincadeiras e “memes” por conta de jogos eliminatórios são sempre saudáveis e devem sim continuar, mas o que não se pode confundir é brincadeira com informação errada e isso ser a famosa mentira repetida que vira verdade.

Vamos então esclarecer as coisas sobre os jogos decisivos e mata-mata que o Corinthians jogou em sua casa nova. Foram sim mais classificações do que eliminações, então resolvi fazer esse levantamento para que não usem dados incorretos.

Jogos de mata-matas decididos na Arena Corinthians.

2014
Corinthians 3×0 Bahia (1º Jogo)
Copa do Brasil – Terceira Fase

Corinthians 3×1 Bragantino (2º jogo)
Copa do Brasil – Oitavas de Final
CLASSIFICADO

Corinthians 2×0 Atlético-MG (1º Jogo)
Copa do Brasil – Quartas de Final

2015
Corinthians 4×0 Once Caldas (1º Jogo)
Copa Libertadores – Preliminar

Corinthians 1×0 Ponte Preta (jogo único)
Campeonato Paulista – Quartas de Final
CLASSIFICADO

Corinthians 2(5)x(6)2 Palmeiras (jogo único)
Campeonato Paulista – Quartas de Final
Eliminado

Corinthians 0x1 Guaraní (Paraguai) (2º jogo)
Copa Libertadores – Oitavas de Final
Eliminado

Corinthians 1×2 Santos (2º jogo)
Copa do Brasil – Oitavas de Final
Eliminado


2016
Corinthians 4×0 Red Bull (jogo único)
Campeonato Paulista – Quartas de Final
CLASSIFICADO

Corinthians 2(1)x(4)2 Audax (jogo único)
Campeonato Paulista – Semi de Final
Eliminado

Corinthians 2×2 Nacional-URU (2º jogo)
Copa Libertadores – Oitavas de Final
Eliminado

Corinthians 1×0 Fluminense (2º jogo)
Copa do Brasil – Oitavas de Final
CLASSIFICADO

Corinthians 2×1 Cruzeiro (1º Jogo)
Copa do Brasil – Oitavas de Final

2017
Corinthians 1×1 Luverdense (2º jogo)
Copa do Brasil – Terceira Fase
CLASSIFICADO

Corinthians 2×0 Universidad Chile (1º Jogo)
Copa Sul Americana – Primeira Fase

Corinthians 1×0 Botafogo-SP (2º jogo)
Campeonato Paulista – Quartas de Final
CLASSIFICADO

Corinthians 1(3)x(4)1 Internacional (2º jogo)
Copa do Brasil – Quarta Fase
Eliminado

Corinthians 1×1 São Paulo (2º jogo)
Campeonato Paulista – Semi Final
CLASSIFICADO

Corinthians 1×1 Ponte Preta (2º jogo)
Campeonato Paulista – Final
CAMPEÃO PAULISTA

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Festa em Itaquera após o título do Campeonato Paulista (Foto: Raphael Prado)

*Raphael Prado é fotógrafo. Conheça seu trabalho em http://www.raphaelprado.com

O Hexa emergiu na Arena

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Tal qual o mosaico que se ergueu na Arena neste domingo, o Hexa emergiu diante do São Paulo, num inacreditável placar de 6 x 1 em um clássico em que os interesses eram muito diferentes: ao Corinthians interessava derrotar o rival, para manter a escrita e comemorar o já garantido título diante de sua torcida. Para o São Paulo, se manter no G4, o que surpreendentemente aconteceu devido aos demais resultados da rodada. Não que isso diminua o dissabor para os tricolores. Pelo contrário.
Até a metade do primeiro tempo, aliás, o Tricolor esboçava um futebol até certo ponto organizado, embora burocrático. Tudo desmoronou já no primeiro gol corintiano, de Bruno Henrique, num rebote concedido por Denis após o cabeceio de Felipe. A partir dali, o Timão comandado por Tite mostrou que pouco importava o fato de haver somente três titulares em campo: o espírito do campeão estava ali. Romero, empenhado em mostrar serviço, deixou o seu, teve mais um gol anotado, embora de fato tenha sido gol contra de Hudson, e ainda sofreu o pênalti que Cristian cobrou já em clima de festa. Antes disso, ainda houve o gol de Edu Dracena. Para acentuar ainda mais a festa corintiana, Cássio defendeu um pênalti cobrado por Allan Kardec. Ah, claro: houve também o já de praxe gol do Lucca (Coritnhians, contrate logo esse jogador em definitivo!) com passe sensacional de Danilo (esse merece uma estátua no Parque São Jorge).
O juiz encerrou o jogo aos 44:58 do segundo tempo, e aí a comemoração se deu de fato: era a hora de levantar a taça, e o presidente Roberto de Andrade, ao lado de um Ronaldo fora de contexto, se adiantou ao capitão Ralf para ser o primeiro a erguer o caneco.

Bom, meus amigos, pra ficarmos no óbvio, o que se viu neste jogo foi o resultado de dois trabalhos e momentos distintos: se é verdade que ainda há muitos problemas no Corinthians, essencialmente no que se refere aos contratos dos jogadores, no São Paulo a bagunça foi completa, e a situação política do clube se reflete no futebol. Ainda assim, é curioso observar que este foi o time que ganhou do Atlético Mineiro por 4 x 2 na rodada anterior.

Perguntado ao final do jogo, Tite não se fez de rogado e disparou: “pelo futebol jogado, somente um time poderia ser campeão”. Foi o que vimos.

Guest post: “Respeitem o Derby”, por Raphael Prado

Às vésperas de mais um dérbi, o Ferozes FC abre espaço para que o convidado Raphael Prado expresse sua opinião sobre este que é para muitos o maior clássico do futebol brasileiro, quiçá mundial. 🙂

“Respeitem o Derby”, por Raphael Prado

Logo após a derrota nos penais pela semi final do Paulistão dei uma passada rápida por uma rede social e o que mais me deixou puto não foram as brincadeiras dos rivais, até porque eles ganharam e tão na deles e com todo direito devem comemorar e brincar sim, afinal é essa a parte gostosa do futebol, aquele que venceu tirar o sarro maior rival.

O que me deixou puto foi a atitude de menosprezar o a importância do jogo, dizer que não vale nada, que é “só” um “paulistinha”. Claro que se analisar a importância por exemplo de exposição na mídia, divulgação das marcas e até mesmo prêmio em dinheiro, o campeonato paulista tem um peso menor em relação a Libertadores, até porque acho os campeonatos estaduais nos formatos atuais bem chatos, jogos inúteis, 4 meses praticamente jogados fora e que no final acaba sendo um termômetro mentiroso, pois nem sempre os finalistas fazem bonito no campeonato nacional.

O que eu tô defendendo é o Derby, o clássico mais importante do ano independente do campeonato, da circunstância ou de qualquer outra coisa. Não importa quem está melhor colocado na tabela de classificação, não importa se o trio de ataque é “Huguinho, Zézinho e Luizinho” ou “Messi, Ronaldo e Tevez”, não tem importância favoritismo ou  o estádio (ou arena) em que será o clássico.

No Derby não se poupa jogadores, não se escolhe o torneio, não se vê momento esportivo, político, financeiro e social. Há de se respeitar o Derby, sua historia, seus torcedores e seu rival.

Mesmo que os outros times grande do estado estejam num melhor momento que que nossos rivais e por conta disso brigam para serem considerados nossos rivais sou obrigado a falar que só existe um clássico possível, só há uma rivalidade possível, o resto jogo contra outros times grandes.

A imagem abaixo retrata toda tensão que o clássico provoca em mim.

A LIÇÃO DE CASA DE TITE

Há quem diga que o Corinthians de 2015 nada mais é de que a continuidade de um trabalho iniciado por Mano Menezes, que culminou no acesso à primeira fase da Copa Libertadores. Eu discordo.

Embora não dê pra culpar Mano totalmente, e nem tirar-lhe o mérito de uma razoável posição no campeonato brasileiro no último ano, sua segunda passagem pelo clube foi desastrosa. Havia sobre si e sobre seus comandados um ar de apatia, de “tanto faz”, de prazo de validade vencido.

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Posto isso, o Tite que retornou ao Timão para sua terceira vez como treinador não é o mesmo que deixou o clube antes da volta de Mano. Com a premissa de estudar, se atualizar (e uma ambição frustrada de chegar à Seleção), Adenor cumpriu o que prometeu. Estudou, conversou com treinadores renomados, visitou instalações, analisou treinamentos e táticas.

O significado e o resultado disso podem ser exemplificados na partida contra o São Paulo, na Arena Corinthians, pela Libertadores. Elias e Jadson, autores dos gols da partida, não são nem de longe os mesmos de 2014. O primeiro finalmente voltou a ser um jogador decisivo e importante dentro do esquema. Sabe-se lá por que, vinha jogando recuado. Agora voltou a ser o jogador que chega de surpresa, escapa da marcação e não desperdiça oportunidades. Jadson, que voltou à titularidade depois da saída de Lodeiro (que convenhamos, não se adaptou e não jogou uma só partida de destaque), parece ter ganho uma injeção de ânimo, e, dividindo o meio de campo com um Renato Augusto enfim livre das sucessivas lesões, vem ajudando a formar um time com bom toque de bola e inteligência. E ainda há Danilo, talvez o melhor reserva em atividade no futebol brasileiro. Curioso pensar que, em tempos em que é praxe o jogador de futebol chiar por estar no banco, nunca vimos Danilo reclamando de absolutamente nada. Isso poderia soar como menosprezo, apatia, não fosse o fato de que o meia é quase sempre certeiro e voluntarioso quando entra em campo.

Se você, caro leitor, pesquisar meus textos aqui neste espaço, frequentemente encontrará a expressão “dar a mão à palmatória”, referindo-se à necessidade de admitir as boas decisões de Tite, que culminaram em alguns títulos. Pois bem: eu, que era relutante quanto à volta do treinador, estendo minhas mãos novamente.

Um último apontamento: no jogo, nem foi necessário colocar Vagner Love em campo, e Guerrero pode até ter feito falta em algumas finalizações, mas o time não sentiu tanto esta ausência. Acho que seus empresários vão precisar caprichar na próxima proposta.

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Neste 19 de fevereiro, nosso ídolo Sócrates Brasileiro Sampaio de Souza Vieira de Oliveira completaria 61 anos. Sempre vai faltar o Doutor.

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O ‘VOLTA TITE’ SEM ‘VOLTA TITE’

Nunca fui defensor da demissão de um treinador antes da conclusão de um trabalho. Além do fato de gerar uma multa rescisória que onera os cofres do clube, tira a chance de colocar as coisas nos eixos, que é uma possibilidade em muitos casos. Foi assim quando, bancado pelo à época presidente Andres Sanchez, Tite foi mantido no cargo, mesmo após a vergonhosa e emblemática derrota para o Tolima na pré-Libertadores em 2011. Com a manutenção, o treinador foi capaz de trabalhar e lapidar uma equipe que ganhou quase tudo que disputou, tornando-o o treinador mais vitorioso da história do clube.

Não é o caso do Corinthians atual. O substituto e antecessor de Tite, Mano Menezes, vem fazendo uma campanha medíocre, em que o time alterna atuações que dão pro gasto e derrotas para times que não vêm fazendo campanhas exatamente primorosas.

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¯\_(ツ)_/¯

Exceção para o Atlético Mineiro, time que vem bem organizado por Levir Culpi, conforme bem observou João Paulo Tozo em sua postagem ‘Galo Doido’ (clique aqui para ler). Num jogo que parecia fadado a garantir o acesso do Corinthians às semifinais da Copa do Brasil, já que havia uma vantagem garantida no jogo de ida, em sua Arena, o alvinegro paulista caiu no Mineirão. Cometendo todos os erros possíveis, mesmo com a disposição e a luta de um extremamente dedicado Guerrero, que abriu o placar, e saiu de campo aos prantos, vendo os colegas cederem uma inacreditável derrota.

Sem citar individualmente os jogadores, há uma vulnerabilidade técnica impressionante no Corinthians. Isso se demonstra na repetitiva e nauseante forma de atuar sempre que abre o placar: o time recua todo, abdica de ir ao campo de ataque, e mesmo assim não consegue se defender como pensa que consegue.

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Seria mesmo o momento de pedir a volta de Tite?

Em meio às especulações acerca da continuidade de Mano à frente do time (a direção se apressou em avisar que nada muda, mas você acredita na palavra de dirigentes de futebol?), é natural que se recorra ao nome do treinador dos mais recentes sucessos do clube, que não trabalhou em lugar algum depois de sua saída, e sempre tem seu nome especulado por setores da imprensa e até por alguns torcedores, saudosos dos bons momentos de dois anos atrás.

Cabe lembrar, porém, que os últimos meses de trabalho de Tite pelo Corinthians não eram muito diferentes dos atuais e pífios momentos. Ainda que eu acredite e valorize muito seu trabalho, não gostaria que ele fosse pensado como única opção para ‘salvar’ o time. Até porque não há tempo para isso agora, nem acho que alguém possa fazer isso sem contar com uma reformulação do elenco que precisa ser iniciada muito em breve.

Pois bem, voltando ao que disse no primeiro parágrafo, refaço minha opinião a respeito da manutenção de Mano no comando, e não vejo mais como possa motivar esta equipe, muito diferente da unidade que havia anteriormente.

Então, caso a queda seja consumada, a possibilidade é que Sylvinho, ex-lateral esquerdo vencedor, e auxiliar técnico do clube, assuma o comando interinamente e conduza a equipe até o final do ano. Depois seria a hora de escolher um novo treinador. Como no título desta postagem, acho que não é hora de revival, levando em conta o desastre que foi este atual. Deixa Tite continuar estudando o futebol e vamos pensar em novos nomes. Sugestões?

P.S.: Será que o Mano vai dançar?[youtube]https://www.youtube.com/watch?v=tlqSmgFEATs[/youtube]