13 ANOS PARA A LIBERTAÇÃO!

Conforme prometi, inicio hoje uma série de guest posts para comemorar a conquista inédita da Libertadores pelo Corinthians. Pra começar, um texto do meu ex-colega de pós e amigo Felipe Cabral.

13 anos para a libertação!

Por Felipe Cabral Santana

Lá se vão treze anos (olha o Zagallo aí…rs) de uma das derrotas mais dolorosas da história do Corinthians em Libertadores. A queda nos penaltis para o Palmeiras de 1999 e a consequente conquista do rival no mesmo ano despertou uma obsessão na torcida corintiana e também em sua própria diretoria pela conquista da tão sonhada Copa Libertadores da América. Obsessão essa que se tornou praticamente insustentável no ano seguinte, quando o MAIOR TIME DA HISTÓRIA do Corinthians caiu novamente para o arquirrival, também nos penaltis. Protestos, manifestações, até agressões físicas, como as feitas contra Edilson, no páteo do Parque São Jorge, mostravam como essa tal de Libertadores mexia com os ânimos. De lá pra cá, muita coisa aconteceu, títulos vieram, mas times horrorosos também foram formados,a cada ano uma ilusão, promessas infundadas, apostas em “bom e barato” ou em supertimes que, para serem formados, valeria a pena até “vender a alma para o Diabo”, como na época da MSI. Uma sucessão de erros que levou um dos maiores times do Brasil ao fundo do poço, para a Serie B. Parecia o fim, algo inimaginável que colocava a prova todo um passado glorioso. Sim, foi preciso chegar ao fundo do poço para recomeçar…

2008 chegou, o time estava na segunda divisão, e começava a ser tomado por uma outra mentalidade, Andrés sanchez e sua equipe começavam a comandar o projeto de ressurreição do gigante, que teve como principal aliado a torcida, um bando de loucos, alucinados, que lotavam o Pacaembu em jogos de segunda divisão, como se fosse uma copa do mundo. Sim, a segunda divisão era manchete, passava na Globo, e tudo mais, tudo por causa do Corinthians. O ano passou, o inferno estava chegando ao fim, e, quando menos se esperava, um iluminado pousava no Parque São Jorge, era Ronaldo Fenômeno, um desses predestinados do quilate de Ayrton Senna, Pelé, entre outros, que tem a mão divina ao seu lado. Por outro lado, um gordo acabado envolvido em escândalos…Enfim, o que esse cara representava? O que ele tinha a ver com a obsessão da Libertadores? TUDO!!! Sim, tudo, ele foi o responsável pela consolidação de um projeto audacioso, pela valorização da marca Corinthians e também pela volta triunfal ao primeiro escalão do futebol brasileiro. Foram poucos, porém intenosos momentos de futebol, alguns meses do fino da bola, do ídolo, do gênio, praticando genialidades com a camisa do Timão. Títulos vieram, com ele o respeito dos rivais, e a volta a Libertadores. Libertadores? Ai, ai, ai…sim ela, a Libertadores de 2010 chegava, e novamente o que tinhamos? Um supertime, Ronaldo, Roberto Carlos, e uma porção de caras experientes que novamente estavam ali para superar o trauma, pois é, mas como na vida do Corinthiano nada é fácil, novas desilusões vieram para massacrar ainda mais um coração alvinegro sedento pela Libertação, sim, libertação, libertar-se. tudo a ver com o que? Com LI-BER-TA-Do-RES! Pois é, a maldição continuava, e ela ainda traria consigo outro episódio dos mais traumáticos, a eliminação para o Deportes Tolima, um desconhecido time colombiano que impôs a Ronaldo o fim melancólico de uma passagem brilhante pelo Corinthians, mas que trouxe ao Timão a lição final que lhe faltava. Começava ali o ato final para exorcizar os fantasmas. E a primeira atitude para a consumação desse ato foi a manutenção de Tite no comando do Corinthians em meio a protestos da torcida, o que trouxe a ele o respaldo para conduzir a nação ao Penta Brasileiro. A “Titebilidade” do Sr. Adenor, formou uma família, um time sem craques, mas com muita alma, a cara do Corinthians. Esse time com cara de Corinthians foi se preparando, tomando corpo, até chegar novamente ao confronto do principal fantasma: A LIBERTADORES! Sim, era hora de encará-lo, com as lições do passado e a esperança do presente, era hora, mais do que nunca, de ser Corinthians, de escrever história, do nosso jeito, do nosso modo, sofrido, louco, enfim, do Jeito Corinthians! E a Libertadores não poderia começar mais Corinthians, um empate contra o modesto Táchira, no último minuto, na estréia, dava um prognóstico de que essa seria a Libertadores do Corinthians. Adversários foram sendo superados de forma invicta na primeira fase, até que se chegassem aos temidos mata-mata. Como obra do destino, o nosso goleiro titular falhava às vésperas das oitavas de final e a crise se anunciava. Parecia roteiro pronto, um garoto, com meia dúzia de partidas profissionais era lançado como goleiro do Corinthians no primeiro mata-mata da Libertadores, ou seja, a tragédia estava anunciada para o deleite dos rivais, mas, como num passe de mágica, surgia ele, o gigante Cássio, um bloco de gelo humano de 1,95m de altura que parecia um veterano debaixo das traves, e surgia de forma emblemática para empurrar o Timão rumo a glória, mas, o time da libertação não é feito de um só craque, se assemelha a um exército, onde o grupo é o que conta. A cada noite de quarta-feira de Libertadores um soldado se anunciava como o salvador, foi assim com Danilo, Paulinho, com o próprio Cássio (Diego Souza….), Emerson Sheik, Romarinhooooo e por aí vai. O exército lutou, se empenhou, deu o sangue e a libertação chegou, em cima do mais temido dos adversários, o gigante, sinônimo de Libertadores da América: Club Atlético Boca Juniors. 

Hoje, finalmente a nação de mais de trinta milhões de loucos pode soltar o grito de Independência e comemorar o final feliz dessa história do seu modo,cada um do seu jeito, com a sua maneira, com as suas reflexões e com a sua paixão, soltando um “VAI, CORINTHIANS!!!” para lavar a alma. O dia de hoje está marcado na história!

Parabéns a você, torcedor, não somente pelo título, mas por ser CORINTHIANS!!!

 

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